Avaliação: Honda CB 650R Neo Sports Café

Maior virtude desta naked média é cumprir o que promete: a moto desfila bonito e proporciona muita diversão

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Roberto Dutra
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É extremamente satisfatório quando descobrimos que uma moto atende à proposta para a qual foi projetada e corresponde aos argumentos sob os quais é vendida. A Honda CB 650R Neo Sports Café é exatamente isso: típica naked média, propõe desfile estiloso e diversão sem sustos - e atende às expectativas.

No design, a Honda CB 650R NSC segue um novo padrão adotado pela Honda nos últimos dois anos. Esses padrões mudam de tempos em tempos - quem não lembra da primeira CB 500 e seu estilo anos 70, com farol redondo de lente reta e linhas arredondadas, ou da CB 600F Hornet e seu aspecto invocado e musculoso, por exemplo?

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Nesse meio tempo, nos últimos anos, veio a moda da cara robótica. Mas ela cansou e aí voltamos para uma coisa meio vintage, mas misturada com detalhes modernos. É o caso da CB 650R Neo Sports Café, que com certa licença poética até remete a alguns modelos cafe racer dos anos 60, mas com uma pegada modernosa vindo do farol com LEDs, da luz de rodagem diurna (DRL) circular dentro do globo ótico dianteiro, dos piscas diminutos e do acabamento algo minimalista.

Design da CB 650R Neo Sports Café é até discreto, mas tem seu charme
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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A CB 650R é uma moto bonita e charmosa, ainda que não seja exatamente impressionante. Seus principais quitutes visuais são exatamente o farol, as bengalas invertidas e pintadas em cor dourada e o escape quatro-em-um com ponteira curta, quase embaixo do motor.

Ali em cima, à frente do piloto, outro detalhe moderno e bem-vindo: o belíssimo painel de LCD, que exibe todas as informações necessárias de maneira bem ordenada e nada confusa, e que tem ainda ótima visualização tanto de dia quanto de noite.

Quadro de instrumentos de LCD proporciona boa visualização de dia e e de noite
Crédito: Divulgação
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De resto, essa moto até se parece com tantas outras. Tem rodas de liga leve, freios a disco duplo na frente e simples atrás, bancos pequenos, rabeta curta com suporte de placa comprido, para-lamas curtinhos, tanque esculpido, suspensão traseira monochoque apoiada em balança tradicional e pneus 120/70 R17 na frente e 180/55 R17, atrás.

O grande barato da CB 650R NSC é, mesmo, seu desempenho. Ela não é um foguete assustador como um dia foi a CB 600F Hornet - e isso é uma virtude: temos, aqui, uma moto que arranca e anda forte, mas que é extremamente controlável. Essa não vai te dar sustos.

Rabeta curta é uma das características "genéricas" do segmento vistas na Honda CB 650R NSC
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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O motor é um quatro cilindros em linha de 649 cm³, que rende 88,4 cv de potência a 11.500 rpm e torque de 6,1 kgf.m a 8.000 rpm, gerenciado por um câmbio de seis marchas. À primeira vista esses números podem não impressionar no mundo atual, com tantas motos superando os 100 cv, mas o segredo aqui é a ótima forma como as forças são entregues.

Ronco sugestivo

Você vira a chave, o painel bacana faz aquele "check". Aperta o botão do start e o motor emite um ronco baixo e grave. A diversão começa. Primeira engatada, partimos e vamos até a sexta marcha sem soluços nem gritaria. A entrega do torque e da potência é sempre progressiva e sem "buracos" mesmo em baixas ou médias rotações.

Motor quatro cilindros de 649 cm³ é elástico e entrega os 88,4 cv de forma ágil
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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A última marcha, elástica que só, te permite andar dos 60 km/h ao infinito. As respostas ao acelerador são sempre fortes e muito satisfatórias, porém, mais uma vez, vamos comparar com a Hornet: aqui não temos aquele "nervosismo" incômodo.

A moto é dócil, e isso é ótimo. O piloto faz o que quer com ela, inclusive no trânsito urbano mais pesado, onde a CB 650R se livra dos carros e vai pelos corredores quase como uma CG. Nos trechos livres e pistas expressas, exploramos outra pegada: basta reduzir uma marcha para encher o motor e enrolar o cabo para ganhar velocidade de forma extremamente rápida.

Nas curvas, a CB 650R também se sai bem, mas já experimentei modelos mais impressionantes - que tinham entre-eixos especialmente curtos em relação ao comprimento da moto e uma frente leve nos esterços. Nesta Honda, as bengalas invertidas são grossas e transmitem sensação de peso. As frenagens da moto, por outro lado, são excelentes.

Pinças Nissin e ABS garantem as excelentes frenagens da Honda CB 650R Neo Sports Café
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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A posição de pilotagem é plenamente satisfatória mesmo para quem não está habituado a pilotar nakeds diariamente. O corpo fica apenas levemente inclinado para a frente, sem botar muito peso sobre os braços, e as pedaleiras não são tão recuadas a ponto de cansar as pernas.

O conforto proporcionado pelo banco, contudo, é limitado: em trajetos muito longos, vai cansar. Por outro lado, a ciclística dessa Honda é elogiável: fora o peso nas bengalas, a moto é muito equilibrada e fácil de pilotar. E corresponde plenamente à idéia de ser ser uma moto divertida e que chama a atenção.

Bancos desta naked média são pequenos, mas posição de pilotagem é satisfatória
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Dois pontos negativos estão mais ligados à ergonomia: um é troca dos botões da buzina e dos piscas de lugar, coisa relativamente recente em vários modelos Honda e que ainda faz muita gente se confundir - você vai buzinar e pisca; vai ligar a seta e buzina. Além disso, o botãozinho da buzina é meio pontudo, pouco confortável. E os espelhos mereciam hastes mais compridas, para proporcionar uma retrovisão melhor.

No fim dos passeios, sob condução civilizada e sem exageros, anotamos uma média de consumo próxima dos 21 km/l. Com tanque para 15,4 litros, temos uma autonomia teórica superior a 320 quilômetros, o que é bem satisfatório para uma moto média.

CB 650R Neo Sports Café custa R$ 40.990 e é boa opção entre as naked médias
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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Com preço de R$ 40.990, a Honda CB 650R Neo Sports Café é uma ótima opção entre as nakeds médias. Mas enfrenta uma concorrência acirrada. A principal rival é a Yamaha MT-07, que é um pouco menos potente, tem quase o mesmo torque e sai por R$ 38.990.

O segmento ainda tem a Suzuki GSX750A, que é bem mais potente e mais torcuda, porém mais cara - R$ 46.939 -; a Kawasaki Z650, que é bem menos potente, tem torque igual e preço bem inferior, de R$ 30.990, e a Ducati Monster 797, que é mais fraca de motor e cobra alto - R$ 59.990.

Farol e bengalas invertidas e pintadas de dourado são os destaques visuais da moto
Crédito: Roberto Dutra/WM1
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