O Renault Kwid chegou ao Brasil em agosto de 2017 por menos de R$ 30 mil. De lá para cá, o compacto é praticamente o mesmo, mas o cenário de mercado é completamente diferente. A versão Zen, a mais em conta com bom nível de equipamentos de série, custa R$ 51.390. Diante desta perspectiva, ainda vale levar um subcompacto para casa?
Antes de mais nada é preciso destacar que, embora tenha etiqueta expressiva para o porte, o Kwid é um dos carros mais baratos do Brasil. Só ele e o Fiat Mobi oferecem versões abaixo dos R$ 50 mil – partem de R$ 44.390 e R$ 42.990, respectivamente. No entanto, as configurações são peladas, com quase nenhum equipamento valorizado pelo consumidor.
O único item de destaque oferecido pelo Renault de entrada são os quatro airbags. Mas só a partir da versão Zen, aqui avaliada, temos com ar-condicionado, direção elétrica, rádio com bluetooth e vidros dianteiros elétricos. Outros equipamentos populares como retrovisores elétricos, sensores de estacionamento e central multimídia estão presentes na versão seguinte, Intense, de R$ 53.990.
Vale repetir que o Kwid não apresenta nenhuma novidade em relação ao lançamento. Mesmo assim, o visual não demonstra estar cansado. Carismático, o carrinho conquistou o coração da mãe do repórter que lhe escreve.
Por dentro, o acabamento é simples e com predominância de plástico rígido. No entanto, as peças estão bem encaixadas e os botões, posicionados de modo que o motorista não tire os olhos da estrada.
Outra qualidade é a disponibilidade de porta-objetos volumosos e em quantidade suficiente para deixar tudo organizado.
Os bancos também merecem elogios. São elaborados em tecido de boa qualidade e apresentam grafismos agradáveis. Mas o melhor é que não cansam as costas dos ocupantes mesmo que não ofereçam ajustes de altura. Para quem procura no Kwid um bom carro para o trabalho, está aí uma ótima característica.
A simplicidade também dá o tom do painel de instrumentos. Para saber que horas são, só checando no celular mesmo. O cluster não exibe nem conta-giros, nem marcadores de consumo. Por outro lado, apresenta indicador de troca de marcha em busca de uma tocada mais econômica.
Por falar nisso, o consumo de combustível é um dos maiores chamarizes do compacto fabricado em São José dos Pinhais (PR). Na cidade, tem aproveitamento de 13,8 km/l com gasolina, e 9,3 km/l com etanol.
Apesar de ser um típico compacto urbaninho, o Kwid também apresenta bons números na estrada: 14,4 km/l com combustível mineral, e 10 km/l, com o de origem vegetal.
Além de ser eficiente em termos energéticos, o motor 1.0 12V de três cilindros também cumpre bem com o papel em termos de desempenho. Com 70 cv a 5.500 rpm e 9,8 kgf.m a 4.250 rpm, o hatch é ligeirinho, não sofre com muita dificuldade em ladeiras e atinge altas velocidades na estrada sem esforço. Aqui, o maior aliado é a leveza da carroceria de 779 quilos.
A transmissão de cinco velocidades com escalonamento curto é ideal para a cidade, apesar de dar umas encrencadas nas primeiras marchas de vez em quando.
Mas o fator que mais agrada na dinâmica é o ajuste de suspensão. O carrinho de 1,50 m de altura é estável e contorna bem a buraqueira. Quem gosta de uma posição mais altinha vai se encontrar no Kwid.
Outra medida de destaque refere-se ao porta-malas. São 290 litros de capacidade, volume semelhante ao do Volkswagen Polo, hatch de porte maior, e que tem bagageiro de 300 litros.
Há, portanto, bom espaço para compras e malas, algo importante em um produto que tem como público-alvo solteiros, casais sem filhos e motoristas de aplicativo. Neste sentido, vale destacar ainda que há espaço suficiente para comportar com tranquilidade no banco de trás adultos de estatura mediana.
Sendo assim, é possível cravar que o Renault Kwid continua sendo uma boa opção para a galera citada anteriormente. Embora não entregue muito frufru, o subcompacto entrega boa relação custo-benefício. Mas a dica é investir um pouco mais e levar para casa a configuração Intense. Ela custa R$ 2.600 a mais do que a Zen e carrega faróis de neblina, central multimídia com câmera de ré, retrovisores elétricos e rodas de liga leve de 14 polegadas.
A boa oferta estende-se ao seguro. É possível encontrar apólice de R$ 1.748,17 no AutoCompara. Já a revisão com preço fechado chega a R$ 3.376,30, ao somar os seis primeiros serviços, que correspondem a 60 mil quilômetros rodados. A título de comparação, o Fiat Mobi cobra R$ 4.284 para os mesmos serviços.
É verdade que parece surreal um cenário em que seja necessário desembolsar mais de R$ 50 mil para levar um hatch de pequeno porte para a garagem, mas compactos maiores como Volkswagen Gol, Chevrolet Joy (Onix da primeira geração) e Hyundai HB20 têm tabela que ultrapassa os R$ 60 mil.
Se você topar esperar um pouco mais, será possível comprar um Renault Kwid com novo visual. O facelift que foi lançado no exterior deve chegar com visual semelhante ao Brasil no fim deste ano ou começo de 2022.
Além do frescor estético, novo Kwid deve carregar o motor 1.0 de 82 cv que equipa o Renault Sandero.
RENAULT - KWID - 2022 |
1.0 12V SCE FLEX ZEN MANUAL |
R$ 59890 |
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