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Teste: Volkswagen Tiguan Allspace Comfortline

Novo SUV da Volkswagen aposta no espaço interno e capacidade para 7 ocupantes para conquistar as famílias

por Marcelo Monegato

Jeep Compass vendendo igual água no deserto. Honda CR-V, totalmente reformulado, arrebatando os conservadores apaixonados por qualidade pós-venda. Peugeot 3008 e 5008 seduzindo os vaidosos com design realmente dignos de elogios. E Chevrolet Equinox atacando com performance e custo-benefício. Nessa rinha de utilitários esportivos premiuns, com uma ‘porrada’ de outros concorrentes, a Volkswagen tenta encaixar alguns golpes com o novo Tiguan Allspace. Suas armas?  Sobe aí que a gente te conta no caminho...

Escolhemos a versão intermediária Comfortline, que parte de R$ 149.990 e que tem como único opcional, além da pintura – preços variam de R$ 2.140 a R$ 2.550 –, o teto-solar panorâmico por R$ 4.000. A versão de entrada não sai por menos de R$ 124.990 e a topo de linha R-Line, R$ 179.990.

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Preços, versões, ficha técnica e opiniões de donos do Volkswagen Tiguan Allspace Ofertas do Volkswagen Tiguan
Nesta configuração, o motor é o 250 TSI. Na realidade é uma nomenclatura diferente do já conhecido 1.4 TSI – motor de quatro cilindros, injeção direta de combustível e turbocompressor. Este propulsor, independente do combustível, gera 150 cv de potência máxima a 5.000 rpm e torque de 25,5 kgf.m.

Apenas como forma de comparação, o ‘cara’ em performance é o Equinox. O Chevrolet fabricado no México chega equipado com motor 2.0 turbo de quatro cilindros, injeção direta de combustível, que proporciona 262 cv de potência e 37 mkg.f. Já 3008 ataca com o conhecido 1.6 16V THP de 165 cv e 24,5 kgf.m de força, enquanto o CR-V vai de 1.5 16V turbo de bons 190 cv e, assim como o francês, 24,5 kgf.m de torque.
Para o Tiguan Allspace, este conjunto mecânico está de bom tamanho. Atende às necessidades deste grandalhão de quase 1.600 quilos.  As acelerações são interessantes, mas o que mais me agrada são as retomadas. Isso por conta de o torque estar 100% disponível em uma ampla faixa de torque, entre 1.400 e 3.500 rpm.

E um dos responsáveis por entregar esta performance condizente com a proposta do SUV é a transmissão automatizada de dupla embreagem e seis marchas. Sim, trata-se da renomada DSG, que equipa alguns canhões da marca, como o próprio Golf GTI e seu motor 2.0 TSI de 230 cv. Este câmbio consegue entregar calmaria ao motor, fazendo ele trabalhar em rotações mais baixas em uma condução diária, focada em reduzir o consumo de combustível, ao mesmo tempo que em uma tocada mais ‘apimentada’, arranca do propulsor performance. Mas atenção: o Tiguan Allspace não tem como objetivo arrancar suspiros.

De acordo com a Volkswagem, o Tiguan Allspace crava, na cidade, 6,8 km/l com etanol e 8 km/l com gasolina. Conseguimos, entretanto, fazer um pouco mais 8,5 km/l com derivado de petróleo. Já na estrada, os números anunciados são de 10,1 km/l no álcool e 11,7 km/l na gasolina. A uma média de 100 km/h cravamos 13 km/l, o que nos deixou bastante satisfeitos.

Ponto positivo para o bom ajuste da suspensão do Tiguan, que assim como os demais veículos da marca alemã, consegue absorver as imperfeições do asfalto sem transmitir muito os impactos para a cabine, ao mesmo tempo em que oferece firmeza para uma condução mais esportiva – apesar de essa não ser a proposta do SUV –, inclinando muito pouco a carroceria em curvas mais acentuadas em velocidades mais elevadas e em frenagens mais bruscas.

Importante lembrar que o Tiguan Allspace é 100% tração dianteira, deixando claro que não tem a menor pretensão de se arriscar em trilhas off-road. O negócio dele é no asfalto. Na cidade. Nada de lama, dunas ou coisas do tipo. E suas reações são típicas de uma combinação de 4x2 e motor turbo. Se pisar fundo no acelerador com o controle de tração desligado, os 25,5 kgf.m de torque vão ser descarregados em baixas rotações e o Tiguan vai destracionar, promovendo uma perigosa saída de frente.

Os freios são a disco nas quatro rodas – ventilados na dianteira e sólidos na traseira. E como manda a legislação, sistema ABS (antitravamento das rodas) é de série – também vem com EDB (distribuição eletrônica da força de frenagem). O Tiguan tem freio de estacionamento eletrônico e tecnologia que ajuda em partidas em rampa, evitando que o carro desça.

