Volkswagen Golf GTI 2018

Teste: Volkswagen Golf GTI

Agora com 230 cv de potência máxima, Golf GTI consegue ser, perfeitamente, o carro do dia a dia de quem gosta de dirigir


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“É um carro com diversas personalidades. Consigo ir trabalhar com uma tocada focada na eficiência, na economia de combustível, e apertando alguns botões ter um uma máquina extremamente intensa nas mãos. Poderia ser o único carro da minha garagem, se eu não tivesse dois filhos”. Assim, mandando uma pizza no balcão ao lado de dois amigos, que eu defini o novo Golf GTI, à venda nas concessionárias Volkswagen de todo o País com preço inicial de R$ 143.790.

 

Por alguns segundos pensei estar exagerando, mas não! O GTI – se me permite esta intimidade com o Golf – é uma máquina multifacetada, com diversas personalidades, que pede para ser utilizada de domingo a domingo. Sem dó! Apesar de estas três letras juntas carregarem um DNA esportivo, carregado de atrevimento, a experiência que ganhou com anos de asfalto o tornaram, quando bem tratado, um gentleman alemão. Refinado, educado, cordial.

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Traseira do Golf GTI ganhou faróis em LEDs com novo grafismo e mais tecnologia
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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O GTI 2018 continua equipado com motor 2.0 TSI de quatro cilindros, turbo, que utiliza injeção direta e indireta de combustível para equilibrar performance e eficiência, respectivamente. A novidade, no entanto, está exatamente nos 10 cv a mais em relação ao GTI 2017. Agora são 230 cv a 4.700 rpm. E este ganho se deu a partir de um simples remapeamento do propulsor. O torque continua o mesmo: 35,7 kgf.m, que aparece flat, 100% à disposição, entre 1.500 e 4.600 giros. Isso significa ter, em um intervalo amplo de 3.000 rotações, a face mais viva do Golf, com acelerações e retomadas muito vigorosas.

MAIS DETALHES

O parceiro deste propulsor é a excelente transmissão automatizada de dupla embreagem e seis velocidades DSG. Assim como o propulsor, o câmbio se veste de acordo com a ocasião. Levando a vovó para fazer uns exames, as mudanças de marcha são sentidas, mas de maneira extremamente leve, e em rotações baixas. Já quando estou atrasado para gravação do vídeo, as trocas ficam mais nítidas e em giros mais elevados. O GTI vem de série com as aletas – famosas borboletas – atrás do volante para uma tocada mais esportiva. As respostas são rápidas – ao tocá-las, a troca de engrenagem acontece rapidamente. Há também a opção de mudanças pela manopla, com toques para cima e para baixo.

 Interior sóbrio do Golf GTI traz os bancos em tecido com detalhes xadrez, remetendo às primeiras gerações do modelo
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Legenda: Interior sóbrio do Golf GTI traz os bancos em tecido com detalhes xadrez, remetendo às primeiras gerações do modelo
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Duas ressalvas apenas: no caso das aletas, acho que a Volks poderia trabalhar com um material e um formato mais interessante. Os botões lembram dos veículos automatizados I-Motion. Já as trocas pela alavanca têm filosofia inversa à dos carros de competição. No GTI, para subir as marchas o motorista empurra a manopla e para reduzir, puxa para trás. É um pouco incômodo.

Outro ponto que faz do Golf um tesão de carro é o ajuste refinado da suspensão – independente nas quatro rodas, tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira. É firme na medida exata para entregar toda esportividade que um GTI sugere e ser minimamente confortável no dia a dia. E digo minimamente, pois o Volks não absorve com maestria todas as imperfeições do asfalto – e essa nunca foi sua pretensão, aliás. No entanto, mesmo pegando buracos maiores, a batida não é seca, daquelas que nos primeiros segundos você ofende o Prefeito e na sequência fica com uma pena absurda do possante.

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Painel de instrumentos é em TFT com tela de 12,3 polegadas e totalmente configurável
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Essa firmeza garante ao GTI a possibilidade de uma pilotagem bem esportiva. Deixa a fera nas mãos. A inclinação da carroceria é praticamente zero tanto nas curvas quanto nas frenagens mais bruscas – lembrando que a versão é equipada com freios a disco nas quatro rodas (ventilados na dianteira e sólidos na traseira). Sistemas ABS (antitravamento das rodas) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) também são de série e tornam ainda mais equilibrada a frenagem do ‘bólido’.

O GTI tem reações típicas de um tração dianteira. E essas reações ficam ainda mais intensas por conta de o motor 2.0 TSI entregar os 35,7 kgf.m de torque já a 1.500 rpm. Com o controle de tração desligado, entrar em uma curva e ‘dar o pé’ (cravar o acelerador no fundo) antes da hora vai fazer o Golf arrastar de frente – com pista molhada as coisas ficam ainda piores e mais perigosas. Com o GTI, o ideal é ‘dar o pé’ gradativamente e socar o pedal no assoalho somente após o canhão estar equilibrado.

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Câmbio é automatizado de dupla embreagem e seis marchas DSG
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Outro ponto impressionante do GTI é a ergonomia. Não a expressão ‘vestir o carro’ fez tanto sentido. Com regulagem de altura, o motorista pode socar o assento no chão e deixar a coluna de direção mais alta (ajustes de altura e profundidade) assumindo uma posição praticamente de pilotagem de competição. Destaque para o design dos bancos dianteiros, com abas laterais grandes que abraçam o motorista e não deixam as costas escorregar de um lado para o outro.

