Volkswagen Tiguan Allspace R Line 2024 5

Tiguan R-Line 2024: primeiras impressões

O SUV de sete lugares retorna ao mercado brasileiro, com motor menos potente e sem tração integral. Ainda vale a pena?


  1. Home
  2. Testes
  3. Tiguan R-Line 2024: primeiras impressões
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

Os fãs de automóveis lamentaram quando a Volkswagen decidiu interromper a importação do Tiguan Allspace para o Brasil, em 2021. Afinal, era um SUV, mas que oferecia desempenho nervoso em sua versão R-Line 2024. Sem medo de exagerar, era quase um Golf GTI em tamanho família e com tração integral.

A boa notícia é que o SUV acabou de retornar ao mercado brasileiro, com visual atualizado e mais equipamentos. Já a notícia nem tão boa é que o utilitário esportivo voltou mais manso. Mas será que, por isso, deixou de valer a pena? Confira as minhas primeiras impressões nas próximas linhas.

Volkswagen Tiguan R-Line 2024: primeiras impressões

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas
Volkswagen Tiguan Allspace R Line 2024
O Tiguan Allspace R-Line retornou ao Brasil com visual mais comportado e motor 2.0 de 186 cv
toggle button

Visual exterior

Feito no México para os mercados latino e dos Estados Unidos, esse Tiguan Allspace R-Line 2024 não escondia o seu espírito esportivo. Comparado com as configurações com o motor 1.4, ficava muito claro que essa era a versão bombada do SUV médio da Volkswagen.

Como bem disse um amigo ao ver o "novo" Tiguan, a impressão é que, neste retorno, aquele SUV esportivo do passado tomou uma dose cavalar de Maracugina e se tornou um cara mais calmo.

Para quem não lembra, essa era a "cara" do antigo Tiguan Allspace R-Line de 220 cv
Crédito: Volkswagen/Divulgação
toggle button

Eu, particularmente, gostei das alterações visuais: nova dianteira - agora com os faróis IQ.Light Matrix e uma grade cromada com LED decorativo -, novas rodas de 19 polegadas, lanternas de LED com novo arranjo de luzes, novos logotipos, e para-choques com leves retoques.

Aliás, esses faróis IQ.Light Matrix são bem mais tecnológicos que os antigos, que também eram de LED, porém mais simples. Com facho adaptativo, permitem circular com a luz alta ligada sem incomodar os motoristas no sentido contrário.

As mudanças não conseguiram deixar o Tiguan com a mesma identidade visual dos modelos mais recentes da marca (o carro ainda está bem diferente do SUV de terceira geração, já revelado na Europa). Mas ainda é um automóvel bem bonito, ainda que com essa pegada mais classuda que a do antigo R-Line.

Por dentro, o Tiguan ainda agrada pelo bom acabamento e pela posição de guiar
toggle button

Visual interno

Mesmo os fãs dos carros da Volkswagen reconhecem que o acabamento interno é um dos pontos fracos de boa parte dos produtos da marca alemã vendidos por aqui. Uma exceção é o Tiguan.

Aliás, que exceção! O acabamento da cabine do Tiguan é até melhor que o de alguns SUVs de entrada de marcas premium. Além do uso extenso de materiais macios ao toque, chamam atenção os porta-objetos acarpetados nas portas - dianteiras e traseira - e o painel.

O layout do painel e a posição de dirigir repetem o padrão dos outros SUVs da Volkswagen, como o Taos e o T-Cross. O quadro de instrumentos é alto, mas o condutor fica bem próximo do assoalho - mesmo com o banco em posição elevada.

O painel digital configurável de 10,25 polegadas e a multimídia Discover Media, com tela de oito polegadas, fáceis de usar e com boa resolução, são pontos positivos. Mas o visual do conjunto já começa a mostrar sinais da idade. Algo compreensível, já que o SUV de segunda geração foi lançado no mercado internacional em 2016.

Disponível apenas na configuração para sete passageiros - o Tiguan Allspace pode levar - ainda que sem muito conforto, como é padrão nesses carros - duas crianças ou dois adultos de menos de 1,65 m nos banquinhos adicionais, que podem ser rebatidos para dar lugar a um porta-malas com ótimos 686 litros de capacidade.

Os novos faróis IQ.Light Matrix têm iluminação de LED e facho adaptativo
Crédito: Divulgação
toggle button

Equipamentos

De série, o Tiguan Allspace R-Line 2024 tem um pacote de equipamentos bem completo: ar-condicionado de três zonas, tampa do porta-malas com abertura e fechamento automáticos, faróis LED Matrix com controle automático de luz alta e acendimento automático, e sensor de chuva.

