Além de ser mais barato que o seu concorrente direto, o Volvo EC40 entrega também muito prazer ao dirigir, com potência de sobra, e boa autonomia
O Volvo EC40 me desperta lembranças. É impossível não pensar nos modelos da marca sueca lançados na década de 2010. Foi uma época em que a Volvo conseguiu unir suas qualidades tradicionais a uma identidade visual muito feliz, que resultou em carros elegantes como a station wagon V60.
Esses Volvo daquela década conquistaram o público e continuam relevantes no mercado brasileiro. O XC60 de segunda geração é prova disso: mesmo após anos nas lojas, está firme como um dos SUVs premium mais desejados da marca.
Mas onde o EC40 entra nessa história? Apesar do nome ter surgido apenas em 2025 no Brasil, o EC40 nada mais é do que o C40 Recharge rebatizado. Lançado em 2022, nasceu sob diretrizes anteriores da Volvo.
E, por isso mesmo, é diferente dos modelos mais novos da marca. Apesar do nome novo.
O EC40 é um elo de transição. Ainda guarda semelhanças com os Volvo da década passada, mas já traz alguns elementos visuais dos lançamentos mais recentes da marca, como o EX30 e o EX90.
Para quem gosta dos Volvo dos anos 2010, isso é uma boa notícia: o EC40 é um SUV-cupê elegante, com linhas atuais, mesmo sem ser tão futurista quanto os novos elétricos da marca.
Tem visual que remete mais aos esportivos que aos utilitários esportivos. Ainda mais com as enormes rodas de 20 polegadas - calçadas com pneus 235/45 (dianteira) e 255/40 (traseira) - que têm acabamento escurecido nessa configuração Black Edition, que é a mais cara da linha.
Construído sobre a plataforma CMA, a mesma do XC40, o EC40 tem 4,44 metros de comprimento, 1,87 metro de largura, 1,59 metro de altura e 2,70 metros de entre-eixos. Dimensões que o posicionam como um SUV médio quase compacto. Para comparar, o XC60 tem 4,71 metros.
É na cabine, contudo, que o EC40 mais lembra os Volvo de 2010. Minimalista, mas no bom sentido: comandos bem posicionados em botões físicos, sem depender totalmente de uma tela gigante. É intuitivo. Mesmo após meses sem dirigir, você leva segundos para localizar os principais controles.
Mas essa volta ao passado também tem seus pontos fracos. O quadro de instrumentos oferece poucas opções de personalização, a multimídia - de nove polegadas - poderia ter tela maior e espelhamento sem fio. Características que podem ser consideradas pecados, atualmente. Ainda mais em um automóvel de marca premium.
Por outro lado, o sistema multimídia é fácil de usar, com Google nativo e integração direta a serviços de streaming, o que torna o espelhamento quase dispensável. O espaço interno é adequado para um SUV compacto. Não sobra, mas também não falta. A ressalva fica para o teto baixo típico dos cupês: quem tem mais de 1,75 metro de altura pode sofrer no banco traseiro.
Já a capacidade de porta-malas é ok para um SUV desse porte. Tem 480 litros de capacidade no bagageiro traseiro, além de 31 litros adicionais sob o capô.
Na versão Black Edition, o EC40 tem chave presencial, bancos dianteiros com ajustes elétricos e memória para o motorista, som premium Harman Kardon com 13 alto-falantes, ar-condicionado automático de duas zonas e multimídia de nove polegadas.
Em segurança e tecnologia, são sete airbags, sensor de chuva, faróis de LED adaptativos, câmera 360° e um pacote ADAS completo, com controlador de velocidade adaptativo, assistente de estacionamento, monitor de pontos cegos, frenagem autônoma, e assistentes de faixa e de tráfego cruzado.
Além da mudança de nome, o EC40 também vai mais longe. São 404 quilômetros de autonomia a partir da versão Ultra. Ou 51 quilômetros a mais que no antigo C40.
É equipado com um conjunto motriz com dois motores elétricos, que desenvolvem 442 cv de potência combinada e 68,3 kgfm de torque. E a tração é integral.
Acelera de zero a 100 km/h em 4,6 segundos - desempenho digno de esportivo -, embora com velocidade máxima limitada a 180 km/h. A bateria é de 82 kWh.
Para completar, o EC40 usa suspensão McPherson na dianteira e multilink na traseira. Os freios têm discos nas quatro rodas.
Estava esperando um carro familiar macio e pacato? Então o EC40 não é para você.
A combinação de pneus de perfil baixo com uma suspensão de curso curto faz com que o SUV cupê da Volvo seja um pouco mais firme do que a média dos elétricos do mercado brasileiro.
Fica bem claro que a meta da marca sueca é oferecer um conjunto mecânico capaz de segurar o rojão que é esse carro, que é muito bom de guiar.
Mesmo com o torque de sobra garantindo acelerações de colar o corpo no banco ao menor esforço, o EC40 é previsível, silencioso e está sempre na mão. Em resumo: um belíssimo carro para botar na estrada.
E tem o lance da boa autonomia também. Mesmo na estrada, que é a condição em que um elétrico gasta mais energia, o contador de alcance do EC40 demora para baixar.
Ajuda nisso também o navegador GPS da multimídia, que é capaz de estimar o percentual de carga da bateria quando você chegar ao seu destino. Ótimo para planejar uma viagem.
O plano de manutenção do EC40 prevê revisões a cada 30.000 quilômetros ou 24 meses.
Mas a marca cobre as três primeiras paradas obrigatórias de manutenção, o que significa que a primeira revisão paga só será aos 120.000 quilômetros. Com o preço de R$ 1.099 na tabela atual.
A garantia é de três anos ou 100.000 quilômetros, e a da bateria é de oito anos ou 160.000 quilômetros.
O valor do seguro, simulado no Auto Compara, varia entre R$ 5.847 e R$ 17.928. Considerando o perfil de um homem casado, 38 anos, morador de São Paulo. E sem descontos ou bônus.
Na versão Black Edition, o Volvo EC40 custa R$ 389.950. Um preço competitivo, que o coloca na mesma faixa de SUVs premium híbridos e a combustão, e ainda mais barato que o rival direto BMW iX2.
Mas o que realmente importa é que, além de competitivo, o EC40 entrega prazer ao dirigir, potência de sobra e autonomia suficiente para viagens longas. É um carro que olha para o passado com carinho, mas aponta para o futuro com confiança.
Quem disse que nostalgia não pode ser um bom negócio?
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