INTERIOR

É por dentro, porém, que o Tiguan justifica a alcunha Allspace. É realmente espaçoso. A começar pelo fato de entregar capacidade para até 7 ocupantes – somente a versão de entrada é de cinco lugares. Agora, o Volks tem 4,70 metros de comprimento, sendo 2,79 de distância entre os eixos. Com a terceira fileira de bancos montada, a capacidade do porta-malas é de apenas 216 litros. Já com a terceira fileira rebatida, a capacidade sobe para interessantes 686 litros.

Lógico que quem fica na terceira fileira não desfruta da melhor posição. Devido o assoalho mais elevado, os joelhos ficam mais dobrados. E quem é alto, com mais de 1,80 metro de altura, a cabeça vai raspar no teto. Concluindo: é o lugar da molecada! Importante ressaltar que em todos os assentos contam com encosto de cabeça e cinto de três pontos.

Outro artifício excelente do Allspace são as regulagens da segunda fileira de bancos – que pode ser rebatida completamente, ampliando ainda mais a capacidade de carga do porta-malas. Os assentos oferecem inclinação do encosto e ajuste longitudinal, que ajuda não apenas aos passageiros desta fileira e se sentirem mais confortáveis, como também ampliando o espaço e facilitando o acesso daqueles que vão de ‘castigo’ na terceira fileira.

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A posição ao volante a posição é muito boa. Elevada, como deve ser em um SUV, permitindo uma ampla visão do tráfego e uma melhor noção de espaço com relação ‘onde’ estamos colocando o ‘grandalhão’. Os ajustes do banco do motorista são elétricos e a regulagens de altura e profundidade da coluna de direção são amplos, o que permite, mesmo o Tiguan Allspace sendo um SUV tamanho ‘G’, vestir perfeitamente motoristas tamanho ‘P’, ‘M’ ou mesmo ‘GG’.

O volante é multifuncional e tem excelente empunhadura. A assistência é elétrica, o que amplia o conforto em manobras diárias, como aquela baliza marota – se é que algum proprietário deste tipo de veículo prefere parar na rua a deixar em um estacionamento privado ou no valet. Para dar aquela força nas manobras, aliás, o Volkswagen tem câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.

O Tiguan Allspace Comfortline custa 149.990. Por este preço, a lista de equipamentos é somente ok. Com relação aos itens de segurança, por exemplo, o modelo vem com seis airbags (frontais, laterais e de cortina – poderia trazer o de joelhos para o motorista, como toda linha Golf 2018) e Isofix para fixação de cadeirinha de criança.
Ponto positivo para o ar-condicionado digital de três zonas e principalmente para a central de infotainment Discover Media com tela colorida sensível ao toque de 8 polegadas e compatível com Android Auto, Apple CarPlay, Mirrorlink e ainda com função de navegação por GPS. Pela central também é possível acessar informações sobre o carro, como a calibração dos pneus. Chama a atenção a agilidade desta central, que é extremamente intuitiva – definitivamente uma das melhores disponível hoje no mercado brasileiro.

No entanto, a Volks poderia ter investido mais em itens de conforto e tecnologia. O Tiguan poderia vir, mesmo nesta versão intermediária, com painel completamente digital Active Info Display, chave presencial com partida pelo botão (pois é, este Volks ainda só pega quando colocamos a chave no contato e a giramos...), ACC (Adaptative Cruise Control), Park Assist 2.0, alerta de objeto no ponto cego do motorista ou fechamento elétrico da tampa do porta-malas.
Lembrando que o único opcional é o teto solar panorâmico, que sai por R$ 4.000.

CUSTOS

As três primeiras revisões (10.000 km ou 1 ano) do Tiguan Allspace são gratuitas. Já as três seguintes – 40.000 km, 50.000 km e 60.000 km – têm custo de R$ 1.026,97, R$ 493,40 e R$ 630,07, respectivamente. Totalizando R$ 2.150,44. Já o preço do seguro médio ficou em R$ 4.780 e a franquia em R$ 9.080.

CONCLUSÃO

O Tiguan Allspace é um SUV ok. Não decepciona, mas também não impressiona. Não faz os olhos brilharem. Tem conjunto mecânico que atende às necessidades e um espaço interno realmente interessante e um importante diferencial para muitos de seus concorrentes: ter capacidade para 7 ocupantes. Poderia, no entanto, ter investido mais em itens de tecnologia e conforto, oferecendo, mesmo que como opcional, equipamentos que estão à disposição somente na configuração topo de linha R-Line.


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