BIPOLAR

As diversas personalidades do Golf estão diretamente atreladas à eletrônica. Por meio de um botão do lado esquerdo da manopla do câmbio, o motorista pode escolher entre quatro tipos de condução: ECO, Normal, Sport e Individual.

Central de infotainment Discover Media tem tela colorida de 8 polegadas sensível ao toque
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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A primeira foca na eficiência energética, buscando a economia de combustível. Desta maneira, o acelerador tem respostas mais lentas, as trocas de marcha acontecem em rotações mais baixas, a direção elétrica foca em entregar conforto, o ar-condicionado trabalha de maneira menos intensa e até o ronco do motor fica baixinho, invadindo pouco a cabine.

No Sport, a mais intensa, o GTI mostra que pode ser uma ferida aberta. As respostas do acelerador são imediatas, assim como da direção, que fica mais direta. Já a transmissão DSG passa a trocar as marchas somente em giros mais elevados – em alguns momentos chega a passar a impressão de que não irá fazer a mudança. E com esta configuração, o ronco do motor faz você desligar a música para escutar os ‘estouros’ das trocas de marchas.

Realmente impressiona como GTI pode ir da educação ao xucro em um estalar de dedos...

Remapeado, motor 2.0 TSI agora passa a gerar 230 cv - 10 cv a mais que o GTI anterior
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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EQUIPADO, MAS PODERIA OFERERCER MAIS

O Golf GTI é relativamente bem equipado – acho que poderia oferecer mais com relação aos itens de série. Destaques para o ar-condicionado digital de duas zonas, a central de infotainment Discover Media com tela colorida sensível ao toque de 8 polegadas e compatível com Android Auto e Apple CarPlay, e para o painel de instrumentos de 12,3 polegadas em TFT completamente configurável. As rodas são de liga leve de 17 polegadas, todos os passageiros têm encosto de cabeça e cinto de segurança de três pontos, sistema ISOFIX para fixação da cadeirinha, Toptheter e sete airbags – frontais, laterais, de cortina e de joelhos para o motorista.

 Por fora, o Golf GTI 2018 mudou muito pouco.
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Legenda: Por fora, o Golf GTI 2018 mudou muito pouco.
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Entre os opcionais, a Volkswagen oferece teto solar elétrico por R$ 4.800; Pacote Sport (bancos revestidos em couro, ajuste elétrico do assento do motorista e rodas de liga leve de 18 polegadas) por R$ 5.900; e Pacote Premium GTI (Assistente de luz para farol alto, Front Assist,  City Emergency Brake, Park Assist 2.0, detector de fadiga, faróis Full LED com luz de condução diurna em LED, regulagem dinâmica de altura e luz de conversão dinâmica) por R$ 9.200.

Dianteira teve o para-choque redesenhado, assim como os faróis, que ganharam nova assinatura
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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A versão avaliada pelo WM1 estava equipada com teto solar e Pacote Premium GTI. Já o Sport foi deixado de lado, o que, na minha modesta opinião, foi bom, pois o ajuste mecânico do banco do motorista não me incomoda e o revestimento em tecido do banco com detalhes em xadrez, remetendo aos GTIs das primeiras gerações, dá um toque todo especial e nostálgico. Acho apenas que a Volkswagen deveria oferecer uma opção de opcional só para as rodas de 18 polegadas, que são realmente belíssimas e a de 17 polegadas de série do GTI não é tão legal assim – mas é apenas uma questão de gosto.

Para-choque traseira também é novo e ressalta a saída dupla do escapamento
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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INTERIOR

O Golf é um hatch médio comum, neste ponto. Com 4,26 metros de comprimento e 2,63 metros de distância entre os eixos, ele leva de maneira ‘ok’ os passageiros do banco traseiro – isso se eles tiverem menos de 1,80 metro de altura. Não pode ser o único carro da família também, pois o porta-malas tem capacidade para somente 336 litros – pouco para levar a bagagem de três pessoas, por exemplo.

 Bancos dianteiros têm abas laterais grandes que ajudam a 'abraçar' motorista e passageiro
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Legenda: Bancos dianteiros têm abas laterais grandes que ajudam a 'abraçar' motorista e passageiro
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Gosto também do acabamento do GTI. Um acabamento muito sóbrio, com peças sem rebarbas muito bem encaixadas. O trabalho dos cromados, do aço escovado e do preto brilhante é muito equilibrado. Volante multifuncional e manopla do câmbio são revestidos em couro. Resumindo: segue no detalhe a cartilha alemã de fazer automóveis.

CUSTOS

O Golf GTI 2018 tem as três primeiras revisões (10.000 km, 20.000 km e 30.000 km) gratuitas. As outras três até os 60.000 km custam R$ 1.810,02. As revisões até 60.000 km do Ford Focus Hatch 2.0 sai por R$ 4.284.

 Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, e câmera de ré são itens de série no Golf GTI
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Legenda: Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, e câmera de ré são itens de série no Golf GTI
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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CONCLUSÃO

Apesar de ser desenvolvido para entregar performance – e consegue fazer isso com maestria -, o Volkswagen Golf GTI assume uma face agradável para ser um excelente carro para o dia a dia, sendo discreto. Não é o mais confortável do mundo, mas é confortável o suficiente para seduzir aqueles, como eu, que gostam de dirigir. O preço poderia ser um pouco mais competitivo e a lista de itens de série mais completa. Vale a compra? Para quem tem bala na agulha, já tem o SUV da família em casa, é uma opção muito boa!

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