Honda CR-V híbrido chega por R$ 352.900

O Honda CR-V está de volta ao mercado brasileiro, agora híbrido e importado da Tailândia - como o Civic. Chegará às lojas nesta virada de fevereiro para março por R$ 352.900.

Em sua sua sexta geração, o SUV volta como linha 2024 e mira clientes de Toyota RAV4 (conterrâneo que também é híbrido) e de versões de entrada de utilitários do segmento premium - como Audi Q3, BMW X1 e X2, Volvo XC40 e Mercedes GLA, por exemplo. A Honda quer emplacar 2 mil unidades/ano.

Maior que o CR-V anterior - são 4,71 m comprimento, 1,87 m de largura, 1,69 m de altura e 2,70 m de entre-eixos, sendo que o antigo tinha 4,63 m, 1,86 m, 1,69 m e 2,66 m, respectivamente -, tem como principais atrativos o excelente consumo de combustível e o alto nível de tecnologia.

Com 1.819 quilos, é mais um modelo da marca que passa a ter o sistema híbrido conhecido como e:hev, que une um motor 2.0 a gasolina a outros dois elétricos - chamada de "e-cvt", essa engenharia exclusiva da Honda faz com que um dos motores elétricos atue como "tracionador" e o outro, como gerador. Desse modo, o motor de tração tem 184 cv e entrega também 34,2 kgf.m de torque.

Posicionados em eixo paralelo, eles demandam pouco espaço e têm arranjo de câmbio com duas relações fixas, Uma é mais curta, para velocidades mais altas, e a outra é mais longa, para proporcionar maior economia de combustível em trechos curtos, onde o motor elétrico prevalece sobre o térmico.

O propulsor térmico, nesse caso, atua em poucos momentos como motor de tração - na maior parte do tempo, ele é apenas um fornecedor de energia para o conjunto. Tudo sem necessidade de recarga por conexão via plug: um sistema inteligente recarrega o veículo de forma automática.

É um resumo de tudo que já conhecemos dos Honda Civic e Accord, é verdade. Agora o CR-V é mais um desses.

Apesar de não ser tão importante nessa apresentação, vale dizer aqui que o conjunto 2.0 16V de quatro cilindros, duplo comando de válvulas e ciclo Atkinson tem sistema de injeção direta e pode entregar até 147 cv e 16,4 kgf.m de torque.

São três modos de operação: EV (100% elétrico), Hybrid (elétrico e combustão) e Engine (só combustão). A alternância entre eles acontece de maneira automática, de acordo com variáveis como topografia, pressão no acelerador e nível de energia das baterias.

As borboletas trás do volante atuam como ajustadores da força de frenagem. A direção é elétrica e o SUV ainda tem tração integral com controle de descida e sistema de percepção inteligente do terreno.

As suspensões são ótimas e têm foco no conforto: McPherson na dianteira e independente com estrutura multibraços na traseira, ambas com barras estabilizadoras. As belíssimas rodas pintadas de preto brilhante têm 19 polegadas.

Isso posto, estes são os números prometidos por Honda e pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro: 14,2 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada - nota A na categoria, segundo o PBEV.

Mas o carro faz mais.

Honda CR-V híbrido: completo, espaçoso e luxuoso

Além do show de tecnologia no que se refere ao conjunto mecânico do sistema híbrido, o carro ainda chega mais completo do que nunca. Vamos pontuar abaixo a lista separada, começando pelos itens de conforto e finalizando pelos equipamentos de segurança.

Sem opcionais e vendido em uma única versão, chamada Advanced, o novo CR-V vem de série com áudio premium da grife Bose, bancos dianteiros com ajuste elétrico - e memorizador para o motorista, ar-condicionado digital de duas zonas, três modos de pilotagem (Eco, Normal e Sport), multimídia com tela de nove polegadas com CarPlay e Android Auto sem fio, quadro de instrumentos digital colorido de 10,2", carregador de celular por indução, head-up display e quatro entradas USB - uma do tipo A e três do tipo C.

Não é "só" isso. Também há bancos e revestimentos em couro, abertura e fechamento elétricos da tampa do porta-malas, com sensor de presença, câmera de ré, sensores de chuva e crepuscular, ajuste elétrico do facho dos faróis, partida do motor à distância e conexão com o carro via app (myHonda Connect), botão de partida e filete do painel e das portas em acabamento amadeirado.

Na parte de segurança e de equipamentos de auxílio à condução, o CR-V vem com o pacote Honda Sensing - que inclui ACC, frenagem automática, assistente e corretor de faixa e farol alto automático -, sensor de fadiga, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, monitor de ponto cego, controle de descida, câmera no retrovisor lateral com projeção na central multimídia, chave com smart entry, dez airbags, sistema Isofix e freio de estacionamento por botão com função Auto hold.

O teto solar panorâmico, os faróis e as lanternas full-LED e o kit de reparo de pneus sob o assoalho do porta-malas completam a lista.

São cinco opções de cores: preto e prata com interior escurecido, e branco, cinza e azul, como o carro das imagens, com painel cinza claro.

E como anda?

Não é um carro veloz ou esportivo - em outras palavras, ficaria atrás de um Honda HR-V Touring em uma arrancada. Mas essa nem é sua proposta.

O foco do Honda CR-V híbrido é luxo, espaço e economia de combustível. E esses três pontos o modelo sabe entregar com maestria.

Luxuoso por todos os cantos e esguio e harmonioso por fora, parece uma espécie de SUV do Accord quando visto de frente e até se confunde com o Volvo XC60 se visto rapidamente de traseira.

No interior, materiais de ótima qualidade se mesclam com uma série de equipamentos de última geração que um carro de R$ 350 mil precisa oferecer. Só há uma observação a se fazer, no meu ponto de vista: os painéis das portas traseiras podiam ser revestidos de materiais macios ao toque como as da frente, e não de plástico, ainda que seja uma área com menos frequência de passageiro.

Aliás, em relação a espaço, destaque para o ótimo porta-malas de 581 litros, algo bem superior ao que os SUVs dessa faixa de preço conseguem oferecer. Uma pena esse CR-V não ter o sistema Magic Seat...

Já a combinação de motores é excelente: o carro anda bem, o câmbio é ajustado para a proposta de ser um SUV ecológico e as suspensões parecem muito bem preparadas para o que o CR-V enfrentará no Brasil. Sistema de frenagem idem.

E o consumo? Em nossas mãos, de acordo com o computador de bordo, o carro fez  18 km/litro durante o dia de gravação, de média. Em alguns picos para medições, chegamos a 21 km/l.

Em resumo, estamos diante do melhor CR-V já vendido e oferecido ao mercado brasileiro, ainda que também seja o mais caro. Um carro bonito, luxuoso, confortável e extremamente econômico. E que não precisa enfrentar o rodízio da cidade de São Paulo por ser híbrido - e essa é a cereja do bolo.