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VW Virtus GTS por mais de R$ 110 mil é boa compra?

Aceleramos a versão apimentada do Virtus, que tem motor turbo e faz de 0 a 100 km/h em 8,7 s, mas pode custar R$ 111.775

por André Deliberato

Você leu aqui no WM1 que o sedã Virtus foi outro carro da Volkswagen que ressuscitou a sigla GTS em uma versão mais apimentada, assim como seu "irmão" Polo, o hatchback da família.
Ambos chegaram no começo deste ano. O VW Virtus GTS, ao preço de R$ 104.940 - mas você também deve ter visto em nosso portal de notícias que, recentemente, seu valor inicial subiu para R$ 107.990 e que pode chegar a R$ 111.775 - se o carro for equipado com os opcionais (pintura metálica e som da grife Beats). Bom negócio?
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Motor turbo

É justamente sobre a versão mais apimentada do sedã que vamos falar. A pergunta que todo mundo faz no começo é exatamente a que está no título: por mais de R$ 110 mil, o Virtus é bom negócio ou vale a pena juntar mais um pouco e levar para casa a versão de entrada do Jetta (que agora começa em R$ 121.040)? A resposta você vai descobrir ao longo dos próximos parágrafos.
Antes, vamos destacar as qualidades do Virtus, portanto R$ 13 mil mais barato que um Jetta "básico". Inspirado no Polo GTS (este, por sua vez, desenvolvido com base no Polo GTI europeu), o VW Virtus GTS é um projeto brasileiro que faz o sedã usar pela primeira o motor 1.4 TSI - o mesmo de Jetta, T-Cross e Tiguan.
Em seu caso, devido à proposta mais esportiva da sigla GTS, a suspensão é preparada para uma tocada levemente mais agressiva - só que, mesmo assim, ela é sensivelmente mais macia que a do Polo, justamente pelo fato de o sedã ser um carro mais "familiar" e privilegiar o conforto.
Isso não significa que ele seja "molenga". O Virtus GTS tem pegada muito mais nervosa se comparado, por exemplo, à sua versão Highline equipada com o motor 1.0 TSI, que antes de sua chegada ocupava a posição mais alta entre sua gama de configurações.

Ronquinho de esportivo... Só lá dentro

Por mais que o desempenho seja divertido - o 0 a 100 km/h é feito em bons 8,7 segundos e a velocidade máxima é de 210 km/h -, toda essa sensação de esportividade é quase que limitada aos passageiros, já que o carro é silencioso visto pelo lado de fora.
Por dentro, o ronco mais encorpado sai de um vibrador propositalmente pensado para os ocupantes -e que portanto pode ser desligado ou até mesmo reforçado, dependendo do gosto do dono do carro.
Curiosamente, o ronquinho que ouvimos no Virtus era mais "nervoso" que aquele que ouvimos no Polo que havíamos guiado algumas semanas antes, mesmo que o hatch tenha uma tocada ligeiramente mais agressiva. Contradição ou uma ideia proposital da Volkswagen?

Motor ótimo, câmbio nem tanto

O motor, como já citamos acima, é o 1.4 TSI - batizado pela volks de 250 TSI -, que tem turbo e injeção direta e consegue entregar 150 cv e 25,5 kgf.m de torque. São ótimos números para a proposta mais agressiva do carro, mas que não "casam" com a caixa de câmbio automática de seis marchas.
Explico: o câmbio não é ruim e se você quiser o carro apenas por causa do visual mais agressivo, ele é mais do que suficiente. Agora, se você procura um carro para, por exemplo, acelerar em pistas fechadas ou track days e gosta do fato de poder levar para casa um legítimo "GTS", esse sistema de transmissão deve um pouco no quesito desempenho.
Nesse sentido, uma caixa automatizada de dupla embreagem casaria melhor com a proposta - mas aí, precisamos lembrar, o carro ficaria muito mais caro. Por que não a caixa manual de seis marchas? Seria o mais indicado, só que neste caso o mercado de revenda jogaria contra. Certamente essa dúvida gerou discussões na alta cúpula da Volkswagen antes do lançamento da dupla GTS.
E o consumo? Pelo menos nesse sentido o uso de tecnologia (falando de turbo e injeção direta) dá resultado: na ciidade ele faz 7,5 km/l com etanol e 11 km/l com gasolina; e na estrada o Virtus consegue fazer 9,6 km/l com etanol e 13,7 km/l com gasolina.

Rodamos com o carro na pista! Assista

Por dentro

No interior do Virtus GTS encontramos absolutamente tudo que a linha Polo e Virtus consegue oferecer. Vamos começar falando da central multimídia de oito polegadas, conhecida como Discover Media, que tem até sensor de aproximação e fácil manuseio, e do painel de instrumentos 100% digital, chamado pela marca de "Active Info Display".
Há, também, um botão no console ao lado da manopla de câmbio para selecionar os diferentes modos de condução, como um bom carro esportivo precisa oferecer. Uma pena que o freio de mão (também conhecido como freio de estacionamento) seja por alavanca.
Outro destaque são os bancos dianteiros mais esportivos, com apoios laterais maiores e de cabeça integrado ao corpo do assento, em um formato comum de se ver em carros de corrida.

Detalhadamente, dá para ver que alguns pontos do painel tem pintura vermelha em alusão à versão mais nervosa, como no contorno das saídas de ar e nas costuras do volante e dos próprios bancos.
Porém... O acabamento não é primoroso como é possível encontrar em carros mais baratos, algo que já é comum de se ver em carros da Volkswagen quando comparados a modelos de outras marcas. De fato, há muito plástico duro no painel, algo que não deveria ser visto em um carro de R$ 110 mil, né?
Por fim, o espaço traseiro também precisa ser lembrado, já que estamos falando de um sedã. Com 2,64 m de entre-eixos, o Virtus consegue receber três adultos nos bancos traseiros (não com muito conforto, mas também sem muito aperto) sem comprometer o porta-malas, que tem 521 litros.

Conclusão

O que podemos concluir é que o Virtus GTS tem motor excelente, proposta quase única e muitos outros atributos, como bom espaço interno, ótimo nível de conectividade e porta-malas de gente grande.
Mas também fica claro que não é fácil pagar R$ 110 mil em um carro feito sobre uma plataforma compacta (a mesma de um Polo 1.0 MSI de menos de R$ 50 mil) com acabamento cheio de plástico.
Portanto, se você pretende assinar o cheque para comprar um Virtus GTS, leve em consideração coisas importantes como o conjunto mecânico e o nível de acabamento.
Se desempenho e consumo forem prioridade, não há rivais na categoria que o superem. Agora, se você chegou ao Virtus GTS por visual e status, talvez seja uma boa ideia olhar para um sedã médio.

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