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Honda X-AVD é tudo o que você precisa ter – ou não

Agora com controle de tração, scooter chega para fazê-lo gastar uma grana que não tem em algo incrível que não precisa

por Redação WM1

Você compraria uma moto de mais de R$ 50 mil? E um scooter? A não ser que você tenha recebido uma bolada nos últimos meses, acredito que, para a maioria das pessoas que está lendo isso aqui, a resposta seria: Claro que não! Tudo bem, é compreensível a sua revolta. Mas a Honda não acha isso. E mais, a marca tem certeza que há pessoas prontas para comprar mais uma leva do X-ADV, a versão scooter da Africa Twin.
E eles estão certos.
A maior prova disso é que, na primeira leva de 50 unidades, o estoque do X-ADV acabou em pouquíssimo tempo. Isso por que, mesmo sendo um dos produtos menos necessários para a vida de qualquer ser humano, como um sapato Louboutin ou uma bolsa Versace, o X-ADV é, simplesmente, muito divertido. E só isso já basta para tê-lo na garagem.

Agora, em sua segunda chegada ao Brasil, o X-ADV traz apenas uma novidade: controle de tração. O sistema pode ser facilmente acionado por botão, no guidão e, também, totalmente desligado para quem for com o scooter para a terra. A marca não divulgou se haverá diferença nos R$ 53 mil cobrados pela versão anterior.
A tecnologia mantém o scooter firme, no trilho e evita que sua traseira saia sambando por aí. Ele é ótimo naquele piso pós garoa – acredite, eu passei por isso. E por ter a opção de desligamento total, o X-ADV não fica careta.

Tudo nesse scooter é encantador. Desde esse estilo que mistura cidade e terra, passando pelo design ousado que, realmente, é inspirado na Africa Twin e quem me disse isso foi o próprio designer, Daniele Lucchesi. Em uma conversa rápida, durante o EICMA, Lucchesi explicou que demorou alguns anos para convencer os japoneses a criarem o X-ADV – e, claro, para provar que seria um produto vendável. Deu (muito) certo. A história de quando ele foi para a praia com a namorada, de scooter, e ficou atolado, colou. E cá estamos falando sobre sua grande criação.

As ruas italianas, por onde andei com o Honda X-ADV, não são assim muito diferente das que temos no Brasil. Existem muitos buracos, ondulações, e ter um parceiro confortável, com rodas de 17” na dianteira, motor de bicilíndrico de 745 cc (o mesmo da NC 750X) e mais de 45 cv a disposição é algo a se agradecer.
Por sinal, esse motor junto ao câmbio DCT – que é automático e não CVT – fica bem esperto. É uma experiência bem diferente quando comparado ao seu desempenho com a NC com câmbio no pé, mas, mesmo fazendo o motor girar alto, ele vai muito bem e tem respostas ligeiras.

Há, também, uma opção de trocas manuais, por meio de um botão no punho esquerdo. Mas, não é legal e fica fácil se perder nos movimentos ao acionar o freio dianteiro. O torque, por sua vez, surge bem cedo e é preciso tomar cuidado. O X-ADV é bravo e sai saltitando por cima de tudo o que estiver pela frente se você não prestar atenção na mão direita.
Para os mais altos (tenho 1,87 m), é preciso se acostumar com a ideia de que o joelho ficará bem dobrado, acima, inclusive, da linha da cintura. Isso é culpa da altura que a Honda deu ao X-ADV. Já que ele é um aventureiro, são 820 mm de altura do solo. Não é pouco e ajuda os mais ousados a saírem de lamaçais, mas, em contrapartida, faz com que pessoas altas sintam um pouco de cansaço nas pernas. Outro problema é a falta de espaço para os pés, já que não há um local adequado para colocá-los, na parte da frente.

Como disse, o Honda X-ADV é como aquele tênis que você viu na vitrine, sabe que não precisa, mas, ao mesmo tempo, quer muito porque tem certeza que vai ficar muito bem com ele. Não, você não precisa desse scooter, mas, sim, ele vai ficar lindo na sua garagem.
Texto de Ícaro Bedani, de Milão, Itália Viagem feita a convite da Honda







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