Audi Q5 muda para ser o SUV mais vendido da marca

Segunda geração do utilitário alemão chega para brigar com os renovados Volvo XC60 e Land Rover Discovery Sport

  1. Home
  2. Últimas notícias
  3. Audi Q5 muda para ser o SUV mais vendido da marca
Rodrigo Ferreira
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

“O mais importante lançamento da marca no ano”, gravou o presidente da Audi para o Brasil, Johannes Roscheck, no início da sua fala de apresentação do novo Q5 aos jornalistas no Rio de Janeiro na última semana. Com mais de 1,6 milhão de unidades vendidas, o SUV de maior sucesso na montadora chega à sua segunda geração aprimorado em tecnologia e desempenho.

O modelo já está disponível para compra nas 51 concessionárias da fabricante alemã em três pacotes de equipamentos com preços entre R$ 244.990 e R$ 292.990. Em outubro chegará ao mercado uma inédita variação blindada de fábrica em versão única de R$ 354.990.

Em preço, o novo Q5 se equivale aos rivais Land Rover Discovery Sport, atual líder da categoria, que teve o seu valor reajustado para baixo recentemente e atualmente é oferecido a partir de R$ 221.996 e o novo Volvo XC60, que coincidentemente foi apresentado aos jornalistas também na semana passada e chegará ao mercado no mês que vem com preço de tabela começando em R$ 239.950.

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

A segunda geração do utilitário esportivo foi mostrado ao mundo pela primeira vez no Salão de Paris do ano passado e como é de costume na Audi não quebrou paradigmas em relação ao design. Mesmo assim chamou a atenção pela fluidez das linhas, com a dianteira ostentando uma protuberante grade hexagonal ao redor do símbolo da marca, esguios faróis dianteiros em full LED (a partir da versão intermediária) e capô com leves recortes nas extremidades.

A Audi fez questão de fazer um teto levemente inclinado na traseira e arcos avantajados sobre as caixas de rodas, que segundo a marca, conferem um visual robusto e que lembra a silhueta dos cupês, tudo muito discreto, como são os produtos desenvolvidos em Ingolstadt. A traseira manteve relação com a geração passada e abusou das linhas horizontais para indicar o aspecto de porte avantajado do Q5.

Nas dimensões, o Q5 mudou pouco em relação ao seu antecessor. No comprimento, por exemplo, são 34 milímetros a mais (4,63 metros no total), já na largura o Q5 ficou mais estreito em 5 milímetros (1,89 m), porém a maior mudança foi no entre-eixos, medida associada ao conforto, com 12 milímetros de ganho (2,81m).

audi_q5_29.jpg
audi_q5_29.jpg
Crédito: audi_q5_29.jpg
toggle button

A capacidade do porta-malas também cresceu, chegando a 550 litros (10 a mais que a anterior) com o assento traseiro na posição normal e até 610L com ajuste do banco em uma posição mais vertical.

Em tamanho, o Q5 fica entre a Discovery Sport, que é 10 centímetros menor, mas traz a opção para até sete pessoas e o novo Volvo V60, que tem o maior entre-eixos, com 2,86 metros.

Mecânica

Por enquanto a Audi trará para o Brasil o Q5 apenas com motor 2.0L TFSI, que teve a sua potência máxima revista para 252 cavalos (245cv na geração passada) e torque máximo de 37,7 kgf.m entre 1.600 e 4.500 rotações. Em novembro chegará ao país o SQ5 equipado com motor 3.0L V6 TFSI capaz de produzir até 358 cv.

As três versões apresentadas agora trazem o câmbio automatizado S Tronic de dupla embreagem e sete velocidades. As mudanças de marchas podem ser feitas pela alavanca do câmbio ou através de borboletas (paddle shifts) atrás do volante. Segundo a Audi, com o conjunto o Q5 chega aos 100 km/h em 6,3 segundos e atinge uma velocidade máxima de 237 km/h.  Valores mais atrativos que a concorrência.

 audi_q5_60.jpg
audi_q5_60.jpg
Legenda: audi_q5_60.jpg
Crédito: audi_q5_60.jpg
toggle button

Um dos pontos de maior avanço da parte mecânica é a utilização da tração quatro com tecnologia ultra em todas as versões. O sistema é capaz de distribuir a força para as quatro rodas conforme a necessidade. Em condições normais o mecanismo trabalha apenas com as rodas dianteiras, mas é capaz de transferir força para o eixo traseiro imediatamente, caso necessário. A suspensão traz barra estabilizadora na dianteira e compensadora traseira tubulares. Já os braços verticais pivotantes são os mesmos do irmão Q7.

