Hyundai cria câmbio manual sem pedal de embreagem

Marca ressuscita sistema de transmissão que automaticamente percebe quando o motorista vai trocar de marcha

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André Deliberato
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Calma, nada de I-Motion, Dualogic, Easy'R ou Easytronic. A Hyundai vai lançar (ou recriar) um sistema de transmissão automatizada que promete custar menos que caixas automáticas e ser tão eficiente quanto. Chamado de iMT (de Intelligent Manual Transmission), ele é um câmbio manual sem pedal de embreagem que entra em ação ao perceber a movimentação do motorista para trocar de marcha.

Em sua essência, é uma caixa manual normal com seis marchas, mas sem o pedal normalmente utilizado para as trocas. Sua estreia será na Índia, na linha 2021 do SUV Venue, ao lado de um motor 1.0 turbo de injeção direta e 121 cv. De acordo com a Hyundai, trata-se do primeiro câmbio da história que "combina os pontos fortes das transmissões manuais e automáticas".

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Câmbio iMT tem seletor de marchas e não é como uma caixa automática que conhecemos (foto)
Crédito: Divulgação
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Na prática, o motorista move apenas a alavanca, sem operar o pedal. Existe um sistema de embreagem, mas a diferença é que ela não é acionada pelo motorista, mas sim por um mecanismo eletro-hidráulico operado pela central eletrônica. Ainda segundo o fabricante, o custo de produção é mais baixo que o de uma caixa de marchas automática.

Bom lembrar que a base de funcionamento desse sistema está longe de ser inédita. Nos anos 2000, os Mercedes-Benz Classe A já usavam câmbio manual sem pedal de embreagem - chamado AKS, Automatische Kuplunge System. O Fiat Palio também teve transmissão parecida, batizada de Citymatic, enquanto o Chevrolet Corsa de segunda geração foi vendido aqui com esse tipo de câmbio, que a GM chamava de semi-automático.

Câmbio manual sem pedal de embreagem: como funciona?

A Hyundai explica que o câmbio iMT funciona com um sensor de intenção, que aciona a embreagem automaticamente ao perceber a movimentação do corpo do condutor para manusear a alavanca - após a marcha ser engatada, o sistema faz o desacoplamento sozinho.

Isso significa, por exemplo, que na prática não será mais possível controlar o carro em subidas pela movimentação entre os pedais de embreagem e acelerador.

De acordo com a empresa, o sistema é inteligente e tem alguns recursos eletrônicos para impedir danos ao conjunto caso o motorista faça alguma operação errada, como, por exemplo, reduzir da sexta para segunda marcha em alta velocidade.

Há chances de erro? Segundo a Hyundai, o sensor é extremamente preciso e consegue distinguir até falsos gestos da real intenção de operar o câmbio. Se der certo, o iMT poderá ser o sistema mais próximo de uma autêntica caixa de marchas manual que as próxima gerações conhecerão, já que as atuais, como sabemos, estão em extinção.

Hyundai Venue foi o carro escolhido pela empresa para estrear o câmbio iMT, na Índia
Crédito: Divulgação
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