A lista inclui ainda carregador de celular por indução, chave presencial, bancos de couro elétricos e com climatização nos assentos dianteiros, retrovisores externos aquecidos e interno eletrocrômico, além da iluminação da cabine configurável, com 30 opções de cores.

Já o pacote tecnológico e de segurança tem o sistema de direção semiautônomo (controlador adaptativo de velocidade, assistentes de mudança e de permanência em faixa e assistente de parada de emergência), seis airbags, frenagem autônoma, monitor de pontos cegos e assistente de estacionamento.

O único opcional do modelo é o teto solar panorâmico, que adiciona R$ 10 mil ao preço final do SUV.

Na traseira, apenas lanternas como novo arranjo de luzes e retoques no para-choque
toggle button

Mecânica

Depois de falar das (boas) novidades, chegou a hora de revelar como ficou o conjunto mecânico do Tiguan Allspace R-Line.

No lugar do motor 2.0 turbo com 220 cv de potência e 35,7 kgf.m de torque, combinado com um câmbio automatizado DSG de sete marchas e dupla embreagem e um sistema de tração integral, o Tiguan R-Line 2024 teve o propulsor 2.0 recalibrado para 186 cv e 30,6 kgfm. Agora com tração apenas na dianteira, tem câmbio automático de oito marchas.

Segundo a Volkswagen, a mudança é reflexo das leis mais rígidas de emissões aqui no Brasil e também nos Estados Unidos, onde esse Tiguan ainda é comercializado.

O resultado óbvio foi uma piora nos números de desempenho. O carro "novo" vai de zero a 100 km/h em nove segundos, com velocidade máxima de 215 km/h. O "antigo" R-Line levava 6,8 segundos para atingir os 100 km/h e chegava à velocidade máxima de 223 km/h.

Por outro lado, o Tiguan ficou mais econômico. Se o conjunto mecânico antigo registrava médias de 8,3 km/l (cidade) e 9,6 km/l (estrada), agora essas marcas são de 9,2 km/l (cidade) e 11,3 km/l (estrada). Os números são os oficiais, do Inmetro.

O volante, com comandos sensíveis ao toque, é bonito, embora não muito prático
toggle button

Ao volante

É óbvio que essas mudanças mecânicas refletiram no comportamento do Tiguan ao volante. O antigo R-Line era um carro nervoso, que tinha uma sobra imensa de motor e, ao mesmo tempo, era grudado no chão.

Já esse Tiguan Allspace R-Line pós-Maracugina (quer dizer, com o novo conjunto mecânico) é um carro mais manso. Testei o SUV nas ruas e estradas da região de Itu, no interior paulista, e o modelo da Volkswagen ainda entrega um desempenho muito bom para um carro de quase 1,8 tonelada. Porém, sem impressionar nas respostas ao acelerador como o antigo R-Line.

Um exemplo prático disso é quando rodava com o modo de condução "Eco" acionado, o mais manso dos quatro disponíveis (Eco, Normal, Esporte e Individual). Numa alça de acesso para a rodovia SP-079, precisei pisar fundo para ultrapassar um caminhão e o conjunto motor/câmbio demorou para reagir. Aliás, esse Tiguan de 186 cv não faz o corpo colar no banco mesmo em arrancadas com o modo "Esporte" acionado.

Ainda que sem empolgar, o modelo da Volkswagen vai muito bem para um SUV tão pesado, principalmente no uso rodoviário. E entrega boas respostas em retomadas. Além de ainda ser um carro agradável de guiar mesmo com a perda do sistema de tração integral.

A direção firme e direta e a suspensão firme, mas sem ser desconfortável, ainda fazem com que o Tiguan Allspace seja bom de curva e uma boa escolha para aqueles que privilegiam o prazer ao guiar.

O Tiguan Allspace R-Line é cerca de R$ 2.500 mais barato que o concorrente Jeep Commander
Crédito: Divulgação
toggle button

Conclusão

O Tiguan Allspace R-Line retornou ao Brasil com o preço de R$ 278.990. Pouca coisa mais barato que o concorrente direto Jeep Commander Overland T270, que sai por R$ 281.690 e tem motor 1.3 turbo de 185 cv.

Mesmo com o motor 2.0 menos impressionante, o SUV da Volkswagen ainda trava uma disputa equilibradíssima com o concorrente da Jeep, se destacando em pontos como lista de equipamentos e até mesmo em desempenho.

O Tiguan Allspace R-Line 2024 ainda é um bom carro, principalmente para quem busca um SUV que seja bom de guiar. O problema é que a marca da Stellantis já prepara um Commander com o motor 2.0 de 272 cv da picape Rampage. Isso certamente vai embolar mais a situação do Tiguan nesse retorno ao solo brasileiro.

Vídeo relacionado

Comentários