VW Bora e Renault Mégane Dynamique 1.6 16V

Por que esses dois bons produtos ainda não vendem tanto quanto poderiam? Leia e entenda.


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Luís Figueiredo
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- Atualmente no segmento de sedãs só se fala de novo Honda Civic, Chevrolet Vectra e Toyota Corolla. Juntos, os três representam 88% das vendas, ou 44.535 unidades no primeiro semestre deste ano. Mas há dois outros modelos que “correm por fora”, sendo também boas opções de compra – Renault Mégane e VW Bora, respectivamente 4º e 5º colocados entre os sedãs médios no ranking de emplacamentos da Fenabrave. Somadas, suas vendas chegam a 2.918 unidades no semestre e 5,77% do segmento. São os modelos que menos vendem nesse segmento.

O VW Bora chegou ao Brasil no final do ano 2000 e nunca teve bom desempenho em vendas. O problema inicial era seu preço alto. Mas a linha 2006, que em desenho é a mesma desde o final de 2004, trouxe como principal novidade a redução de preço. Hoje o Bora está mais barato do que há um ano e meio – R$ 55.980,00 com câmbio manual e R$ 59.885,00 com caixa automática em agosto de 2004, custava R$ 56.907,00 e R$ 62.428,00, manual e automático. Ganha em preço do Corolla XEi, vendido por 65.391,00; do Civic LXS, R$ 64.200,00; e do Vectra Elegance, que custa R$ 62.482,00 – preço de tabela; pesquisa da agência AutoInforme, parceira do WebMotors, detectou preços abaixo desse valor para o sedã GM leia a matéria aqui.

Fabricado em Puebla, no México, de onde sai com o nome de Jetta veja detalhe na foto, o Bora se beneficia do acordo automotivo com aquele país, que permite a importação do carro sem o pagamento de imposto. Por isso o preço competitivo perante os modelos fabricados no Brasil. Aliás, terça-feira 11 de julho a VW apresentará o “verdadeiro” Jetta, agora baseado na 5ª geração do Golf. Mas isso não significará a morte do Bora, já que o novo modelo chegará por preço bem mais alto, na faixa dos R$ 90.000,00.

Mais barato do que os concorrentes, o Bora oferece de série ar-condicionado digital, airbag duplo, freios a disco nas quatro rodas com ABS, travas das portas, vidros e retrovisores elétricos e toca-CD com leitor de arquivos MP3 e WAV. Também traz volante com regulagem de altura e profundidade e tem bom acabamento – ainda que a borracha utilizada no apoio de braço nas portas e no console central se desgaste com o tempo, dando aspecto ruim ao interior.

É equipado com motor a gasolina de quatro cilindros e 2 litros de cilindrada, que gera potência de 116 cv a 5.200 rpm e 17,3 kgfm a bons 2.400 rpm. De acordo com a VW, o Bora automático, como o avaliado pelo WebMotors, atinge 192 km/h de velocidade máxima e vai da imobilidade aos 100 km/h em 11,9 segundos. Seus números de consumo divulgados pela fábrica são razoáveis – 7,7 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada sempre com câmbio automático.

Mas o Bora tem apenas 2,51 de entreeixos o mesmo do Golf IV, modelo do qual deriva, o que significa espaço reduzido para passageiros do banco de trás. O desconforto é ainda maior pelo teto baixo nessa região e pelo túnel central, que é alto e rouba o espaço para as pernas. Seu câmbio automático tem quatro marchas e pouca inteligência, implicando na desagradável “caçada às marchas” numa subida, por exemplo. E, embora a tampa do porta-malas possua articulação pantográfica, o compartimento tem 455 litros de capacidade, ficando longe dos 520 litros do Mégane, que tem entreeixos de 2,69 metros.

Renault Mégane

O Renault Mégane é um projeto moderno e muito mais atual do que o do Bora. Tem duas opções de motor: 1,6-litro 16 válvulas quatro por cilindro, duas para admissão, duas para escape flexível em combustível e 2-litros 16V a gasolina – câmbio automático oferecido apenas para esta.

A versão aqui avaliada é a Dynamique, motor de 1,6 litro e câmbio manual, que custa R$ 60.490,00. Esse motor gera potência de 110 cv com gasolina e 115 cv com álcool, sempre a 5.750 rpm. Seu torque máximo é de 15,2/16 kgfm a 3.750 rpm. De acordo com a Renault, o Mégane chega a 182/186 km/h de velocidade máxima gasolina/álcool e acelera de 0 a 100 km/h em 12,5/12,8 segundos. Na estrada, tem a boa marca de 16,1 km/l quando rodando com gasolina 11,3 km/l com álcool; na cidade, fica em 11,9 km/l 8,6 km/l com álcool.

Destaca-se pela segurança a bordo: são de série, e em todas as versões, freios a disco nas quatro rodas com ABS e distribuição eletrônica das forças de frenagem, airbags dianteiros para motorista e acompanhante em dois estágios, cinco apoios de cabeça e cinto de três pontos também para o passageiro central do banco traseiro.

Chama a atenção o cartão-chave e a partida por meio de botão no painel só se realiza pisando-se no freio. Sua alavanca de freio de estacionamento possui formato de um manete de avião e o acionamento dos vidros elétricos é por um toque. Na versão Dynamique traz de série acabamento em veludo e painel em tom claro, ao qual os botões do ar-condicionado conferem ar moderno. O quadro de instrumentos tem iluminação em vermelho, muito agradável aos olhos. Fazem parte dessa versão rodas de liga leve de 16 pol. com pneus 205/55, volante e manopla do câmbio em couro e sistema de alarme.

Como já havia sido apontado por nosso colunista Fernando Calmon na avaliação de estréia do modelo, o Mégane se destaca pelo baixíssimo nível de ruído a bordo, câmbio preciso e bons freios com a tranqüilidade oferecida pelo ABS. A direção é perfeita, com assistência elétrica variável na medida exata tanto na cidade, em que é bem leve para auxiliar em manobras, quanto na estrada, com o peso ideal. Mas essa característica tem dois lados: tanta perfeição acaba por passar ao motorista a sensação de ter um joystick às mãos, o que pode desagradar a quem prefere maior sensibilidade.

As marchas são um pouco curtas. Ajudam no trânsito urbano, mas na estrada, cruzando a 120 km/h, o conta-giros está perto das 4.000 rpm, marca superada a 130 km/h. Com isso, sobe o consumo de combustível e finalmente se percebe ruído a bordo da cabine. Sua posição de dirigir é ideal e há bastante espaço para passageiros no banco de trás.

O Mégane se iguala ao Bora em configuração de suspensões – independente tipo McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira. No Renault, o acerto tem ótima relação conforto-estabilidade. Tem tanque de combustível com 60 litros de capacidade, oferecendo boa autonomia mesmo com álcool, ponto positivo frente ao Vectra e ao Civic. No sedã GM, o tanque vai crescer de 52 para 58 litros, melhor para o motor beberrão; o do Civic tem apenas 50 litros de capacidade.

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