Um Lexus fora do sério

LFA de 560 cv prova que nem só de carros conservadores vive a marca


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- A Lexus foi criada em 1989 com a proposta de construir carros requintados para encarar Mercedes-Benz e BMW nos Estados Unidos. A base, em geral, eram os automóveis da própria criadora, a Toyota. Foi assim, por exemplo, que a divisão de luxo criou o sedã médio-grande ES, que nada mais é que um Camry com uma “embalagem” mais sofisticada. Mas com o fim da produção do Toyota Supra, em 2002, a matriz japonesa precisava preencher a lacuna deixada pelo icônico superesportivo. E foi aí que a Lexus ganhou um novo papel ao desenvolver do zero um novo modelo. O longo processo gerou o LFA e teve lançamento no Salão de Tóquio, em outubro de 2009, depois de diversos conceitos apresentados em outros motorshows.

A missão do LFA não é das mais fáceis. A atual safra de superesportivos está repleta de representantes de peso, como Ferrari 458 Italia, Lamborghini Aventador e McLaren MP4-12C. Por isso, a Lexus não economizou em tecnologia. Desde o início do projeto, o objetivo da fabricante era criar um carro o mais leve possível e com a difusão de diversos novos materiais. Tanto o chassi como a carroceria são todos feitos por um composto de plástico reforçado por fibra de carbono. Assim, de acordo com a marca, o veículo alcança a maior integridade dinâmica possível com o menor peso. Ainda segundo a Lexus, o conjunto deixa o carro quatro vezes mais rígido e 100 kg mais leve que um equivalente em alumínio.

Mas não é só de leveza que o LFA sobrevive. A marca também desenvolveu um motor totalmente novo para impulsionar o seu primeiro superesportivo. Os engenheiros da marca, então, construíram um propulsor com 10 cilindros montados em “V” com 4.8 litros que gira a até elevados 9 mil rpm. Os números gerados também são impressionantes. São 560 cv de potência a 8.700 giros e 48,94 kgfm de torque alcançados a 6.800 giros. Toda a força é destinada para as rodas traseiras através de uma transmissão automatizada de seis velocidades – que pode ter as trocas de marchas feitas entre 0,2 e 1,0 segundo, de acordo com a escolha do condutor. Com isso, a aceleração de zero a 100 km/h é feita em apenas 3,7 segundos, enquanto a velocidade máxima é de 325 km/h.

Além da velocidade em linha reta, a Lexus trabalhou para que o LFA fosse ágil também nas curvas. Os eixos de alumínio foram montados em cima de partes do chassi feitas de fibra de carbono, e o posicionamento do motor e da caixa de marchas foi pensado para que a distribuição de peso fique em 48% para a frente e 52% para a traseira. Além disso, a fabricante nipônica distribuiu o resto dos componentes de uma maneira que o carro fique com o centro de gravidade o mais baixo possível.

Por se tratar de um automóvel de grande apelo emocional, a estética não foi deixada de lado. O desenho pouco se assemelha aos outros modelos da Lexus, geralmente conhecidos pela sua sobriedade. A parte externa se destaca pelo visual anabolizado, com para-choques, saias laterais e spoilers bastante pronunciados. Perto de tanta carroceria, os faróis triangulares ficam escondidos, assim como as lanternas traseiras, posicionadas sobre grandes saídas de ar.

O interior também é incomum, principalmente graças ao painel de instrumentos digital. De acordo com a Lexus, um conjunto tradicional, com a agulha analógica, não conseguiria representar com exatidão as rápidas mudanças de giro do potente motor V10. Entre os equipamentos, o LFA conta com o esperado para um automóvel da sua categoria, como controle de estabilidade e tração, ABS, suspensão ativa e itens de conforto, como GPS e ar-condicionado de duas zonas.

Para montar tudo isso, a Lexus leva tempo. Graças ao complexo processo de fabricação, apenas 20 LFA são montados por mês, todos feitos de forma quase artesanal pelos engenheiros da marca. A produção total é limitada a apenas 500 unidades. O preço final também reflete essa exclusividade e o avanço tecnológico. São 375 mil euros – algo em torno de R$ 850 mil – bem mais do que as marcas concorrentes cobram pelos seus modelos, que ficam na faixa de 200 mil euros.

Sensações exclusivas

Por Ivana Censi*

Forte Dei Marmi/Itália – O Lexus LFA tem poucos similares no mundo, graças a suas linhas agressivas, a sua estrutura técnica impressionante e – por último mas não menos importante – a seu preço impróprio para muita gente: 375 mil euros – mais de R$ 850 mil.

Contudo, o que realmente distingue o Lexus LFA de todas as outras máquinas é o rugido do motor de 10 cilindros em V com 4.8 litros, que desenvolve impressionantes 560 cv de potência e atinge a velocidade máxima de 325 km/h. O poderoso propulsor é responsável por levar o esportivo da inércia aos 100 km/h em apenas 3,7 segundos. Ou seja, todos os números que caracterizam o LFA são impressionantes.

As linhas inspiradas e o barulho incomparável do V10 fazem do contato com o modelo uma experiência emocionante desde o momento em que o motor é acionado. Uma vez dentro do cockpit, os assentos de couro vermelho, os cintos super-reforçados e o painel de instrumentos fazem o condutor se sentir dentro de um avião de caça – e por isso o auxílio preciso do computador de bordo é valioso.

O modelo não foi utilizado na pista – não foi possível, portanto, julgar os aspectos mais extremos do carro –, mas a distância percorrida foi suficiente para deixar boas impressões sobre o esportivo japonês. A aceleração é realmente poderosa e faz o condutor “colar” ao encosto. O rugido do motor pode ser ouvido a algumas centenas de metros de distância e todos que avistam o LFA ficam espantados.

A transmissão automatizada de 6 velocidades também pode funcionar no modo sequencial, mas para entender exatamente todos os comandos e dominar a fera, leva um pouco de tempo. Os freios a disco ventilado de carbono-cerâmica proporcionam uma frenagem forte e dão confiança de piloto ao condutor.

Em seu conjunto, o LFA se torna um carro dos sonhos que, depois de tantos anos de planejamento e três versões conceituais, parece ter finalmente encontrado o rumo certo, e que o posiciona bem próximo da perfeição na área automotiva. Não por acaso, os pedidos iniciais do LFA ao redor do mundo atingiram as mil unidades – o dobro da produção esperada. É sinal de que os aficionados por máquinas superesportivas já perceberam a qualidade do bólido “made in Japan” – o que, depois da tragédia de março no país, vem carregado de grande otimismo. Agora, a missão mais difícil do LFA é derrubar Ferrari, Lamborghini e Porsche e alcançar o topo do segmento.

*INFOMOTORI/ITÁLIA - EXCLUSIVO PARA AUTO PRESS

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