Volvo C30

Sueca reinveste no País com seu hatch ousado


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Luís Figueiredo
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- Moderno e pouco a ver com a imagem careta que estigmatizou a Volvo. O hatch C30 chega ao Brasil com a missão de rejuvenescer a imagem da marca e alavancar as vendas no País. Lançado no Salão de Paris do ano passado e fabricado em Ghent, na Bélgica, compartilha a plataforma com o S40, sendo 22 cm mais curto que o sedã. Como concorrentes a Volvo aponta Mercedes-Benz Classe B, BMW Série 1 e Audi A3 Sportback.

A meta inicial é comercializar 200 unidades do modelo até o final de 2007, nas 9 lojas distribuídas apenas nas regiões sul e sudeste. Ano que vem, quando serão abertas três novas lojas, sendo duas delas na região nordeste, a Volvo pretende elevar as vendas para 300 carros.

São três as versões do C30. A de entrada é equipada com motor quatro-cilindros de 2 litros/145 cv 18,9 kgfm de torque máximo e custa R$ 89.933,00. A intermediária é apontada pela Volvo como a que deverá vender mais, respondendo por 40% do volume. As duas outras dividirão igualmente o restante – este foi o porcentual das primeiras unidades pedidas pela rede. Escolhida para a avaliação inicial, é equipada com motor cinco-cilindros de 2,4 litros/170 cv e 23,5 kgfm de torque e custa R$ 113.900,00.

A topo-de-gama T5 traz o motor cinco-cilindros de 2,5 litros, com turbocompressor de baixa pressão e duplo comando de válvulas variável no cabeçote. Desenvolve potência de 220 cv a 5.000 rpm e bons 32 kgfm a apenas 1.500 rpm. Mais equipada e sofisticada, custa R$ 133.900,00.

Na Europa há, entre as nove versões disponíveis, uma com motor de 1,6 litro/100 cv e outra flexível em combustível – atraente possibilidade, mas esta não poderia rodar no Brasil, pois seu motor quatro-cilindros de 1,8 litro/125 cv admite apenas o E85, etanol com 15% de gasolina. Não está habilitada ao nosso E100. A 1ª, mesmo sendo menos potente e despojada de equipamentos não teria aqui preço atraente, por conta dos 35% de imposto de importação. Mas não deixa de ser alternativa no futuro, dependendo da performance das versões atuais em vendas.

O C30 tem tração dianteira em todas as versões. Para a versão de entrada é oferecida apenas caixa de câmbio manual de 5 marchas. A T5 terá, inicialmente, caixa automática com acionamento seqüencial. Poderá ser opcionalmente equipada com caixa manual de 6 marchas.

A versão 2.4 é equipada unicamente com câmbio automático de 5 marchas e acionamento seqüencial. A caixa aproveita e distribui bem a força do motor. Quando em modo manual, dá liberdade ao motorista de manter a marcha desejada até a faixa de corte, 6.800 rpm. Assim, evita-se que, numa curva tomada em velocidade e com giro alto, a caixa efetue mudança de marcha – o que comprometeria a estabilidade do carro e a segurança de motorista e ocupantes. Na avaliação, mostrou outra qualidade: a 120 km/h o motor está trabalhando a apenas 2.500 rpm, o que denota o acerto mais longo do câmbio.

Pobre em informação, a ficha técnica brasileira não tem números de desempenho, mas no site internacional de imprensa eles estão disponíveis. Embora haja diferença entre os resultados obtidos lá fora gasolina sem etanol, enquanto a nossa tem 25%, pode-se ter idéia da performance de cada um dos modelos. Para a 2.0, a Volvo declara aceleração de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e velocidade máxima de 210 km/h. A intermediária 2.4 chega a 215 km/h e vai da imobilidade aos 100 km/h em 8,8 s. A esportiva T5 atinge 235 km/h com o câmbio automático 240 km/h com o manual, chegando aos 100 km/h em 7,1 segundos 6,7 s.

