Muita gente acredita que carros esportivos de verdade são somente importados para nosso país, mas a história não é bem assim. Desde os anos 1960 e 1970, a indústria automotiva brasileira investe em projetos de automóveis divertidos, afinal trata-se de uma segmentação bem querida pelos nossos consumidores.
Por isso, vamos listar abaixo cinco exemplos de carros esportivos fabricados (e alguns deles até estudados e desenvolvidos) no Brasil. Lembra de outros? Deixe no campo de comentários!
O Civic de oitava geração, que ficou conhecido no Brasil como "New Civic", foi lançado por aqui em 2006 e fez extremo sucesso, a ponto de desbancar por meses e até durante alguns anos o todo-poderoso rival Toyota Corolla. No ano seguinte, em março de 2007, a marca lançava o carro mais potente produzido em série no país para a época: o Civic Si.
Transformado em um esportivo, o sedã utilizava motor 2.0 i-Vtec de 192 cv e câmbio manual de seis marchas com diferencial de deslizamento limitado, além de suspensões, freios e conjunto de rodas e pneus ainda mais nervosos que os padrões convencionais. Por dentro, trazia painel com iluminação vermelha e bancos esportivos em formato de concha com costura vermelha.
A Renault tentou de todas as maneiras importar para o Brasil em 2014 o Mégane RS, esportivo de respeito vendido na Europa, rival de carros como Volkswagen Golf GTI, Ford Focus ST e Honda Civic Type-R. O dólar subiu, as contas não fecharam e a chegada do modelo não se concretizou - como contamos nesta história.
Para o seu lugar, uma reviravolta aconteceu no ano seguinte, em 2015: a recém-lançada geração do Sandero - modelo desenvolvido pela submarca romena da fabricante, a Dacia - recebeu a primeira preparação esportiva da divisão RS (Renault Sport) feita fora da França. Ganhou motor 2.0 aspirado de 150 cv, câmbio extremamente curto, suspensão preparada e até escape modificado,
Com o acontecimento, o Sandero RS começou a ser vendido no fim de 2015 e se tornou o primeiro - e até agora único - veículo preparado pela divisão no Brasil. Em 2019, uma reestilização do modelo foi apresentada no país.
A Volks ficou muitos anos sem vender o Golf no Brasil e agora, com o crescimento exponencial de SUVs e picapes, novamente colocou um dos carros queridinhos do público brasileiro sobre o telhado - atualmente o hatch só pode ser encontrado na versão GTE, híbrida, que é importada da Alemanha.
Mas a marca chegou a fazer por aqui a configuração GTi, uma das mais esportivas de seu catálogo - atrás somente da versão "R" -, tanto no Golf de quarta geração quanto no de sétima, aposentado recentemente com a chegada do T-Cross.
O Golf GTi feito sobre a quarta geração, na década passada, tinha motor 1.8 turbo de até 192 cv e encantava pelo desenho arrojado, que mantinha os frisos vermelhos tradicionais do modelo. O último utilizava o conjunto que hoje é conhecido como 350 TSI (motor 2.0 turbo de 220 cv) e câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas banhado a óleo.
Até o compacto e popular Chevrolet Corsa - o "Volkswagen Gol da GM" antes da chegada do Celta e do Onix - teve uma versão esportiva fabricada nacionalmente. Uma pena não ter feito tanto sucesso, embora seu apelo fosse excelente. O modelo foi a resposta da empresa ao mercado em uma época em que o Brasil apostava em todas as categorias, afinal o setor de importação havia acabado de ser aberto.
Especificamente, o Corsa GSi foi também uma resposta da Chevrolet para os pequenos esportivos que estavam em alta no mercado, como Fiat Uno Turbo e o Volkswagen Gol GTI.
Vendido entre 1995 e 1996, o modelo tinha duas portas, desenho charmoso (aquele compacto e bem arredondado que ficou famoso no país), acabamento bem feito, suspensão mais firme e motor 1.6 16V de 108 cv e 14,8 kgf.m. O câmbio era manual de cinco marchas e ainda tinha relações mais curtas.
Um dos carros esportivos nacionais mais divertidos dos últimos tempos foi o Fiat Punto T-Jet, vendido no Brasil entre 2009 e 2015. Divertido porque, além de um tesão de dirigir, o carro era acessível - o preço, na época, era inferior a R$ 60 mil. Bonito, bem acertado e ótimo de guiar, usava motor 1.4 turbo de 152 cv e 21,1 kgf.m - combinado a um câmbio bem preciso e ao baixo peso, o resultado era ótimo.
O Punto T-Jet era feito em Betim (MG), ao lado do Linea - que também chegou a oferecer a versão T-Jet. Considerado pela mídia especializada nacional como um dos modelos mais divertidos à venda no mercado brasileiro, passou a oferecer até seletor de modo de condução quando foi reestilizado, em 2013.
Mas o tempo passou e o carro que fez a cabeça de muitos consumidores deixou de existir - e até hoje não há substituto à altura. E tem mais: em breve, a marca deve lançar um SUV baseado na plataforma do Argo, o hatch que aposentou Punto e Palio de uma só vez.