O canal de notícias da Webmotors

Royal Enfield, a indiana que nasceu na Inglaterra

Veja a história da marca, que surgiu em 1893, faz motos desde 1901, nunca interrompeu a produção e terá linha em Manaus

por Roberto Dutra

A Royal Enfield chega aos cinco anos de operações no Brasil como subsidiária e anunciou, esta semana, o que já tínhamos antecipado há dois anos atrás: deixará de importar suas motos diretamente da Índia e montará pelo menos parte delas em Manaus.
A comemoração de cinco anos no país coincide, não por acaso, com o aniversário de mesmo tempo de vida da primeira concessionária, a Royal Enfield SP, na Avenida República do Líbano, em São Paulo, comandada pelos irmãos Raul e Maurício Fernandes. Aproveitamos a data para lembrar, resumidamente, a interessantíssima história da marca - que, curiosamente, nasceu na Inglaterra mas cresceu mesmo na Índia.
Veja ofertas de Royal Enfield novas e usadas na Webmotors!
A história começou em 1891, quando a Cycle Company Townsend, de Redditch, no Reino Unido, passou a fornecer componentes para a Royal Enfield Small Arms Factory, localizada em Enfield, Middlesex. Naquele momento, o nome da empresa mudou para Enfield Manufacturing Company Limited.

Dois anos depois, as duas se fundiram, e veio nova mudança de nome - agora para Royal Enfield. A fábrica aproveitou para registrar o slogan "made like a gun" ("feita como uma arma"), que permanece em uso até hoje e pode ser visto em vários produtos da marca.

O primeiro veículo da Royal Enfield não foi uma moto, mas um quadriciclo, criado em 1898. A primeira moto, mesmo, nasceu em 1901. Tinha motor Minerva, de 11,2 cv de potência, montado sobre a roda dianteira. Em 1909, veio um segundo modelo, então com um motor de 21,4 cv fornecido pela suíça Motosacoche. Já o primeiro motor próprio apareceu em 1914, mas sua produção foi toda voltada para os esforços da Grã-Bretanha na 1ª Guerra Mundial (1914-1918).

Royal Enfield pós Primeira Guerra

Passado esse período, a Royal Enfield trouxe ao mundo outros modelos, e chegou a 1928 com uma linha de oito motos, entre as quais a 351, sua primeira esportiva - que tinha motor quatro tempos. Mas foi em 1932 que surgiu a primeira grande estrela da marca, a Bullet 500.
Sete anos depois, novo esforço de guerra e a Royal Enfield cria a Flying Flea, ou "pulga voadora" - uma pequena motoquinha leve e com motor dois tempos de 125 cm³, que foi projetada para ser lançada por aviões acoplada aos paraquedas dos soldados, que no solo a "montavam" e aceleravam.

Parceria com a indiana Madras Motors

Em 1949, veio a grande guinada: a Royal Enfield fecha uma parceria com a indiana Madras Motors, que passa a importar as motos inglesas. Na época, a Bullet era fabricada com o já conhecido motor de 500 cm³ e em outra versão, com propulsor de 350 cm³.
Em 1952, 800 Bullet foram compradas para o exército indiano. Três anos depois, um novo acordo possibilitou a criação da Enfield India, uma subsidiária da matriz inglesa. No ano seguinte, a fábrica de Tiruvottiyur é inaugurada e as Bullet começam ser feitas lá, sob licença da Royal Enfield inglesa.
Nos anos seguintes as duas operações, inglesa e indiana, seguiram a todo vapor, e surgiam novos modelos - como a famosa Continental GT, em 1964, que segue em produção até hoje.

Fim das atividades no Reino Unido

Em 1967, contudo, a fábrica de Redditch fechou suas portas. A Interceptor, então com motor de 736 cm³, continuou a ser produzida em outra unidade da marca - em Bradford, Avon -, mas não por muito tempo: em 1970, a então chamada Enfield Cycle Company encerrou suas atividades no Reino Unido.

A produção na Índia, por outro lado, seguiu adiante e jamais parou. E, desde então, cresce progressivamente. Curiosamente, em 1977, a Royal Enfield indiana exportou motos para o Reino Unido (e outros países europeus).
Veio 1994 e a marca é vendida pela Madras Motors para o Eicher Group. E é rebatizada como Royal Enfield Motors. Com investimentos crescentes, a marca tem suas operações ampliadas e uma nova fábrica surge, na cidade de Jaipur, no Rajastão.

Marca chega ao Brasil em 2017

Em 2002, surge uma nova best-seller: a Thunderbird, que passa a ser vendida tanto na Índia quanto no Reino Unido. As operações seguem saudáveis e crescentes: em 2008 a Classic 500, já em produção, passa a ser exportada; em 2015 a marca abre sua primeira subsidiária nos Estados Unidos e, em 2017, chega ao Brasil.

Em 2017, a Royal Enfield apresenta ao mundo, no Salão de Milão, um projeto inteiramente novo: a nova geração das "twins" - a Interceptor e sua irmã quase gêmea Continental GT -, ambas com o mesmo motor bicilíndrico de 650 cm³.
Em 2019 veio a exótica trail Himalayan 411, lançada na Índia em 2017. Em julho de 2020, a marca apresentou ao mundo a  Meteor, que um ano depois chegou ao Brasil com seu novíssimo motor monocilíndrico de 350 cm³ (que, desde o início deste ano, também passou a equipar a nova geração da Bullet 350).
Agora, o próximo passo é a produção em Manaus, o que deve acontecer entre o último trimestre deste ano e o primeiro trimestre de 2023.

Abaixo: a história da Royal Enfield em apenas quatro minutos:

Comentários

Carregar mais