Você está à procura de uma perua pequena que caiba no seu “bolso”, mas que nem por isso deixe de oferecer o espaço e a altura de uma minivan, certo? As vantagens aumentam quando o assunto são: motor ágil na cidade e bom preço no custo de reparação. Neste caso, a Volkswagen SpaceFox poderá ser uma boa solução para suas necessidades.
Produzida na planta argentina de General Pacheco, a Spacefox começou a ser vendida em abril de 2006 nas versões Plus e a top Comfortline, ambas com motor 1.6 flexível de 103 cv com etanol e 101 cv com gasolina. A primeira era equipada com direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico. Já a segunda, recebia rodas de alumínio, faróis e lanternas de neblina, para-brisa dégradé e volante com regulagem de altura e profundidade. Ambas podiam ser recheadas com air-bag para motorista e passageiro, CD player com MP3, volante com comando de áudio, faróis e lanternas de neblina e freios ABS, mas os bancos em couro eram exclusividade da Comfortline.
Dois anos depois, a SpaceFox ganhou aviso sonoro de faróis ligados, indicador gradual de temperatura e iluminação do painel de instrumentos por LEDs, faróis de dupla parábola e luz de Cool Blue - semelhantes às de xenônio - e mesinha tipo avião que reforçava o conceito de minivan, a exemplo do que ocorreu com Renault Scénic e Xsara Picasso.
A série especial Route só chegaria em 2009 e receberia detalhes exclusivos como retrovisores externos pintados na cor preta, rodas de alumínio, bancos com nova padronagem dos tecidos e soleiras. Além disso, sistema de som com quatro alto falantes e dois tweeters, CD Player MP3 com Bluetooth e entradas USB e SD Card. Na motorização, o 1.6 passou por algumas reformulações que privilegiariam consumo e torque (15,6/15,4 kgfm a 2.500 rpm) e ganhou a nomenclatura EA111 VHT (Very High Torque).
Para 2010, a perua estrearia a sua segunda geração com acabamento interno melhorado nas portas com aplique de tecidos, novos bancos e um painel de instrumentos maior. Na lista de itens de série, tanto a básica 1.6 quanto a top 1.6 Sportline eram ofertadas com trio elétrico, ar condicionado e direção hidráulica. Opcionalmente, as duas podiam vir equipadas com volante multifuncional, idêntico ao usado no Passat alemão: a primeira incorporando os comandos do sistema de som e a segunda agregando ainda os controles do computador de bordo com os avisos de elevação da temperatura do líquido de arrefecimento, pressão do óleo e baixo nível de combustível, alerta para trocas de óleo, velocidade, travamento automático das portas ao rodar e sinais sonoros e luminosos ao trancar e destrancar as portas.
Um ano depois a básica perdia o ar-condicionado e o trio elétrico, mas para o final de 2014 a perua ganharia outra reestilização com novos faróis, grade e para-choques, além da estreia do novo motor 1.6 MSI de 120/110 cv, da família EA211 e o inédito câmbio manual de seis marchas. Agora as versões eram diferenciadas pela Comfortline e a top Highline. A primeira contava com ar, direção, trio, computador de bordo, faróis e lanterna de neblina, banco traseiro corrediço e rebatível. Opcionalmente, haviam luzes de conversão estática nos faróis de neblina, que aciona o farol de neblina, iluminando o trajeto em curvas fechadas e de baixa velocidades e teto solar elétrico. A segunda vinha a mais com volante multifuncional revestido de couro, sensor de aproximação de obstáculo dianteiro e traseiro, lanternas traseiras escurecidas, pedaleira esportiva e rodas de liga leve de 15 polegadas, mas sistema de som com navegação - o mesmo que equipa a linha Passat, CC e Tiguan – era opcional.
GUIA DE COMPRAS
DE OLHO NA COMPRA
A posição de dirigir é idêntica ao irmão menor Fox. Outra familiaridade está no confiável motor EA 111 1.6 Total Flex com 103 cavalos de potência e 14,5 kgfm de torque, com etanol. Se você tem filhos grandes, a escolha pela perua da Volkswagen é ideal, se for comparar com a Palio Weekend, duas sobreviventes no abolido segmento das Station Wagons. Por outro lado, o seguro é caro: R$ 2.865 ou 20% do valor cobrado de uma Palio Weekend, considerando o perfil masculino, 34 anos e morador em São Paulo.
