- Há muito tempo atrás, na velha Bahia, Raul Seixas já dizia:
“Se O Rádio Não Toca!
A música que você quer ouvir
Não procure dançar
Ao som daquela
Antiga valsa
Não! Não! Não! Não!
Não! Não! Não! Não!
Não! Não! Não! Não!...
É muito simples!
É muito simples!
É só mudar a estação
É só girar o botão
É só girar o botão...”
Na canção Se O Rádio Não Toca!, composta por Raulzito, ele lhe oferece a opção da mudança de estação, caso você não goste daquilo que estava sendo dito pelos alto-falantes. Acontece que Dom Raul criou essa música para criticar a truculência da ditadura desenfreada que rolava na época em que a canção fora elaborada. Ou seja, a simples permissão de mudar o botão era impossível.
Quando a Honda lançou a versão DX do City, considerada como a de entrada do sedã, ela visava aumentar a fatia dos consumidores. O incrível é que a diferença em comparação com as demais versões LX, EX e EXL é que o DX não tem sistema de som rádio e alto-falantes e aquela bandeja sob o assento traseiro. Outro detalhe é que o DX usa bancos revestidos por tecido, ao contrário da topo que usa couro.
Mas, se o rádio não toca...
Os preços sugeridos do Honda City com frete incluso base Estado de São Paulo são: R$ 55.420 DX MT, R$ 59.300 DX AT, R$ 57.420 LX MT, R$ 61.300 LX AT, R$ 62.975 EX MT, R$ 66.855 EX AT, R$ 66.780 EXL MT e R$ 72.625 EXL AT. Ou seja, a diferença do modelo de entrada para o intermediário é de R$ 2 mil. Repare que um kit de alto-falante triaxial de 180W da marca H-Buster, custa em média R$ 130. Já as fontes variam muito, entrando na jogada outras necessidades. Uma básica, comprada legalmente, custa a partir de R$ 200. Pô, uma economia e tanto. Não? Os R$ 2 mil não gastos significam praticamente um ano de seguro, 20 tanques de gasolina, dois jogos de pneus para o próprio City ou até o dois PS3 comprados legalmente no Brasil.
Apesar de o City não ter som de fábrica, as vendas da versão DX impulsionarão sim o sedã de entrada da Honda. De acordo com o ranking da Fenbrave, foram comercializadas em 2010 35.131 unidades do City.
Equipado com o bom motor i-VTEC Flex de 1,5-litro, o City oferece 115 cv a 6.000 rpm quando usa gasolina e 116 cv a 6.000 rpm quando usa álcool. O torque é de 14,8 kgfm a 4.800 rpm. Ou seja, um propulsor que está longe de oferecer aquela agilidade, mas que preza pelo consumo eficiente. Um ponto negativo é que tanto a versão avaliada como a LX não têm freios com ABS e EBD. A composição é formada por disco e tambor atrás.
Consumo de combustível
Durante a nossa avaliação, o Honda City com câmbio automático de cinco velocidades, sem som de fábrica, fez 7,2 km/l na primeira prévia e 6,8 km/l na segunda. Nas duas ocasiões o carro estava abastecido com álcool e o trecho predominantemente era o urbano. Em outra medição, com o City EXL manual, o WebMotors registrou no circuito urbano, abastecido a álcool, 7,6 km/l. No cenário rodoviário, com o combustível de cana, a média subiu para 9,8 km/l.
Transmissão
A transmissão automática de cinco velocidades não é tão esperta quanto parece, ela precisa de um empurrãozinho para fazer as retomadas diante das mudanças de faixas. Apesar disso, o câmbio oferece boa praticidade no para e anda do dia-a-dia e conforto e economia no regime rodoviário. Quase tudo perfeito, se não fosse a leve falta de agilidade. Vale lembrar que o City é equipado com um 1,5-litro.
O WebMotors rodou com o novo Honda City na época do seu lançamento por cerca de 50 km na região de Indaiatuba, interior de São Paulo. O carro foi lançado em julho de 2009.
Na ocasião do lançamento já havíamos levantado a lebre de que, com o valor equivalente do Honda City topo de linha - R$ 72.625 EXL AT - dá para comprar modelos superiores, tanto em tamanho como em motor. O exemplo está nos testes elaborados pelo WebMotors: Comparativo entre sedãs ou Fiat Linea Dualogic enfrenta Fiat Linea T-Jet. Outro concorrente do sedã da Honda é o Volkswagen Polo Sedan I-Motion, um carro já consagrado no mercado por sua confiabilidade, que chega agora com câmbio robotizado. O valor sugerido para a versão topo deste sedã da VW é de R$ 53.815.
Conclusão
O City não é um carro ruim. Pelo contrário: ele oferece um bom DNA Honda. O problema é o seu valor sugerido diante do que é oferecido. Quero só ver como será a vida do City quando a Honda apresentar o novo Civic, no segundo semestre de 2011.
FICHA TÉCNICA – Honda City DX



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