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Sob o guarda-chuva da Renault, a marca chinesa estreou em julho no Brasil com o SUV médio elétrico EX5. Agora, chegou a hora de explorar a faixa de entrada dos carros a bateria com o EX2, um hatch compacto que aposta forte no custo-benefício. Será que o novato é o carro certo para você?
Teste: Geely EX2 Max
Um nicho (quase) inexplorado
Mesmo com novidades chegando praticamente a cada minuto, o mercado brasileiro de carros elétricos ainda tem algumas brechas que podem ser exploradas pelos fabricantes. Uma delas está, justamente, na base da pirâmide.É que boa parte das marcas recém-chegadas ao Brasil decidiiu apostar as fichas em SUVs na faixa a partir dos R$ 200 mil. Foi assim com a própria Geely, que priorizou o EX5 na sua estreia brasileira.
Com isso, até há pouco, quem buscava um elétrico abaixo dos R$ 140 mil tinha como únicas opções os modelos subcompactos. Carros como o Renault Kwid E-Tech e o BYD Dolphin Mini. Modelos muito versáteis no uso urbano, mas menos práticos em um uso mais amplo.
E o Geely EX2 veio justamente para quebrar essa lógica. É um hatch compacto elétrico com preço de subcompacto, além de um pacote mecânico e de equipamentos que lhe permite brigar, inclusive, com os automóveis a combustão na mesma faixa de mercado.
Na versão de entrada Pro, o EX2 sai por R$ 123.800. É pouco mais caro que um Dolphin Mini. Mas, mesmo nessa configuração das fotos, a topo de linha Max, o modelo tem no preço um dos mais fortes argumentos de venda: sai por R$ 136.800, ou R$ 13.100 a menos que o concorrente direto BYD Dolphin.
E vamos às dimensões: o Geely EX2 tem 4,13 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,58 metro de altura e 2,65 metros de entre-eixos. É porte de hatch compacto, mas com distância entre os eixos dianteiro e traseiro idêntica a do sedã Volkswagen Virtus.
Espaço de sobra. Para pessoas e malas
Com dimensões tão favoráveis, o espaço interno é - de fato - um dos pontos fortes do Geely EX2. Para quem vai na frente, a área disponível é bem boa para um hatch de dimensões compactas.Mas leva vantagem, mesmo, quem viaja no banco traseiro. Com assoalho plano e amplo espaço para os joelhos, a sensação é de que você está viajando em um sedã compacto "dos grandes". Ou até mesmo em um três volumes médio.
E para quem tem filhos pequenos, outra vantagem: a carroceria é alta e as portas têm bom ângulo de abertura. Características que facilitam na hora de colocar ou tirar a criança da cadeirinha.
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E no visual e no acabamento? Aqui, o EX2 não destoa tanto de outros chineses. Tem cabine minimalista, com acabamento caprichado - tem até luzes decorativas em LED no painel e nas laterais de porta dianteiras - e uma multimídia de tela grande, com 14,6 polegadas.
E por falar em telas, gostei do layout usado tanto na multimídia quanto no quadro de instrumentos digital, de 8,8 polegadas. Além da ótima resolução, o grafismo também confere um ar de refinamento para o EX2.
A área para bagagens também é bem boa. São 375 litros no porta-malas e mais 70 litros no compartimento dianteiro, sob o capô. Fiz o teste e é possível guardar uma mala de bordo de 10 quilos no espaço - apropriadamente - chamado de fronta-malas pela Geely.
Só uma coisa me incomodou na cabine do EX2: o fato de a multimídia não ser compatível com espelhamento do smartphone via Android Auto e Apple CarPlay. A própria Geely reconhece que isso precisa mudar e afirma que está trabalhado numa solução.
Mas quem comprar o carro no lançamento terá que contornar essa deficiência baixando o app CarbitLink no celular. Um aplicativo que - literalmente - copia a tela do celular na multimídia. E está longe de ser uma solução prática ou ideal.
Equipamentos
Desde a versão de entrada, o EX2 tem ar-condicionado com saídas de ventilação para o banco traseiro, faróis de LED com acionamento automático, rodas de 15 polegadas, multimídia com tela de 14,6 polegadas, painel digital, seis airbags e seletor de modos de condução.Já a versão topo de linha Max adiciona rodas de liga leve de 16 polegadas, banco do motorista com ajustes elétricos, luz decorativa configurável, câmera 540 graus, carregador por indução e o pacote ADAS com controlador adaptativo de velocidade de cruzeiro, frenagem autônoma e alerta de saída de faixa.
É uma lista bastante completa para um hatch nessa faixa de preço e porte. E não estou falando apenas dos concorrentes elétricos.
