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VW Jetta ganha fôlego e deixa velho hábito de lado

Sedã recebe o moderno motor 1.4l do Golf, mas cobra alto por isso

por Rodrigo Ferreira

Gosto muito de um ditado em inglês: “old habits die hard”, que em uma tradução livre seria o equivalente a “velhos hábitos são dificeis de morrer”. Por quatro anos, o Volkswagen Jetta carregou a expressão a sério ao sustentar na sua versão de entrada o ultrapassado motor 2.0L de 8 válvulas (EA 113), que estava em fabricação desde a década passada, pelo menos.


Agora, a linha 2016 está mais enxuta em termos de motor e o objetivo é claro: ganhar mercado e ser páreo para a concorrência. Será que consegue? Vamos aos fatos. O novo propulsor é o mesmo que já equipa os nacionalizados Golf e Audi A3, porém no caso do sedã da VW o propulsor só bebe gasolina. Vai entender.


Sem dúvida, neste quesito é um retrocesso até em relação ao 2.0L de 8 válvulas, que já era flex. O 1.4L turbo gera 150 cavalos de potência, contra 120 cv, com etanol, conseguido pelo antigo propulsor. Além disso, a melhor notícia é que o torque máximo subiu dos inespressivos 17,7 kgf.m para 25,5 kgf.m, uma melhora de mais de 40%.



 Meu primeiro contato com a atual geração do Jetta foi logo depois do seu lançamento, ainda em 2012. Naquela época, o sedã chamou a atenção pelo design, pela quantidade de equipamentos, o conforto e, sem dúvida, pela falta de agilidade do motor EA.


 Algo que ficava ainda pior por conta da versão top de linha vir equipada com o 2.0L TSi que, na época, entregava 200 cv (depois foi recalibrado para 211 cv). O desempenho era sofrível. Era preciso andar sempre com o motor ‘cheio’, isso quer dizer com as rotações acima dos 4 mil rpm para que o sedã tivesse respostas prontas. O resultado era barulho excessivo na cabine e consumo de combustível alto. Ou seja, um tormento.



Com o novo propulsor o Jetta volta à sua melhor forma física. O torque máximo é sentido desde as 1.500 rpm. O resultado é uma aceleração no 0 a 100 km/h em apenas 8,6 segundos (dado do fabricante) contra 11,1 s do antigo motor na mesma tarefa. Já a velocidade máxima saltou dos 198 km/h para 203 km/h.


O Jetta está  agil no trânsito do dia a dia e confiável nas estradas. Há sossego nas ultrapassagens e também no posto de combustível. O  sedã com o dowsize do propulsor chega a cravar 14 km/l no consumo rodoviário. Na cidade pode ultrapassar os 11 km/l, segundo dados da VW.  


Com o novo propulsor a ótima suspensão traseira multilink, que filtra bem as imperfeições do asfalto e permite uma tocada mais esportiva sem sustos para o  condutor, foi mantida. Vale dizer que na nacionalização dos irmãos Audi A3 e Golf ambos sofreram um downgrade e tiveram a suspensão trocada para eixo de torção, mais barata e menos eficiente.




Uma das novidades que chegaram com o novo motor, a central multimidia sensível ao toque e liberado para Apple Car Play, agrada. O sistema é simples de ser utilizado. É possível manejar o telefone, músicas e até ouvir podcast direto pelo equipamento.


Com as mudanças o preço também foi reajustado e para o alto. Agora (set/2016), o sedã parte de R$ R$ 81.990 na versão Trendline. Na configuração Confortline, o preço começa em R$ 93.990 e pode chegar a R$ 106.374, como no modelo testado, que acrescentou pintura metálica, teto solar e o pacote exclusive, que inclui alguns itens de conforto e estética, como as rodas aro 17. Um valor um tanto alto para quem pretende aumentar as suas vendas com as novidades.


Preço completo

Jetta 1.4L TSI Confortline básico

R$ 93.990

+ Cor metálica

R$ 1.278

+ Teto solar

R$ 4.325

+ Pacote Exclusive

R$ 6.781

Jetta 1.4L TSI Confortline completo

R$ 106.374

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 Conclusão


Na lista dos sedãs médios mais vendidos, o Volkswagen Jetta só aparece na quinta posição. Está bem longe dos preferidos no segmento, Toyota Corolla e Honda Civic, nesta ordem. Jã se vão mais de quatro anos do seu lançamento por aqui e as novidades mecânicas são muito bem vindas em um sedã que já conseguia ter um bom acerto entre conforto e requinte. Porém, o preço alto e as novidades da concorrência (novo Chevrolet Cruze e, daqui a pouco, o Honda Civic) podem manter o sedã da Volks em uma posição dificil no ranking dos sedãs mais vendidos.


O visual começa a ficar datado, mas o sedã ainda consegue agradar com as suas linhas clássicas. O acabamento interno em couro nos bancos é bom, mas poderia ter menos plástico rígido no console e nas portas. O espaço é bom para quatro adultos. O duto central alto e o descansa braços no meio do banco traseiro vai atrapalhar a vida de um quinto passageiro.


ERRATA: Ao contrário do que informamos inicialmente, o câmbio do aposentado 2.0L não era o DSG - como na versão top de linha, com motor 2.0L TSI -  e sim uma caixa automático de seis marchas com conversor de torque, conhecida como Tiptronic. A correção do texto foi feita em 12/09

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