Harley-Davidson divulga nova tabela de preços
Valores subiram R$ 13.000, em média, mas há casos de aumentos acima de R$ 18.000. A Low Rider S 117 não está na lista
A Harley-Davidson continua o assunto mais quente do momento. Ainda no domingo (23/01) publicamos aqui que a marca terá uma Road Glide Limited 2022 preparada pela divisão Custom Vehicle Operations (CVO) e, na semana passada, revelamos detalhes sobre a nova Low Rider S com motor de 177 polegadas cúbicas (1.923 cm³) que será lançada na quarta-feira, dia 26 de janeiro, ao lado de alguns modelos que ainda não foram apresentados como linha 2022.
Agora, a Harley-Davidson do Brasil divulgou sua tabela de preços para os modelos 2022. Nela, vemos que a Low Rider S ainda aparece com o motor 114 (1.870 cm³), o que indica que a nova "117" só chegará aqui lá pelo segundo semestre, na melhor das hipóteses. Além disso, a nova Road Glide Limited CVO, que será lançada na quarta-feira (26/01), também está lá - ou seja, está prevista para o mercado brasileiro.
Por outro lado, temos as ausências da Sport Glide, que saiu de linha, e das versões CVO da Street Glide e da Limited (Ultra), dois modelos que também devem ser lançados na quarta-feira junto com a Low Rider S 117 nos Estados Unidos.
Na nota tabela de preços, as Harley-Davidson aumentaram, em média, R$ 13.000. E há casos em que o salto superou os R$ 18.000.
O menor aumento na tabela da Harley-Davidson foi feito na Breakout 114, que passou de R$ 101.800 para R$ 114.700 - R$ 12.900 a mais. Já a Road Glide Special saiu de R$ 131.900 para R$ 149.900, ou R$ 18.000. A Road King Special passou de R$ 111.750 para R$ 130.400 (+ R$ 18.650), a Road Glide Limited foi de R$ 137.925 para R$ 156.700 (+ R$ 18.775) e a Ultra Limited passou R$ 139.200 para R$ 158.200 (+ R$ 19.000). Mas a moto mais cara da linha 2022 é a inédita versão CVO da Road Glide Limited: R$ 246.700.
Quando o assunto é Harley-Davidson, falamos do segmento "premium", onde os preços são intencionalmente altos. E uma marca que desde o ano passado adotou uma nova estratégia comercial em todo o mundo: de ser ainda mais exclusiva, com linha de modelos enxuta e valores elevados. No Brasil, isso tem levado a Harley de volta ao lugar onde esteve alguns anos atrás - uma marca de nicho.
Em fevereiro de 2011, a Harley-Davidson americana assumiu as operações no mercado brasileiro depois de uma batalha judicial com a HDSP/Grupo Izzo, importador e distribuidor da marca no país nos 18 anos anteriores. Desde então, investiu aqui, criou uma linha de montagem em Manaus para ter acesso às isenções fiscais que fariam seus preços serem competitivos, aumentou gradativamente o número de concessionários, ampliou a linha de modelos oferecidos aqui - e, com tudo isso dando certo, ganhou progressivamente participação no mercado. Foi o que aconteceu.
Antes, na época do HDSP/Grupo Izzo, a Harley-Davidson era uma marca voltada para um público de alto poder aquisitivo. Depois disso, até 2020, a marca conseguiu se "popularizar" e deixou de ser "coisa de rico" - como se falava até então.
Nos idos de 2013 e 2014, uma Sportster XL 883R, seu modelo mais barato, custava o mesmo que uma Honda Shadow 750 - em torno dos R$ 32.000. A marca, então, vendia bem, e inclusive conseguiu superar algumas crises políticas e econômicas brasileiras - chegou a segurar seus preços mesmo com a subida do dólar para se manter competitiva. Naqueles tempos, comprar uma Harley-Davidson se tornou algo possível até para a classe média.
Mas, a partir de fevereiro de 2021, a matriz americana mudou de CEO, de estratégia comercial e de rumo. Jochen Zeitz, o novo chefão, implementou o plano "Hardwire", com objetivo de aumentar a lucratividade com o enxugamento da linha em nível mundial, o reposicionamento da marca como "super premium" e até o encerramento das operações em alguns países.