Motor e tração traseiros
Na parte mecânica, o Geely EX2 é bem diferente de outros elétricos de entrada aqui do mercado brasileiro.A começar pelo motor de 116 cv de potência e 15,3 kgfm de torque, que é posicionado na traseira e traciona apenas as rodas traseiras. É um arranjo visto normalmente apenas em elétricos com motores mais potentes.
Esse conjunto motriz permite que o EX2 acelere de zero a 100 km/h em 10,2 segundos e atinja a velocidade máxima de 140 km/h. Equipado com uma bateria de 39,4 kWh, o Geely EX2 pode rodar até 289 quilômetros com uma carga de bateria. Uma boa marca para um elétrico de entrada.
Já o conjunto de suspensão tem o tradicional layout McPherson na dianteira. Na traseira, a coisa é um pouco mais exótica. É do tipo multilink, normalmente vista em modelos mais caros. Os freios são a disco, ventilados na dianteira e sólidos na traseira.
Como é dirigir o Geely EX2?
Já adianto que gostei bastante do Geely EX2 ao volante. Esperava encontrar características de rodagem muito mais próximas às de outros modelos importados do país asiático. Ou seja: aquele automóvel macio e totalmente voltado para o conforto. Me enganei.A direção é leve, mas não é molenga em excesso. Mas quem merece aplausos mesmo é a suspensão, que surpreendeu justamente por não priorizar 100% o conforto e entregar um comportamento mais neutro e próximo ao de um hatch a combustão nacional.
Por ser um carro elétrico de tração traseira, estava animado para saber como o EX2 iria se comportar nas acelerações mais fortes. Mas esqueça as rodas destracionando ou a traseira rabeando.
O hatch da Geely é muito ágil mesmo no modo Eco de condução. Mas não chega exatamente a empolgar. É ágil, mas sem entregar doses cavalares de adrenalina. Mais uma vez, lembra um desses hatches nacionais com motores 1.0 turbo.
A principal vantagem da tração traseira é puramente prática: as rodas dianteiras tem um ângulo de esterçamento de quase 45 graus, o que permite ao EX2 manobrar em espaços pequenos com a mesma desenvoltura do - bem menor - BYD Dolphin Mini.
E bora falar na usabilidade. O Geely EX2 concentra uma série de comandos na tela da multimídia. Mas, ao mesmo tempo, ainda tem botões físicos para ativar o ar-condicionado ou regular os retrovisores externos.
E os atalhos na tela central também facilitam na hora de acessar as funções mais usadas do veículo ou alterar o modo de condução. Para ficar melhor, só se o EX2 já fosse compatível com o espelhamento do smartphone.
Quanto custa para rodar com o Geely EX2?
Vou falar primeiro do custo de recarga. Encostei em um eletroposto com 28% de carga da bateria e autonomia restante de cerca de 100 quilômetros.Depois de 50 minutos plugado no carregador, encerrei a recarga com a bateria cheia e autonomia para rodar exatos 356 quilômetros. Valor superior ao do alcance oficial por considerar o perfil de uso do veículo no momento.
No final das contas, gastei R$ 76,08 para conseguir um alcance de mais 250 quilômetros. Lembrando que os eletropostos são a forma mais rápida de carregar um elétrico. Mas, de longe, a mais cara também.
E, agora, falando no custo de revisão. O plano de manutenção do Geely EX2 prevê serviços obrigatórios a cada 20 mil quilômetros ou um ano. Apenas para as três primeiras paradas, o proprietário irá desembolsar R$ 1.310.
Lembrando que a garantia é de seis anos ou 150 mil quilômetros para o veículo, enquanto a da bateria motriz é de oito anos ou 150 mil quilômetros.
Fiz também a cotação do seguro no Auto Compara. Para ter a cobertura completa, o dono do EX2 Max terá que desembolsar entre R$ 2.494,10 e R$ 2.959,96. Isso no perfil de um homem, 38 anos, casado e morador da capital paulista. E não custa nada lembrar que esse valor é sem bônus ou eventuais descontos.
Vale a pena comprar um Geely EX2?
O Geely EX2 entrega preço competitivo - mesmo nessa versão de topo Max - além de bom desempenho e autonomia longa para um elétrico de entrada. De quebra, ainda é espaçoso, bem equipado e bom de guiar.Olhando apenas para o produto, o EX2 tem, sim, potencial para se tornar um dos líderes entre os carros elétricos no mercado brasileiro.
Mas eu e você sabemos que o mercado automotivo é cheio de variáveis e não dá para cravar com 100% de certeza, certo? Afinal, não param de surgir novidades nas lojas.
E, no final das contas, é o consumidor quem sai ganhando. Veja também
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