A Ford começou a apresentar no Brasil a Maverick, a picape média-compacta que será lançada por aqui até o primeiro semestre de 2021, posicionada abaixo da Ranger para competir contra as versões topo de linha da Fiat Toro.
A Maverick ainda não teve o preço divulgado, mas deverá estrear em nosso mercado numa faixa consideravelmente superior ao das configurações mais caras da Fiat Toro, cujos preços variam de R$ 127.890 a R$ 200.890 (novembro de 2021).
Por se tratar de um veículo fabricado do México - que não paga o imposto de importação -, a Maverick também será afetada pela alta do dólar como todo produto que vem de fora do Brasil. Considerando os fatores comerciais e o nível de equipamentos da versão Lariat FX4 mostrada pela Ford, apostamos que a novidade chegará com preços entre R$ 220 mil e R$ 240 mil.
Se esses valores se confirmarem, a Maverick ficará distante da Fiat Toro em termos de preços e acabará competindo dentro da própria Ford com a “irmã” maior Ranger – entre outras picapes do segmento médio, como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Nissan Frontier.
Levando-se em consideração, não só os preços, mas também as principais características técnicas da Maverick, comparamos a novata com a veterana Ranger na faixa dos R$ 240 mil. Confira a seguir!
Para começar, é preciso lembrar que a Maverick é uma picape construída com estrutura monobloco, como os automóveis de passeio. A sua plataforma é a mesma do SUV Bronco Sport, com o qual compartilha o conjunto mecânico, equipamentos e diversos componentes.
A Maverick mede 5,07 metros de comprimento, 1,74 m de altura, 1,84 m de largura (sem espelhos) e 3,07 m de distância entre-eixos. A sua capacidade de carga é de até 680 kg, enquanto a de reboque chega a 900 kg.
A Ranger, por sua vez, utiliza o tradicional e robusto chassi de longarinas sob a carroceria. Ela mede 5,35 m de comprimento por m de 1,85 altura, 1,86 m de largura (sem espelhos) e 3,22 m de entre-eixos.
A capacidade de carga da Ranger cabine dupla fica sempre na casa de uma tonelada. O número correto varia de 1.001 kg (Limited 3.2 AT 4x4) a 1.168 kg (Black/XLS 2.2 AT 4x2), conforme a motorização e nível de equipamentos - quanto mais itens, maior o peso total da picape e, consequentemente, menor a capacidade de carga.
E isso também reflete na capacidade de reboque. A Ranger pode puxar de 1.800 kg (XL 2.2 manual 4x4) a 2.750 kg (Black/XLS 2.2 AT 4x2).
Como explicado anteriormente, a Maverick Lariat FX4 leva sob o capô a mesma motorização do Bronco Sport: EcoBoost: o 2.0 turbo a gasolina de quatro cilindros de 250 cv de potência e 38 kgf.m de torque, com câmbio automático de oito marchas e sistema de tração integral com modos de condução.
Os dados de desempenho ainda não foram revelados aqui no Brasil, mas a Ford informa nos Estados Unidos que a picape acelera de 0 a 60 milhas por hora (96 km/h) em 7 segundos e tem consumo médio de 9,3 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada.
Aqui no Brasil, a Ranger pode ser equipada com duas motorizações turbodiesel, ambas combinadas com transmissão automática de seis velocidades. A primeira é a 2.2 de quatro cilindros, que entrega 160 cv e 38,3 kgf.m. A mais potente é a 3.2 de cinco cilindros de 200 cv e 47,9 kgf.m.
As versões Black e XLS da Ranger com motor 2.2 turbodiesel e câmbio automático têm apenas tração 4x2 (traseira). As demais variantes da picape média são dotadas de tração 4x4 temporária com acionamento eletrônico e reduzida.
A Ranger 2.2 turbodiesel faz de 0 a 100 km/h em 15 segundos e tem consumo médio na faixa de 9 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada (dados de consumo do Inmetro).
Os modelos com o motor 3.2 turbodiesel atingem os 100 km/h na casa dos 11,5 segundos e fazem 8,4 km/l (cidade) e 9,4 km/l (estrada).
A Maverick será comercializada no Brasil em sua versão mais completa, a Lariat FX4. Nessa configuração, a picape média-compacta virá equipada sete airbags; controles de estabilidade e tração; Isofix; monitoramento de pressão dos pneus; faróis de LED com acendimento automático; abertura das portas por código numérico; freios a disco nas quatro rodas; detector de colisão frontal contra pedestres e veículos; freio de estacionamento eletrônico e rodas de liga leve de 17".
Por dentro, terá painel de instrumentos com tela digital de 4,2 polegadas; banco do motorista com regulagem elétrica; ar-condicionado automático de duas zonas; chave presencial; partida do motor por botão; central multimídia com tela de 6,5 polegadas com câmera de ré e o sistema SYNC, além de piloto automático.
Vale destacar que a configuração Lariat FX4 ainda tem suspensão dianteira reforçada; controle de velocidade em descida; protetores de cárter, motor e caixa de câmbio; ganchos para reboque dianteiros; pneus de uso misto e bancos e volante revestidos de couro.
A Ranger na mesma faixa de preços da Maverick Lariat FX4 entrega quase todos os itens acima na versão XLS 2.2 AT 4x4 (R$ 239.590), com exceção da detecção de pedestres, do freio de estacionamento eletrônico, dos freios a disco nas rodas traseiras, da chave presencial e dos faróis de LED com acendimento automático.
Além do motor mais forte, a Ranger Storm 3.2 AT 4x4 (R$ 241.790) segue o mesmo nível de equipamentos da XLS 2.2 AT 4x4, mas oferece uma proposta mais voltada ao off-road com a inclusão de acessórios, como santantônio tubular na caçamba, pneus de uso misto ATR Scorpion, estribos laterais, molduras nas caixas de rodas, adesivos exclusivos.
Caso chegue ao Brasil ao preço, de fato, na faixa dos R$ 240 mil, a Maverick será uma opção mais indicada a quem não precisa de um veículo com grandes capacidades off-road e de carga. A novata tem uma pegada mais urbana e voltada aos consumidores que desejam um veículo versátil para usá-lo esporadicamente em condições leves fora do asfalto, mas que não abrem mão de um bom nível de equipamentos, da dirigibilidade de automóvel e do bom desempenho do turbo.
Já a Ranger atende o público mais “picapeiro”, que realmente submete o veículo a situações mais severas, necessita de maior capacidade de carga e faz questão da força e da elevada autonomia dos motores a diesel.