“Procura” porque o melhor da perua alemã não é de série. Por R$ 113.130 você leva “só” o básico para o segmento empurrado pelo já famoso conjunto de motor 2,0L turbo de 211 cv e câmbio automatizado DSG de seis marchas. O melhor que a última reestilização do Passat traz é opcional, e bem caro: R$ 24.699 mil. Por esse valor você leva um pacote que inclui sistema de baliza automático, controlador de velocidade adaptativo, sistema de frenagem automático, partida do motor por botão... Há ainda o teto solar panorâmico por mais R$ 5.845 mil, mas perto da tecnologia embarcada, a área envidraçada de 1,1 m² fica em segundo plano.
Show eletrônico Explico: enquanto o teto de vidro entretém os passageiros apenas nos primeiros minutos de passeio, o Park Assist II surpreende todas as vezes que é acionado. Afinal, se hoje em dia apenas alguns carros são capazes de estacionar sozinhos em vagas paralelas à calçada, só o Passat e o novo Tiguan conseguem entrar sozinhos em vagas de 90º, típicas de Shopping Center. Além de facilitar as manobras com a enorme perua 4,77 m de comprimento por 1,82 m de largura, o sistema vira o assunto do momento para os passageiros – isso é, até você entrar em uma estrada.
Já oferecido anteriormente no Touareg e em diversos modelos da Audi, o ACC quase honra a incorreta tradução de “piloto automático”. Isso porque virar a direção continua sendo uma obrigação do motorista, mas a aceleração e frenagem agora ficam por conta do próprio carro. Sabe aquele motorista que entra na faixa da esquerda a 80 km/h quando você está a 120 km/h? Com o ACC ligado, essa situação deixa de ser um potencial acidente para se tornar apenas um susto.
O sistema também vira um anjo da guarda na cidade. A até 30 km/h, o radar do sistema é capaz de detectar um carro se aproximando rapidamente à frente – geralmente um prelúdio para aquela típica batida urbana. Com um sistema chamado Front Assist, o Passat aumenta a pressão no circuito de freios para agilizar o processo de frenagem e pode, por conta própria, acionar os freios para evitar o impacto – ou diminuir a velocidade da colisão.
Com tantos sistemas que auxiliam a vida do motorista, pode ficar mais fácil pegar no sono ao volante do Passat. Por isso o kit de opcionais também incluiu o detector de fadiga, que mede diversos parâmetros do modo de dirigir do motorista para prever quando a sonolência começa a bater – quando isso ocorre, o volante treme em conjunto com um aviso sonoro e uma indicação no painel com uma xícara de café. Felizmente não testamos o sistema, mas considerando a disseminação que o item ganhou no catálogo da Mercedes-Benz, pioneira da tecnologia, acreditamos que ele funcione.
Não há como negar que as maiores virtudes da Passat Variant são fornecidos por microchips espalhados pela carroceria. Contudo, mesmo sem toda a tecnologia embarcada, essa station wagon mantém os atributos encontrados na última geração da linha Passat. Com suspensão firme e direção elétrica de respostas diretas, a perua proporciona esportividade de sobra, uma das poucas coisas que monovolumes e minivans não conseguem oferecer.
A aceleração do 2,0L turbo não empolga quanto o VR6 de 300 cv, que deixou de ser oferecido, mas o câmbio DSG contorna isso com trocas rápidas de marcha, mantendo o motor sempre em altas rotações – caso o motorista queira. O ponto negativo fica por conta do consumo urbano de 6,8 km/l, medido pelo WebMotors. Para efeito de comparação, o Audi TTS testado por nós tem o mesmo motor, mas com 272 cv e fez 6,6 km/l no mesmo ciclo de teste.
Para os outros e para você Se no papel ou, neste caso, na tela do computador o Passat Variant não empolga na hora da escolha de um carro familiar, no contato “real” o cenário muda. A reestilização promovida pela marca deu imponência ao Passat, e o fato de não haver outra perua Volks com essa dianteira no Brasil vai evitar que alguém confunda o modelo com um Jetta.
“Básico”, o modelo oferece espaço, luxo e desempenho adequado para seu porte e preço. Os opcionais são caros, mas são um investimento bacana para o motorista que quer ser bem-tratado e impressionar os outros – e a si mesmo. Afinal, se já é difícil se lembrar de uma perua média/grande, imagina uma que freia e estaciona sozinha?
Obs: Segundo a Fenabrave, a perua média/grande mais vendida do país entre janeiro e setembro de 2011 é a Renault Mégane Grand Tour, com 6.128 carros vendidos. A Passat Variant está na terceira colocação, com 125 unidades.
Confira a nossa avaliação em vídeo:
FICHA TÉCNICA – Volkswagen Passat Variant
| Motor | Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 16 válvulas, 1.984 cm³ |
| Potência | 211 cv gasolina a 5.300 rpm |
| Torque | 280 Nm / 28,5 kgfm gasolina a 1.700 rpm |
| Câmbio | Automatizado de dupla embreagem, com seis marchas |
| Tração | Dianteira |
| Direção | Por pinhão e cremalheira, com assistência elétrica |
| Rodas | Dianteiras e traseiras em aro 17” de liga-leve |
| Pneus | Dianteiros e traseiros 235/45 R17 |
| Comprimento | 4,77 m |
| Altura | 1,49 m |
| Largura | 1,82 m |
| Entre-eixos | 2,71 m |
| Porta-malas | 513 l |
| Peso em ordem de marcha | 1.514 kg |
| Tanque | 70 l |
| Suspensão | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira independente, tipo multibraço |
| Freios | Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira |
| Preço | R$ 113.130 |
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