O mundo dos automóveis é uma coisa louca. Você já deve ter se perguntado por que um carro feito no Brasil custa menos em outros países quando são exportados. Ou por que os valores nos Estados Unidos são bem menores que os cobrados por aqui. E já falamos até em cinco carros que quebraram as tradições de suas empresas. Mas, e carros com motores de outras marcas?
Sim, eles podem ter. Nessa reportagem, vamos falar de modelos que têm o "coração" emprestado de outras empresas. Abaixo, confira cinco exemplos (de montadoras consideradas grandes, inclusive) que utilizam ou já utilizaram sob o capô um propulsor comprado de concorrentes. Lembra de algum outro? Deixe no campo de comentários!
A Fiat, marca que foi líder de vendas no Brasil entre 2005 e 2016, utilizou por muitos anos motores da General Motors. O acordo entre os dois fabricantes começou em 2000, na Europa, e resultou até no compartilhamento de plataformas. Por aqui, a parceria fez com que um propulsor da empresa norte-americana fosse parar nos veículos da italiana.
O primeiro carro da Fiat com motor da GM foi o Stilo, lançado em 2002. No ano seguinte, chegou à linha Palio e Doblò. Posteriormente, também foi parar no Punto e no Idea. A aliança acabou em 2005, mas o propulsor continuou na linha Fiat até 2010, quando a marca apresentou a gama E.torQ. E olha só: esse trem-de-força antigo da GM de 1,8 litro existe até hoje e equipa a Chevrolet Spin.
A Mercedes-Benz e a Nissan são duas empresas que utilizam em seus produtos motores da Renault. A marca da Alemanha usa nas novas gerações de seus modelos de entrada (Classe A, hatch e sedã, e CLA) um propulsor 1.3 turbo fabricado pela empresa francesa.
Já a Nissan, por estar dentro da aliança com a Renault, tem caminho mais fácil. Lá fora, por exemplo, o Kicks usa esse mesmo conjunto dos modelos da Mercedes - embora por aqui ele use o conhecido 1.6 aspirado. E há mais exemplos: o March, entre 2011 e 2015, utilizou o mesmo 1.0 de quatro cilindros e 16V do Renaut Clio. O primeiro carro da Nissan a utilizar motor Renault no Brasil, porém, foi a minivan Livina.
Esse exemplo é clássico, já que muitos de vocês devem se lembrar da Autolatina, uma das maiores associações de fabricantes que o Brasil já teve - a joint-venture nasceu em 1987 para compartilhar plataformas e motores e durou até 1996. Nesse tempo, diversos carros da Ford foram equipados com propulsores da Volks - os primeiros foram Escort e Del Rey, que, em 1989, ganharam o 1.8 AP.
Outras variações do motor AP, com cilindrada menor (1.6) e maior (2.0), também foram utilizadas nos anos seguintes. E, por incrível que pareça, o caminho contrário também aconteceu: Gol, Voyage, Saveiro e Parati, "alemães", também chegaram a ser equipados com o motor 1.6 CHT da marca norte-americana durante alguns anos.
Até duas grandes rivais francesas, como Peugeot e Renault, já emprestaram o propulsor uma à outra. E engordam a nossa lista de carros que têm motores de outras marcas. Isso foi em 2001, quando a marca do leão lançou o 206 no Brasil. Na época, cerca 70% dos automóveis vendidos no país eram 1.0 - e a Peugeot só tinha um 1.1, que não se enquadrava na classificação de motores de mil cilindradas justamente pelo 0,1 litro adicional (e por isso pagaria mais imposto).
Recém-instalada por aqui e sem tempo de nacionalizar ou reduzir a cilindrada do propulsor do modelo, a marca precisou recorrer à rival, que aceitou vender seu conjunto 1.0 16V para a concorrente. Mas o contrato só durou até 2004.
Esse não é exatamente o caso de dizer que uma marca utiliza o motor de outra - é quase isso. Na verdade, os grupos BMW e PSA Peugeot Citroën desenvolveram uma linha de propulsores globalmente de maneira conjunta. Chamada de Prince, essa parceria resultou em motores de 1,4 e 1,6 litro. O de maior capacidade, por sua vez, foi produzido com aspiração natural e com turboalimentação.
Os motores dessa linha chamada Prince (que recebeu outros nomes, de acordo com cada fabricante) já foram utilizados em produtos das marcas Mini, BMW, Peugeot e Citroën. Hoje, boa parte da linha Peugeot (2008, 3008 e 5008) e da gama Citroën (C4 Cactus e C4 Lounge) fazem uso do 1.6 "THP" - o sobrenome do motor turbo adotado pelo lado francês da parceria.



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