Para complicar ainda mais a vida da station, a concorrência também não deu trégua. A Fiat tratou de disponibilizar o novo motor e-Torq 1,8 de 130 cv para a Palio Weekend Adventure, enquanto a Peugeot fez uma promoção de ar-condicionado para toda a linha 207, inclusive a SW. Mas a SpaceFox também fez das suas para melhorar sua performance perante os rivais. Uma lógica meio “narcisista”, baseada em atributos estéticos.
A frente adotou a nova identidade visual da marca apresentada no novo Polo europeu e repetida no Fox, com faróis e lanternas traseiras com cortes bem definidos. Por dentro, novos revestimentos, detalhes cromados e quadro de instrumentos originário do Passat CC. O motor continua o 1,6 de 101/104 cv de potência.
No preços, a Space agora começa em R$ 48.790, mas continua com um custo/benefício interessante. A versão Sportline, a que mais vende das quatro configurações da perua, com 50% do mix, parte dos R$ 55.190. Desta forma, se situa justamente entre a 207 SW 1.6 XS automática, que custa R$ 52.290 só com airbag a linha 1.6 só dispõe de câmbio automático , e os R$ 57.330 da Adventure, única da linha Palio Weekend com motor 1,8. A favor da Space, uma habitabilidade mais otimizada. Afinal, o modelo da Volks pegou características de dois segmentos considerados “para a família”: a altura elevada e uma melhor flexibilidade interna dos monovolumes com o perfil de uma station. Tem 1,55 metro de altura, oferece de 430 a 527 litros de volume no porta-malas com o prático banco traseiro corrediço opcional , uma quantidade interessante de porta-objetos e porta-copos, além de ajustes do banco e do volante.
Na parte de equipamentos, a Space vem bem recheadinha. Ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, chave do tipo canivete com keyless, espelhos iluminados nos para-sóis, faróis e lanterna de neblina. A configuração top Sportline ainda recebe itens de segurança, como airbag duplo frontal e freios com ABS. Sensores de chuva, de luminosidade, retrovisor eletrocrômico, retrovisor externo com ajuste elétrico e rebatimento automático no lado direito ao engate da ré, computador de bordo e rodas de liga leve aro 15 são outros itens só encontrados na versão top Sportline. De opcionais, o modelo ainda pode receber revestimento em couro, rádio/CD/MP3 com entradas USB e SD card, volante multifuncional e Bluetooth e sensores de obstáculos traseiros, além do assento traseiro corrediço. Com tudo isso a bordo, a SpaceFox salta para R$ 59.450.
Instantâneas # A Volkswagen SpaceFox foi lançada no Brasil em 2006. # A station compacta é produzida na planta de General Pacheco, na Argentina, de onde sai também a recém-lançada pick-up média Amarok. # A perua utiliza uma versão simplificada da plataforma do Polo, que também serve ao Fox e à nova geração do Gol, Voyage e Saveiro. # Na reestilização de maio, a SpaceFox passou a contar com opção de câmbio automatizado I-Motion, disponível tanto para a versão de entrada como para a configuração Sportline.
Ponto a ponto Desempenho - Os 103 cv de potência conferem um desempenho apenas honesto à SpaceFox. As respostas do motor ao pedal do acelerador até são ágeis, mas as arrancadas ficam dentro da normalidade para uma station wagon de mais de 1,1 tonelada, sem maiores emoções. A relação um pouco mais longa entre a terceira e a quarta marchas atrapalha um pouco a performance e o zero a 100 km/h é cumprido em 11,6 segundos. As retomadas em quarta são mais interessantes, com o torque de 15,6 kgfm já disponíveis aos 2.500 giros. Nota 7.
Estabilidade - A SpaceFox é bem mais acertada que a sua versão hatch original Fox, mas trata-se de um carro para velocidades “normais”. Acima dos 120 km/h, a perua já passa uma sensação de flutuação da frente, enquanto nas frenagens bruscas o peso da traseira se faz sentir e o modelo mergulha além do recomendável. De qualquer forma, o ABS disponível ajuda a manter o carro na trajetória. Nas curvas, em velocidades civilizadas, o modelo torce a carroceria dentro da normalidade. Em forma mais agressiva, tende a “rolar”. Nota 6.
Interatividade - A station compacta argentina oferece uma posição boa e elevada para dirigir e ótima visibilidade dianteira, lateral e traseira. O modelo conta com ajustes do banco e do volante e a maior parte dos comandos são intuitivos e estão à mercê das mãos e olhos do motorista de forma prática. O quadro de instrumentos oferece uma visualização clara e objetiva. A direção merecia mais precisão e uma melhor pegada, mas o câmbio tem engates justos e macios, à exceção da ré, que exige certo esforço. Nota 8.
Consumo - O modelo avaliado fez a média de 7,4 km/l com etanol e uso 2/3 na cidade. Razoável para uma era de carros flex onde o consumo elevado, tanto com etanol quanto com gasolina, ainda é um problema a resolver. Nota 7.
Tecnologia - A SpaceFox foi lançada em 2006 e usa uma arquitetura simplificada do Polo, de 2002, já em desuso na Europa. O motor 1,6 8V é para lá de veterano. Já a versão top Sportline é a mais equipada em termos de conforto e segurança, mas conta com o previsível: ABS, airbag duplo e sensores de luminosidade e de chuva. Nota 6.