Primeiras impressões

Uma chuva fraca e incessante acompanhou todo o trajeto de teste com o novo Q5 na última sexta-feira no Rio de Janeiro. Porém o que poderia ser uma companhia chata e tediosa, se mostrou um molho extra interessante para atestar as qualidades do utilitário.

Antes mesmo de apertar o botão de partida foi possível comprovar a evolução na cabine do Q5. O SUV está mais refinado e tecnológico. A chamativa tela de instrumentos de LCD de 12,3 polegadas dá as boas-vindas ao motorista em grande estilo. O Virtual Cockpit, lançado com a nova geração do TT, transmite requinte ao modelo familiar. Uma segunda tela de LCD de oito polegadas instalada na parte superior do console central completa a visão futurista do novo Q5. Um senão é a moldura que contorna o equipamento, uma mania atual entre os fabricantes alemães e que destoa do resto do conjunto.

O visual clean do interior fica completo com o teto solar panorâmico, que ficou especialmente charmoso com os pingos de chuva da tarde carioca.

A chuva e a ruim pavimentação das ruas da capital fluminense também contribuíram para aumentar a sensação de segurança do conjunto mecânico do Audi. A suspensão bem ajustada filtrou com maestria as inúmeras imperfeições do piso (algumas verdadeiras crateras escondidas sob a água, é preciso dizer). Além disso, a posição de guiar mais alta, típica dos SUVs, aliada a ergonomia perfeita dos comandos do veículo tornaram o que poderia ser uma aventura sombria, um passeio tranquilo e sem sustos pela orla.

audi_q5_109.jpg
audi_q5_109.jpg
Crédito: audi_q5_109.jpg
toggle button

O mérito deve ir também para o trabalho exemplar da tração quatro que atua com a discrição de um monge meditando. O trajeto incluiu um trecho de estrada de terra que, por conta da chuva, se transformou em um festival de lama e poças de água. O Q5 não tomou conhecimento, se manteve reto e objetivo mesmo com tentativas frustradas deste motorista em fazer o modelo destracionar e sair de traseira.

Versões e equipamentos

Como era de se esperar, a lista de equipamento de um veículo que ultrapassada os R$ 200 mil na sua versão de entrada é longa. Vale destacar por exemplo, os itens ligados a segurança e conforto. Entre eles: câmera de ré, bancos elétricos, ar-condicionado digital de três zonas, sistema de navegação, sistema de alerta de saída do carro (opcional), assistente ativo de faixa, parking assist (que estaciona o veículo em vagas perpendiculares e paralelas, assistentes de farol alto e de tráfego reverso (opcional), sistema de aceleração e a frenagem e controle de direção dentro da faixa com funcionamento até 65km/h (opcional), monitoramento de ponto cego.  

Porém, não faz muito sentido colocar o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) como opcional em um pacote que custa R$ 12.600 quando o concorrente Volvo XC60 traz direção semi-autônoma como item de série. Confira abaixo o que cada versão traz:

Q5 Attraction – R$ 244.990

Principais equipamentos: faróis de xenôn, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, bancos elétricos forrados em couro, retrovisores rebatíveis, sistema de navegação e smartphone interface.

Q5 Ambiente – R$ 274.990

Principais equipamentos: teto solar panorâmico, painel de instrumentos de 12,3 polegadas em LCD (virtual cockpit), bancos dianteiros esportivos e com memória para o motorista, rodas aro 19, parking assist, porta malas com abertura e fechamento elétrico, chave com sensor de presença e ar-condicionado de três zonas.

Q5 Ambition – R$ 292.990

Principais equipamentos: faróis Full LED, rodas aro 20, teto interior na cor preta, assistente de farol alto, pacote externo preto brilhante, luzes interiores customizáveis e espelho exteriores com sistema autiofuscante.

CONCLUSÃO

Sem dúvida o Q5 evoluiu no visual, em tecnologia, conforto e mecânica. Será um bom passo para quem é fã da marca ou que possui um Q5 de primeira geração. Porém, o preço alto e uma lista de equipamentos até certo ponto tacanha frente aos rivais pode levar uma parcela dos compradores a sondar a concorrência antes de decidir pela compra.

Comentários