Apesar da rescisão, as três empresas dizem que, no futuro, vão colaborar mutuamente dentro de uma estrutura de parceria estratégica voltada para a era da inteligência e dos veículos eletrificados. Em resumo, as três fabricantes japonesas vão se ajudar, mas cada uma continuará operando separadamente.
Nissan e Honda: nada de fusão
Além da rescisão do acordo tríplice, outro memorando também foi rescindido: o que previa, especificamente, a fusão de Nissan e Honda - com integração de negócios entre as duas empresas.Desde a assinatura do memorando, as equipes de gestão das duas empresas, incluindo os diretores executivos, discutiram e consideraram o ambiente de mercado ao redor, os objetivos da integração de negócios e as estratégias e estruturas de gestão pós-integração.
Durante as discussões entre as duas empresas, várias opções foram consideradas em relação à estrutura da integração de negócios. A Honda propôs mudar a estrutura proposta de uma holding conjunta - onde nomearia a maioria dos diretores e o CEO com base em uma transferência de ações conjunta - para uma estrutura onde seria a empresa-mãe e a Nissan, uma subsidiária por meio de uma troca de ações.
Como resultado dessas discussões, as duas empresas concluíram que, para priorizar a velocidade da tomada de decisões e a execução de medidas de gestão em um ambiente de mercado cada vez mais volátil rumo à era da eletrificação, seria mais apropriado encerrar as discussões e rescindir o acordo.
De toda forma, assim como previsto no acordo tríplice, que inclui a Mitsubishi, no futuro a Nissan e a Honda colaborarão dentro de uma parceria estratégica voltada para a era da inteligência e dos veículos eletrificados. Os objetivos são criar novos valores e maximizar os valores corporativos das duas empresas.
Nissan: plano radical de reestruturação
O cancelamento dos acordos que envolviam Honda e Mitsubishi jogou a Nissan de volta à "solidão". Agora, a fabricante terá que resolver seus problemas financeiros por conta própria - e já faz planos nesse sentido.A Nissan pretende cortar, no total, 9 mil postos de trabalho em suas fábricas de automóveis e motores. Serão 5.300 demissões entre 1º de abril deste ano e 31 de março de 2026, e mais 1.200 demissões entre 1º de abril de 2026 e 31 de março de 2027 - os prazos contemplam os anos fiscais da marca.
Essas duas etapas soma 6.500 demissões. As outras 2.500 já haviam sido anunciadas em novembro do ano passado, e serão realizadas com planos de demissão voluntária e cortes.
Com tudo isso, a produção mundial da Nissan deverá cair de 5 milhões para 4 milhões de veículos por ano até março de 2027. Para completar, cinco fábricas serão fechadas completamente - a primeira será a de Samut Prakan, na Tailândia.
Mas os planos de lançamentos de novos modelos estão mantidos - nesse aspecto, a diferença é que a marca pretende reduzir de 52 meses para 37 meses o tempo de desenvolvimento de um novo projeto - do início à produção.
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