Com menos de R$ 23.000, é possível levar para casa uma 2006 equipada com ar, direção hidráulica, trio elétrico, CD player e alarme por comando na chave. Apesar de inicialmente parecer um bom negócio, tenha calma antes de assinar o cheque e pesquise bastante. No mercado de usados, há boa oferta e todas vendem muito bem, segundo lojistas consultados de lojas multimarcas.
Ao for ver uma SpaceFox usada, tenha em mente os seguintes cuidados: verifique o estados dos coxins da suspensão e câmbio que costumam trincar com certa frequência; avalie junto com um mecânico de confiança vazamentos de óleo no motor e câmbio. Por isso, dê preferência aos modelos com o livreto com todas as revisões carimbadas, pois não é difícil arrancar reclamações de donos com a parte mecânica.
Outros problemas crônicos estariam ligados aos faróis e lanternas que costumam infiltrar água e aos tradicionais ruídos internos, resultado do excesso de plásticos do acabamento do painel e portas. Outra dica é verificar junto ao centro de atendimento da VW (0800 019 5775) se o modelo em vista passou pelo recall do polêmico banco traseiro rebatível e do farol de neblina - disponível nas versões mais equipadas – que pode confundir o motorista que trafegam atrás do veículo, causando a impressão de que está sendo realizada uma manobra em marcha a ré e, eventualmente, causar acidentes.
Quanto aos faróis e lanternas, há muitas queixas de donos sobre infiltração de água nestas peças. Uma das soluções mais simples é retirar a peça e aplicar uma fina camada de silicone entre a lente e o refletor. Outros itens que merecem atenção são os limpadores de para-brisa; foram reportados por alguns donos que as palhetas se batem uma nas outras dificultando a sua operação, devido à má regulagem, além da durabilidade destas que com casos de menos de seis meses de uso, já precisam ser trocadas. Já as guarnições de porta, de qualidade duvidosa, não é difícil apresentarem trincas e rasgos no material - feito de borracha – que, dependendo do caso, pode aparecer infiltrações internas em dias de chuva ou em lavagens. A da porta dianteira custa R$ 75 e traseira, R$ 96. Outro problema que incomoda bastante são os vidros elétricos que há casos em que emperram na hora de subir. Às vezes, uma simples lubrificada nas canaletas resolve o problema. Outro relato é da fragilidade da máquina do vidro elétrico que se precisar substituir, o custo será de R$ 260 (dianteiro) e R$ 241 (traseiro). Por fim, verifique a suspensão dianteira que costuma aparecer ruídos e estalos mesmo em unidades com quilometragem inferior a 10.000 km. Na maior parte deste problema crônico, os indícios são as bieletas / tirantes que podem ter apresentado folgas, ou então, rompimentos. Uma nova custa R$ 100. Boa compra!
OUTRA OPÇÃO DE USADO É: FIAT PALIO WEEKEND
Não gosta da SpaceFox, mas faz questão de um carro confortável digno de um sedã médio e com espaço de um carro maior? Outra opção é a Fiat Palio Weekend que nestes quesitos dá um banho na sua concorrente. Dona de um conjunto suspensão mais bem acertado, ela roda com mais suavidade e filtra mais as irregularidades do piso brasileiro, o que se traduz em conforto de sobra para todos a bordo desfrutarem. No nível de equipamentos, comparando as duas peruas do ano 2006, por exemplo, em suas versões mais equipadas, a Palio oferecia mais por menos. Hoje custa R$ 20.440 (R$ 22.933 da VW) e vem com computador de bordo de série. Outra vantagem é seu porta-malas com capacidade para 460 litros, ou 30 litros a mais em relação à SpaceFox, além do motor que no caso da perua da Fiat é o 1.8 de 110/106 cv.
Porém, é no espaço interno que ela dá o troco, graças a sua altura herdada do irmão Fox de 1,58 cm. O câmbio também é mais preciso e esperto nas retomadas.
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