Dinamicamente ou financeiramente, acontece de alguns carros precisarem trocar de motor para ficarem melhor. Explico: já vimos várias vezes alguns fabricantes substituírem o propulsor de seus veículos para diminuir o preço ou até para melhor sua dinâmica, seja no quesito consumo ou mesmo em desempenho. Vamos listar abaixo cinco carros que trocaram de motor e melhoraram.
Nossa lista é liderada pelo recém-lançado Renault Captur, que usava um motor 1.6 aspirado que lhe rendia comportamento bem acanhado e agora passou a utilizar um 1.3 turboflex de muito vigor. Lembra de algum outro? Deixe no campo de comentários no pé desta página!
Exemplo mais recente e gancho dessa reportagem, o Renault Captur usava um motor 1.6 acanhado - aspirado, de 120 cv e 16,2 kgf.m de torque (118 cv com gasolina) - e agora utiliza um 1.3 turboflex, que rende até 170 cv e 27,5 kgf.m de torque (162 cv com gasolina). Não vamos nem entrar no mérito de consumo, que melhorou na comparação, e sim destacar a diferença absurda de torque entre eles. Um novo carro.
Aqui a troca de motores fez mais bem ao 500 e à Fiat financeiramente do que dinamicamente, já que o preço ficou muito mais atraente. Quando desembarcou pela primeira vez no Brasil, em 2009, o carrinho vinha da Polônia, tinha motor 1.4 16V de 100 cv, câmbio manual ou automatizado e custava entre R$ 63.860 e R$ 70.040. Era completinho e muito charmoso, mas andava pouco.
Dois anos depois, em 2011, a marca passou a importar o carro do México e substituiu o antigo motor 1.4 pelo Fire Evo 1.4 flex de 8V do Uno nas versões de entrada (nomeadas "Cult"), de 88/85v, e pelo ótimo MultiAir de 105 cv a gasolina nas configurações topo de linha (SportAir e Lounge). O carro ficou mais barato (custava R$ 39.990 no começo da tabela) e ainda melhor graças aos novos conjuntos.
Outro ótimo exemplo de carro que ficou mais gostoso de dirigir após a troca do motor e sem mudar de geração foi a Volkswagen Amarok, picape média da marca alemã. Desde que foi lançada, em 2010, o modelo utilizava um motor 2.0 turbodiesel, que tinha 122 cv e 34,7 kgf.m de torque nos primeiros anos e subiu para 180 cv e 42,8 kgf.m nos seguintes.
Mas a grande mudança da Amarok veio a partir de 2016, no Salão do Automóvel de São Paulo, quando a Volks apresentou pela primeira vez a picape com motor 3.0 V6, de 225 cv e 56,1 kgf.m. As vendas começaram em dezembro de 2017, por R$ 187.710 na versão Highline. A ideia "oculta" era apagar a mancha causada pelo escândalo do Dieselgate.
Só melhorou desde então: na linha 2020, a marca apresentou a nova versão da Amarok V6, linha 2021, que tinha o mesmo motor 3.0, mas com 258 cv e 59,1 kgfm - e com um overboost que fazia o conjunto chegar a 272 cv por alguns segundos.
Dois compactos que eram movidos pelo mesmo motor 1.5 aspirado e que receberam, na atualização da linha 2016, o belíssimo motor 1.2 PureTech de três cilindros. O novo propulsor caía como uma bênção para a dupla, que emitiria muito menos poluentes e conseguiria ser muito mais econômica - segundo a Citroën, o C3 1.2 conseguia fazer até 14,8 km/l de consumo na cidade com gasolina.
Outro lançamento recente do mercado para a nossa lista de carros que mudaram de motor é nosso conhecido Jeep Compass. E melhorou bastante. O SUV médio mais vendido do Brasil usava motor 2.0 flex de 166 cv e 20,5 kgf.m de torque e aposentou o conjunto para utilizar um propulsor inédito, turboflex, de 1,3 litro, 185 cv e 27,5 kgf.m - ambos eram movidos pelo mesmo câmbio automático de seis marchas.
Resultado: o carro ficou muito mais esperto, ágil em determinadas situações de trânsito e ligeiro em ultrapassagens mais longas em estradas, embora tenha melhorado pouco em termos de consumo - foi de 5,5 km/l na cidade e 7,2 km/l na estrada com etanol (8,1 km/l e 10,5 km/l com gasolina) para 7,4 km/l e 8,7 km/l com álcool e 10,5 km/l e 12,1 km/l com gasolina, respectivamente.