A Petrobras anunciou que, a partir de hoje (21/10), o preço da gasolina tipo A para as distribuidoras terá uma queda de 4,9%: passará de R$ 2,85 para R$ 2,71 por litro. Esta é a segunda redução do ano, totalizando R$ 0,31 por litro (10,3%) em 2025.
Desde dezembro de 2022, considerando a inflação, a redução real para as distribuidoras foi de 22,4%. Já o preço do diesel se manteve estável, apesar das reduções já realizadas ao longo do ano - que acumularam baixa de 35,9% desde dezembro de 2022.

No entanto, os consumidores ainda não sentem essa redução nas bombas. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural (ANP), na semana de 12 a 18 de outubro de 2025 a média nacional da gasolina comum com 30% de etanol anidro (E30) foi de R$ 6,22, enquanto a gasolina aditivada ficou em R$ 6,44 e o etanol hidratado, em R$ 4,30.
A mudança para a gasolina E30 entrou em vigor em agosto de 2025, aumentando o teor de etanol anidro de 27% para 30%. Na semana de 10 a 16 de agosto, os preços médios nacionais eram R$ 6,20 para a gasolina comum, R$ 6,40 para a aditivada e R$ 4,19 para o etanol.
Comparando com outubro, houve um leve aumento de R$ 0,02 por litro na gasolina comum, R$ 0,04 na aditivada e R$ 0,11 no etanol.
Ou seja, mesmo com a redução de R$ 0,14 por litro na origem, os preços finais para o consumidor subiram levemente, mostrando que a redução não foi totalmente repassada.
O repasse da queda de preços depende de fatores como margens aplicadas por distribuidoras e postos, e também do ICMS em cada estado.
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Esses elementos influenciam diretamente o valor que chega ao consumidor, tornando o efeito da redução da Petrobras discreto - ou quase inexistente - na bomba. Com isso, contrariam a expectativa de alívio no custo dos combustíveis.
Vale lembrar que, quando a medida da gasolina E30 foi aprovada, um dos argumentos do governo para justificá-la era justamente a expectativa de redução de até R$ 0,11 no preço da gasolina comum nas bombas, podendo chegar a R$ 0,20 por litro, a médio e longo prazos.
O termo "E30" indica que cada litro de gasolina comum tem 30% de etanol anidro em sua composição.
A mistura de etanol anidro na gasolina brasileira já passou por diversas alterações ao longo dos anos. Segundo dados da ANP, o percentual já foi de 20% nos anos 1970, e chegou a oscilar entre 11% e 25% nas décadas seguintes, conforme a política energética e a disponibilidade da cana-de-açúcar - matéria-prima para a produção do etanol.
Desde 2015, a proporção obrigatória era de de 27% — o chamado E27. Agora, desde agosto, os automóveis são abastecidos com o combustível E30.