Se você tem R$ 20.000 a R$ 23.000 e pretende comprar um carro compacto, econômico e com bom nível de equipamentos acima da concorrência, o Kia Picanto pode ser uma opção. O hatch começou a ser importado da Coréia do Sul em 2006, inicialmente na versão EX 1.1 litro de 12 válvulas com 64 cv, nas opções com câmbio manual de cinco marchas ou automático com quatro. Era equipado de série com: ar-condicionado, relógio digital, trio elétrico (vidro elétrico também nas portas traseiras), direção hidráulica, CD e MP3 player, faróis auxiliares, rodas de liga e airbag para o motorista (EX automático). Seus principais concorrentes na época como Citroën C3 e a dupla Peugeot 206/207 são equipados com motor mais forte de 1.4 litro flexível, mas nenhum deles oferece até hoje uma extensa lista de equipamentos de série. Quando o assunto era o consumo o Picanto não fazia feio e dava um baile em outros populares, mesmo não oferecendo a tecnologia flexível. Fazia 14,5 Km/l na cidade. Até hoje o que pesa a favor do Picanto é a garantia de cinco anos. Ou seja, mesmo comprando um usado do ano 2011, você ainda contará com o beneficio por mais quatro anos.
No ano seguinte recebeu a sua primeira mudança estética na grade frontal, ao contrário do restante que permanecia praticamente inalterado. A versão EX 1.0 12V de 61 cv veio em 2008 recheada de novidades que se juntaria a opção com motor EX 1.1. Entre elas, estavam: direção elétrica (para ambas as versões), regulagem de altura do volante de direção, travamento central elétrico das quatro portas e da tampa traseira, manopla da alavanca de câmbio e volante de direção revestidos em couro e airbag duplo, mas a oferta da abertura elétrica das portas era restrita à versão EX 1.1. Além disso, o Picanto ainda ganhava seta incorporada na capa dos retrovisores, entrada auxiliar para iPod e USB. Na parte estética, recebeu novos faróis e lanternas, para-choques, farol de neblina e rodas de alumínio com novo desenho, porém com as mesmas medidas da anterior. Em maio deste ano, a opção com motor 1.1 deixava de ser importada.
A segunda e atual geração do modelo surgiria em 2011 totalmente reformulada e equipada com o novo motor flexível 1.0 12v de três cilindros, porém com maior potência (80/77 cv) em relação ao antigo 1.0 com quatro cilindros. Entre as mudanças mais marcantes, a grade dianteira trapezoidal passava a incorporar o novo DNA da Kia.
DE OLHO NA COMPRA
Na hora de procurar pelas unidades usadas do Picanto, dê preferência as mais novas, acima de 2010 que tem melhor aceitação no mercado, pois já fazem parte da segunda e atual geração, contam com motor flexível e de quebra ainda gozam da garantia de fábrica (um novo tem cinco anos de garantia), desde que o antigo dono tenha seguido o plano de revisões em concessionária. Isso só é possível saber através de notas fiscais e ou dos carimbos das autorizadas no manual de revisões. Apesar disso, tenha em mente que nem todas as peças são cobertas pelo benefício. Outra dica é com relação às peças que são muito caras, mesmo as vendidas no mercado paralelo. Portanto quando acabar a garantia, fugir das autorizadas nem sempre vale a pena, pois dependendo da peça ou acessório, acabam saindo mais caras que nas concessionárias autorizadas. Vale lembrar também que no mercado paralelo geralmente é difícil encontrar peças para o modelo, pois são originais e precisa ser encomendadas diretamente com a fábrica, o que na prática acaba demorando de 20 a 30 dias em média.
Se você prima por agilidade no trânsito, a recomendação é pela versão com câmbio manual. É notória a diferença no desempenho entre as duas. A automática também tem seus fãs e vai muito bem para o caótico trânsito brasileiro, mas é preciso cuidado redobrado ao comprá-la, pois nem todos os donos anteriores fizeram a devida manutenção como completar o nível quando necessário ou substituição do fluido no prazo estipulado pela concessionária autorizada.
Faça testes em ruas de paralelepípedo para avaliar a suspensão e caixa de direção que costuma apresentar problemas precoces como ruídos e vibrações nos rolamentos. Muitos donos reclamam da rigidez da direção - mesmo nos modelos da segunda geração - ao esterçar o volante e até de ruídos metálicos. Alguns chegaram até a trocar a barra da direção, mas sem solução. O problema, na maioria dos casos, está nos sensíveis rolamentos presentes no conjunto pinhão e cremalheira da caixa de direção que não suportam o piso brasileiro.
Na parte interna, o problema vem dos péssimos isolamentos acústicos e dos materiais de acabamento de portas, bancos, painel e até dos cintos de segurança que mesmo nas unidades com baixa quilometragem costuma ranger bastante. A dica é levar em lojas especializadas, conhecidas popularmente como papa grilos a fim de eliminar possíveis folgas nos materiais. O serviço costuma custar, em média, R$ 400, dependendo do problema, e dura cerca de dois dias. Com relação às guarnições de borrachas e portas e janelas, elas são péssima qualidade e costuma apresentar vazamentos de água por dentro das portas, mais comuns nos modelos da primeira geração. Se puder, leve o carro até um lava-rápido para verificar se há infiltrações ou água acumulada por dentro das portas.
Nos modelos da primeira e segunda geração um problema crônico que assusta os donos é a queima prematura da bomba de combustível que em alguns carros, ocorreu com menos de 2.000 km. A resposta dos chefes de oficina é da utilização de gasolina de qualidade inferior, mas há casos de notificação em que até com combustível de maior octanagem foi detectado o problema.
Quanto aos pneus, a maior dificuldade é encontrar os originais 165/60 R14 que são mais sensíveis aos maltratados pisos brasileiros. Para isso, a dica é substituir por outros de perfil similar como o 175/65 R14.
No caso de cores, apesar de ser um gosto pessoal, evite as mais berrantes como a laranja, amarela ou verde que têm mais dificuldade na hora da revenda e a desvalorização para estas tonalidades é bem acentuada em comparação às neutras. Boa compra!
OUTRA OPÇÃO DE USADO É: CITROËN C3
É verdade que o C3 acaba saindo mais caro na tabela se compará-lo com o Picanto do mesmo ano e modelo 2010 em suas versões mais simples (R$ 2.000 a mais), mas na hora de colocar na balança os dois modelos é o menor custo das peças, maior rede autorizada e mais oferta de carros no mercado de usados que pesarão na decisão de compra pelo Citroën.
Nele, você ainda leva motor mais potente de 1.4 litro (bicombustível), trio elétrico, direção elétrica e até ar-condicionado. Já o mostrador digital, volante e banco do motorista com regulagem de altura e profundidade não são vistos nem mesmo como opcionais em outros modelos da categoria. A aparência é outro mérito, muito elogiado principalmente pelas mulheres. Agora se você dá preferência para o espaço interno, o Picanto possui um melhor aproveitamento de espaço o que permite acomodar melhor dois adultos no banco traseiro.
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