Depois de certa expectativa, a Chevrolet lançou a versão RS do Onix. A sigla logo gerou certo frenesi entre os fãs do hatch da General Motors, que imaginaram uma pegada esportiva tal qual a do Sandero com mesmo sobrenome. Mas devagar com o andor (devagar, mesmo) porque a semelhança entre os dois só fica mesmo na sigla.
O Onix, conforme WM1 adiantou, é o que chamamos de esportivado. Ou seja: ganha uma nova roupa, com apelo estético arrojado para se distinguir do restante da linha. E só. Acerto esportivo de suspensão e dos freios você só vai encontrar no Sandero, que usa um motor diferente do restante da linha: o 2.0 de 150 cv, contra o 1.0 Turbo comum à linha do compacto da GM.
Mesmo assim, vale você comparar os dois. Em nosso duelo virtual, vamos mostrar o que Onix RS Sandero RS oferecem para você ver se o apelo visual basta, ou se prefere algo mais emocionante para sua garagem.
Como dissemos, se você quer uma pegada mais esportiva e firme, de fato, a pedida é o Sandero RS. Para começo de conversa, ele usa motor 2.0 16V de 150/145 cv. Não é só isso, o hatch compacto da Renault, nesta versão, tem um trato digno: suspensão rebaixada em 2,5 cm e com calibragem mais rígida; freios maiores - a disco nas quatro rodas, com 280 mm na frente e 240 mm, atrás - e pedais e direção mais diretos.
O resultado é um carro com cerca de 1.100 kg e um foguetinho em forma de Sandero. O RS gruda no chão nas curvas, tem respostas mais diretas e o motor aspirado trabalha bem com o câmbio manual de seis marchas. Ainda oferece três modos de condução: Standard, Sport e Sport+. O 0 a 100 km/h é prometido em 8 segundos cravados com etanol e 8,4 s, com gasolina.
O Onix RS usa o mesmo 1.0 três-cilindros 12V turbinado do restante da linha. E aqui o turbo prioriza mais eficiência do que desempenho, enquanto o conforto é garantido pela caixa automática de seis marchas, de mudanças suaves. Tanto que o consumo fica em 10,7 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada, com gasolina. Com etanol, os números ficam em 8,3 km/l e 11,9 km/l, respectivamente.
Os 116 cv até deixaram o compacto mais esperto nessa nova geração, mas o destaque fica mais para as retomadas beneficiadas, pelo torque de 16,8/16,3 kgf.m disponível já em 2.000 rotações. Mas o 0 a 100 km/h está em pacatos 10,1 segundos. Além do mais, freios (a tambor na traseira) e suspensão têm a mesma calibragem que o restante da linha do hatch.
Gosto não se discute, porém aqui não trataremos do desenho de cada carro, e se um é mais bonito do que o outro. Vamos falar dos penduricalhos que Onix RS e Sandero RS recebem em suas variantes - e cujas receitas se mostram bem parecidas.
A GM investiu mais na estética, sem dúvida. Na frente, o seu compacto tem grade do tipo colmeia, faróis com projetores, spoilers maiores e máscara negra e detalhes escurecidos, inclusive na gravatinha que representa a marca Chevrolet.
Bom ressaltar que todo Onix RS tem teto pintado e preto. Nas laterais, chamam a atenção no modelo da GM as capas dos retrovisores em preto metálico e as rodas de liga leve aro 16”. As saias fazem parecer que o carro é mais baixo. Na traseira, spoiler integrado ao para-choque e outro acima da tampa do porta-malas.
Na cabine, costuras vermelhas dão o tom nos bancos, volante e molduras das saídas de ar, e o quadro de instrumentos com a mesma coloração nos grafismos tem ponteiros iluminados por LEDs. Há tapetes com o nome da configuração.
No Sandero RS, a frente é igual à do hatch antes da remodelação de 2019. As luzes de condução diurnas são posicionadas na entrada de ar inferior, que é mais larga nesta versão. Chamam a atenção as pinças de freio vermelhas e as bonitas rodas diamantadas aro 17” com partes internas escurecidas e inspiradas no Mégane RS europeu.
Nas laterais ainda há adesivos em alusão à configuração. Na traseira, a tampa do porta-malas também é diferente da dos Sandero civis, assim como as luzes de LEDs das lanternas. O modelo ostenta ainda ponteira de escapamento dupla.
Na cabine, teto na cor preta e bancos com faixas duplas em tom vermelho, enquanto as portas recebem revestimento de tecido que imita fibra de carbono. Alguns apliques avermelhados, contudo, deixam evidente o acabamento simples, e o volante merecia ter aro menor.
O Onix RS pede R$ 75.590 pela roupa esportiva e fica entre as versões LTZ e Premier. Além dos itens comuns à família (seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistente à partida em rampas, ar, direção elétrica e trio), recebe a nova central MyLink com tela maior (8”), sensor de ré e controle de cruzeiro.
Por apenas R$ 1 mil a mais o Sandero RS oferece desempenho esportivo de verdade. O nível de equipamentos se assemelha ao do Onix RS, mas na segurança só oferece quatro airbags. Em compensação, é vendido com ar-condicionado automático e câmera de ré, de série. A central multimídia tem tela de 6”.
O Renault peca é no pós-venda. É que as revisões com preço do fixo do esportivo cobram pelo desempenho. Além de mais caras, são feitas a cada 8 mil km, ou seja: até 60.000 km você terá de fazer sete visitas. As do Onix RS seguem os valores da linha com motor turbo, com manutenção a cada 10.000 km e preços mais em conta.
Chevrolet Onix
Sandero RS
Se você quer só desfilar e parecer arrojado, vá de Onix RS. Você vai poupar no pós-venda e ter um carro igual aos demais da mesma linha, mas com estilo que, inegavelmente, chama mais a atenção. Porém, se você gosta do prazer de dirigir e quer um carro que acelera e faz curvas como poucos por menos de R$ 80 mil, nem pense duas vezes em ir no Sandero RS.