A Harley-Davidson lançará, na próxima terça-feira (12/4), a aguardada segunda versão da atual geração da Sportster. E promete uma moto com visual mais conservador que o da primeira configuração, a Sportster S, apresentada em julho do ano passado, que mais surpreendeu do que agradou - seu estilo "drag bike" até tem lá seus fãs, mas limita um bocado o uso da motocicleta. Essa nova versão promete ser mais amigável e inclusive terá um visual que remete um pouco às gerações anteriores.

Aproveitamos a iminência deste lançamento para lembrar um pouco a história dessa icônica motocicleta. E longeva: a primeira Sportster surgiu em 1957, para substituir a então chamada Model K, que estava em linha desde 1952. A Sportster era o que a Harley-Davidson ambicionava naquela época: uma moto de cilindrada média-alta, compacta, com alguma esportividade e que pudesse competir com as rivais inglesas, então na crista da onda.
De lá para cá foram muitas décadas de sucesso, acontecimentos surpreendentes e histórias curiosas. Por exemplo, em 1960 o piloto Brad Andres venceu a famosa prova de dirty track "Daytona 200" com uma 750 KR, modelo construído para competições baseado em uma Sportster. E os outros 14 primeiros a terminar a prova também pilotavam uma KR 750!
Já em 1970, o piloto Cal Rayborn bateu o recorde de velocidade em streamliners - motos com carenagem feitas para tentar essas façanhas - com uma Sportster adaptada: chegou a incríveis 426 km/h no deserto de Bonneville, em Utah, nos EUA.
Quer mais? A Sportster era a moto preferidas do piloto acrobata Evel Kneivel para tentar seus saltos loucos, e também foi a primeira moto que Elvis Presley comprou quando chegou ao estrelato. Além de ótimas histórias, a Sportster também teve inúmeras versões: XL, XLH, Hugger, R, Custom, Low, Iron, Forty-Eight, Roadster, XR, Nightster...
Assim como a Model K, a Sportster também era equipada com um motor V2. Mas a K tinha válvulas laterais - por isso, aquele motor era chamado de "flathead", já que os cabeçotes eram planos. De 1957 em diante, já como Sportster, o motor passou a ser chamado de "XL" e as válvulas foram para os cabeçotes.
Porém, o motor mais conhecido (e amado) é o Evolution, que foi lançado em 1986 com 883 cm³ e 6,8 kgf.m de torque a 3.750 giros e 1.100 cm³ com 8,8 kgf.m a 4.000 rpm. Neste segundo, maior, a capacidade foi aumentada para 1.202 cm³ e 9,5 kgf.m de torque a 3.500 rpm já no ano seguinte.
As Sportster Evolution seguiram carburadas até a virada de 2006 para 2007, quando ganharam injeção eletrônica. Tiveram uma sobrevida, mas entre 2018 e 2020 a Sportster saiu de linha progressivamente em vários países do mundo - inclusive nos EUA - por não mais atender às leis de emissões vigentes.
Não demorou muito tempo e a atual geração surgiu, no ano passado. E com ela um novo motor, o Revolution Max, que para horror dos harleyros mais conservadores é refrigerado a água. Trata-se, porém, de uma necessidade: mais eficiente e menos poluente, o propulsor atenderá às legislações de emissões de vários países do mundo por muitos anos.
Se a Sportster S, lançada no ano passado, tem jeitão de "drag bike", uso limitado e pouco conforto, espera-se que a nova versão seja mais amigável. Ou, pelo menos, similar à longeva geração Evolution, que também era dura, pouco ergonômica e desconfortável, mas que podia ser bem melhorada com a instalação de alguns acessórios estratégicos: bastava botar banco conforto, guidom mais alto, comando avançado e os amortecedores traseiros da Road King (ou do tipo Progressive) que ela virava outra moto!
E o melhor: esses acessórios em nada limitavam, atrapalhavam ou estragavam o lindo design das Sportster, que sempre combinou com harmonia o tanque pequeno, a frente magrela e a traseira mais encorpada com o charmoso motor V2 ali no meio do quadro. Aguardamos a nova Sportster ansiosamente!



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