Conforto - Altura de minivan e lógica de station wagon, a SpaceFox oferece um espaço interno até surpreendente para um compacto. O vão para cabeças é ótimo para todos os ocupantes, enquanto que motorista e carona desfrutam de um bom espaço para pernas e joelhos na frente. Atrás, dois adultos e uma criança conseguem viajar sem apertos. A suspensão mais macia filtra bem os buracos das ruas brasileiras, mas tende a ficar mole demais em altas velocidades. O isolamento acústico deixa a desejar e os ruídos de motor e de rodagens incomodam antes mesmo dos 100 km/h. Nota 8.
Habitabilidade - A lógica de monovolume da perua da Volkswagen mais uma vez é o destaque. Há uma boa quantidade de porta-objetos e de porta-copos no habitáculo. Os acessos são facilitados pela altura elevada da Space e pelo ótimo vão das portas e os bancos traseiros contam com regulagem longitudinal. O porta-malas acomoda bons 430 litros, que podem chegar a 527 litros com os assentos de trás mais à frente um opcional bastante recomendável. Nota 9.
Acabamento - A Volks tentou dar uma caprichada em sua station wagon. Até melhorou revestimentos da porta e do teto, mas o abuso de plásticos ainda se faz presente e os materiais não agradam ao toque e muito menos aos olhos. Encaixes imprecisos e rebarbas aparecem em várias partes do interior. Talvez o pessoal do controle de qualidade na fábrica argentina de General Pacheco devesse fazer um estágio na fábrica Anchieta, de São Bernardo do Campo, que produz o Fox e o CrossFox. Nota 6.
Design - A SpaceFox adotou o mesmo visual frontal da linha Fox, que segue as novas tendências de estilo da marca alemã e empresta certo arrojo. A traseira ficou menos esquisita com as lanternas horizontalizadas, mas no geral a perua carece de ousadia. Nota 7.
Custo/benefício - A versão Sportline é a topo de linha, recebe airbag duplo, ABS, ar Climatronic, sensores de obstáculos, entre outros, e custa R$ 55.190. Se posiciona justamente entre as configurações top da 207 SW que leva a vantagem de só dispor de transmissão automática e da Palio Adventure que conta com visual jipeiro e bloqueio eletrônico do diferencial dianteiro. A seu favor, a perua da Volks tem mais espaço interno, habitabilidade melhor e porta-malas maior que as rivais. Nota 7.
Total - A SpaceFox Sportline somou 71 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir: Negócio de família A SpaceFox permanece aquele carro ideal para o uso urbano e familiar. A station wagon compacta da Volkswagen reúne atributos que marcaram sua proposta de mesclar elementos de perua e minivan. Graças a esta filosofia, mantém um espaço interno interessante para o segmento, com bom vão para cabeças e pernas de praticamente todos os ocupantes, e habitabilidade exemplar, graças aos amplos acessos e boa distribuição de porta-trecos.
Além disso, o modelo argentino ainda oferece uma dirigibilidade eficiente. O motorista desfruta de uma ergonomia prática e com comandos intuitivos, de uma posição elevada de conduzir ainda beneficiada pelos bons ajustes de altura do volante e do banco e uma visibilidade generosa por todos os lados graças à ampla área envidraçada do carro.
O desempenho, por sua vez, é condizente com a proposta. O conhecido motor 1.6 8V de 103 cv com etanol dá conta do recado de mover a SpaceFox, mas sem qualquer pitada de arrojo. As reações ao pedal do acelerador são ágeis, mas as relações compridas de terceira para quarta e de quarta para quinta marchas esmorecem um pouco o fôlego da perua. Na hora das ultrapassagens e de trechos de subida, contudo, a station demonstra ter mais disposição. O motor já enche antes dos 2.500 giros e otimiza retomadas, com um 60 km/h a 100 km/h em eficientes 6,7 segundos.Depois dos 100 km/h, é preciso paciência para ir além com a Space e chegar até 130 km/h. A Volks fala em máxima com etanol de 181 km/h, mas aos 120 km/h o modelo já deixa a desejar na estabilidade. A comunicação entre rodas e volante fica um tanto vacilante e obriga o motorista a correções a todo instante. A suspensão mais macia, que privilegia o conforto ao filtrar bem os buracos, deixa o carro meio bobo e quicando em altas velocidades. Nas curvas, em um comportamento mais agressivo, a perua também tende a desgarrar. Provas de que se trata de um veículo para andar de forma comportada e para desfrutar de sua praticidade a bordo. Além de um consumo que, se não chega a ser exemplar, pelo menos não é assustador. O carro testado em uso 2/3 urbano e 1/3 rodoviário acusou a média de 7,4 km/l com apenas etanol no tanque de combustível. A família agradece.
FICHA TÉCNICA – Volkswagen SpaceFox 1.6 2011
| MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, refrigeração a água, 1598 cm³ |
| POTÊNCIA | 104 cv etanol / 101 cv gasolina a 5.250 rpm |
| TORQUE | 153 Nm etanol / 151 Nm gasolina a 2.500 rpm |
| CÂMBIO | Manual, com cinco marchas automatizado opcional |
| TRAÇÃO | Dianteira |
| DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica |
| RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 15” de aço liga-leve opcional |
| PNEUS | Dianteiros e traseiros 195/55 R15 |
| COMPRIMENTO | 4,18 m |
| ALTURA | 1,55 m |
| LARGURA | 1,66 m |
| ENTREEIXOS | 2,46 m |
| PORTA-MALAS | 430 l a 527 l |
| PESO em ordem de marcha | 1.142 kg Automatizada: 1.150 kg |
| TANQUE | 50 l |
| SUSPENSÃO | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira dependente, tipo barra de torção |
| FREIOS | Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira |
| CORES | - |
| PREÇO | R$ 48.790 a R$ 57.860 |
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