Na ficha “estrangeira” a Volvo declara bons números de consumo para o C30. Em percurso misto 55% cidade, 45% estrada o 2.0 percorre 13,7 km com um litro de gasolina. O C30 2.4 com câmbio automático anda pouco menos: 11,1 km/l. A T5 percorre 10,6 km/l de gasolina. Detalhe: o tanque de combustível tem 55 litros de capacidade no modelo 2-litros e 62 litros nas versões intermediária e de topo. Com isso, a despeito do maior consumo o 2.4 e o T5 conseguem boa autonomia, 688,2 e 657,2 km, na ordem. A 2.0 roda 753,5 km com um tanque.

A suspensão é independente nas quatro rodas, tipo McPherson na dianteira e multibraço na traseira. O conjunto mostrou-se algo ruidoso quando rodando pelas ruas esburacadas da capital paulista. Já durante a rápida avaliação, em trecho da rodovia Anhanguera, pôde-se notar o acerto aparentemente mais firme, oscilando pouco longitudinalmente, mas permitindo inclinação da carroceria em curvas.

A posição de dirigir é adequada. Banco possui regulagem manual de altura e acomoda bem o motorista. Os comandos estão todos à mão e as funções do computador de bordo são selecionadas por meio de tecla na alavanca de pisca, à esquerda. Direção tem assistência eletroidráulica, é rápida e precisa. O volante, no entanto, poderia ser menor – é de grande diâmetro mesmo no esportivo T5.

O banco de trás, ou melhor, os bancos traseiros oferecem espaço razoável para passageiros com algo em torno de 1,80 metro. É superior ao concorrente BMW e iguala-se ao A3 nesse quesito. É benefício dos 2,64 metros de distância entre eixos – que também permitem a boa capacidade de 364 litros para o porta-malas. O compartimento tem tampa retrátil e removível de lona plástica.

O carro é mesmo feito para solteiros ou casais sem filhos, como define a Volvo. Não é possível colocar a cadeirinha de bebê no lugar mais seguro: o centro do banco traseiro, simplesmente porque não há cinto de segurança ou pontos de fixação nessa região. Assim, quem insistir em levar criança deverá acomodá-la numa das laterais não exatamente o melhor lugar, a despeito de toda a segurança alardeada pela fábrica.

Há várias opções de personalização do C30, um tema bastante em voga esses tempos e lucrativo para concessionárias. São 14 as opções de cores para a carroceria e de revestimento do interior. Até mistura de couro e neoprene para os bancos existe. Escolhido e montado com os equipamentos e acessórios oferecidos, o carro chegará ao Brasil em3 ou 4 meses após o pedido. Faróis possuem lâmpadas convencionais – apenas o T5 possui faróis de xenônio – e as rodas são de 16 polegadas na 2.0 e de 17 pol na 2.4i e na T5.

Surpreende a qualidade do sistema de som, oferecido de série – mais refinado conforme a versão –, e sua fidelidade, mesmo no modelo intermediário. O C30 T5 traz equipamento ainda mais sofisticado, com recurso de surround.

Interessante notar duas características do C30. Primeiro, de acordo com a Volvo, 85% do carro são recicláveis. E um traço cosmopolita: os vidros vêm da Bélgica dianteiro, Itália portas e Espanha laterais e vigia traseiro.

Mas será que o consumidor brasileiro está mais familiarizado com a Volvo? Marcos Saade, diretor de Vendas e Marketing da marca no Brasil, afirma que “houve problemas no passado, principalmente com suspensão dos carros e a mecânica, em comparação com a concorrência, e também com a rede, mas foram todos superados”. Saade admite que ainda há certa percepção negativa sobre os produtos suecos, mas a realidade é outra, bem mais favorável à marca. “Hoje é mais fácil vender um Volvo usado do que modelos concorrentes. A rede toda foi retrabalhada, nossos produtos tiveram preços reposicionados leia-se: reduzidos e tudo mudou”.

E resta saber se tanta modernidade assim agradará ao conservador e monocromático consumidor brasileiro – basta ver a quantidade de carros preto e prata rodando pelas ruas. E que a bonita lanterna traseira do C30 custará caro, isso vai custar.Audi A3 Sportback automático

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