Uno Sporting atinge auge do Dualogic

Evolução de câmbio automatizado faz valer os R$ 39.630 cobrados pelo compacto


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Ricardo Sant'Anna
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A Fiat não demora a tomar decisões e esse talvez seja o seu principal trunfo no mercado brasileiro. Enquanto as concorrentes levam anos para aprovar seus projetos, a montadora italiana é ágil na inclusão de versões e tecnologias em seus produtos. Quer prova maior do que a adoção de um sistema de Start & Stop num modelo popular como o Uno? Disponível apenas na versão manual, essa não é a única ousadia do compacto reestilizado há dois meses. Abra a porta do novo Uno Sporting e encontre um câmbio que simplesmente não tem alavanca, mas apenas botões, algo até pouco tempo impensado para um popular.

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A receita não é nova dentro do grupo FCA e pode ser encontrado nas versões topo de linha do Fiat 500 e até mesmo da Ferrari 458 Italia. A ausência da alavanca esconde também o melhor câmbio Dualogic que a marca já preparou. A receita é a mesma do Dualogic Plus, evolução da primeira geração do câmbio automatizado desenvolvido pela ZF, mas com calibragem e ajustes diferentes em relação aos demais modelos. O câmbio ainda não é uma excelente opção, mas não está tão longe de se tornar isso como as primeiras versões.


Para quem tem disponíveis por pouco mais de R$ 40 mil, esta é sem dúvida a melhor opção entre os automatizados – o Uno Sporting Dualogic parte de R$ 40.215. O desempenho do Dualogic no Uno é muito melhor, por exemplo, que o do câmbio i-Motion no concorrente Volkswagen up!.  Os trancos estão menos sensíveis do que antigamente e o câmbio demonstra um pouco mais de Inteligência agora. Isso porque, segundo a Fiat, o modelo agora passa a identificar subidas e descidas, o que o faz reduzir ou elevar a marcha quando necessário.




Isso na teoria, porque na prática, o modelo ainda peca em alguns raros momentos e mantém, por exemplo, uma segunda marcha sem força numa subida muito íngreme que exige uma redução para a primeira marcha. Mas no geral, o desempenho está bem melhor do que nos demais Fiat – é a estreia do Dualogic no Uno.  Já que não há alavancas, as trocas manuais podem ser feitas apenas pelas borboletas localizadas atrás do volante. Para extrair o melhor do câmbio, o ideal é rodar com o botão S (do modo Sport) acionado, que eleva as rotações em 1.000 rpm.


Nesse caso, porém, o resultado é óbvio: motor com giro lá em cima, maior consumo de combustível – a Fiat não divulga os números de consumo do compacto. O motor é o mesmo 1.4 16V conhecido do Uno desde seu lançamento. O propulsor segue rendendo 88 cv de potência a 5.750 rpm e 12,5 kgfm a 3.500 rpm. Não espere um desempenho que faça jus à palavra Sporting. O Uno é um carro que anda bem, mas sem a surpresa ou o desempenho de um esportivo de verdade. Fica atrás de modelos como o Ka 1.5 – o motor Sigma rende 110 cv de potência.


O comportamento dinâmico, porém, é praticamente o mesmo do Uno Sporting anterior, já que se trata apenas de uma reestilização. O Uno segue sendo um carro gostoso e amigável de guiar, graças ao tamanho compacto e à direção hidráulica. A suspensão não muito forme repete as mesmas características dos demais Fiat e a invasão do ronco do motor à cabine, como no Uno anterior, parece ter tido uma sensível melhora.


Assista ao teste do WebMotors com o novo Uno




Exagerado


Se o câmbio Dualogic é uma novidade positiva no Uno, vale apontar que no visual desta nova versão a Fiat passou do ponto. A reestilização leve pareceu ajustada no geral, com mudança quase imperceptível nos faróis. Já os para-choques têm entradas de ar gigantescas e bem diferentes das demais versões. Mas esse nem é o problema, e sim as rodas de 15 polegadas, com desenho que inclui quatro quadrados e fundo totalmente preto, que faz as rodas de 15 polegadas parecerem menores. Os pneus são 185/60. O destaque do lado de fora fica mesmo com a inédita cor Azul Maserati, que custa R$ 1.266.


Voltando para o interior do Uno, mas sem falar de câmbio, o Fiat arranca mais elogios. A subida de nível para encarar mais de frente oponentes como Hyundai HB20 e Ford Fiesta fizeram bem ao Uno. O acabamento está nitidamente melhor, com mais revestimentos de tecido e painel com desenho mais refinado. Os botões do vidro elétrico passaram para as portas (por conta de custos, antes eles estavam no painel) e o painel ganhou agora um espaço considerável para uma possível instalação de uma central multimídia. Esta, porém, ainda é apenas um acessório Mopar.


Com a adição de ar-condicionado, item de série em modelos como o Ford Ka, eleva o preço do Uno Sporting a R$ 43.260, valor bastante salgado, mas abaixo dos R$ 44.840 cobrados pela versão topo de linha do up! equipada com câmbio automatizado – lembrando que o Volkswagen dispõe apenas de motor 1.0.  A comparação é com ele, já que o Gol com este câmbio fica ainda mais caro, e concorrentes como HB20 e Onix utilizam câmbio automático, com preço mais elevado também. Em relação ao custo x benefício, o Uno agrada, sobretudo pela nítida evolução do câmbio Dualogic. Sem contar o visual de apelo esportivo e o bom comportamento conhecido desta nova geração do popular da Fiat.


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