Na visão dos executivos, os carros têm passado por uma série de transformações. No futuro, eles vão oferecer tipos diferentes de alimentação (serão, em suma, elétricos, híbridos e híbridos plug-in) e conectividade total, de modo que todas as máquinas poderão "conversar" entre si e também com a infraestrutura de ruas, cidades e rodovias.
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Como assim, "conversar"?
Na visão de Federico Goyret, da Renault, as atuais tendências de mercado mostram que nos próximos anos a revolução eletrificada - que já existe - deve se expandir. "As zonas urbanas e centrais das maiores cidades do mundo serão recheadas de carros 100% elétricos. O preço das baterias, que hoje fazem deles veículos caríssimos para o dia a dia, vai diminuir. Quem roda entre 50, 80 ou 100 km por dia não vai mais querer gastar dinheiro com combustível", explica o diretor."Para pessoas que rodam maiores distâncias e fazem viagens diariamente em estradas, os híbridos plug-in serão a melhor opção. Eles têm grande autonomia e podem ser conectados na tomada, portanto unem o melhor do carro elétrico a um veículo com motor a combustão", complementa o executivo.
Isso quer dizer que os carros híbridos convencionais, que aproveitam energias do próprio automóvel para recarregar a bateria (como a força de frenagens, por exemplo), como o novo Toyota Corolla Hybrid, tendem a assumir o posto do veículo tradicional que conhecemos.
"É uma tecnologia que aumenta a eficiência e diminui o consumo, e que deve ficar mais barata e se espalhar por carros menores nos próximos anos", aposta Jurcevic, CEO da Webmotors.
Mudança de hábitos
O executivo crê que para essa ressignificação do carro pós-pandemia acontecer, será preciso que muitas mudanças de conceitos ocorram. "Nada disso vai adiantar se a sociedade não passar por profundas mudanças de hábitos", afirma Leandro Esposito, do Waze."Não adianta termos 100% de carros elétricos e autônomos na cidade e todos saírem no mesmo horário para fazer o trajeto casa-trabalho, na popularmente conhecida 'hora do rush'. É preciso que uma mudança profunda de hábitos e comportamentos também aconteça para essa transformação", acredita Esposito.
Carros autônomos serão baseados na conectividade
A discussão entre os executivos também abordou o assunto dos carros autônomos. "Rodar com um automóvel que tem o nível 2 de assistência de condução [WM1: modelos que têm o ACC e conseguem corrigir automaticamente o veículo em eventuais escapadas de faixa] já me surpreende nos dias de hoje. Imaginem como vai ser quando chegarem às ruas os níveis 3, 4 e 5", indica Jurcevic.Para Federico Goyret, a chegada desse tipo de tecnologia virá acompanhada de um nível que ainda não conhecemos de conectividade. "Os carros do futuro que andam sozinhos serão diretamente conectados à internet 5G. Eles vão conversar com outros carros, infraestrutura das ruas e as placas de trânsito nas estradas, e também vão se conectar aos celulares dos passageiros", explica.
Para ele, essa tecnologia vai mudar completamente o comportamento dos usuários e também o formato de construção dos automóveis. Isso porque, hoje, os veículos são projetados para determinados tipos de batidas.
"Se esses tipos de acidentes diminuírem ou até acabarem graças aos sistemas autônomos e à conectividade que falamos, muita coisa vai mudar, o que inclui até o desenho da carroceria e o preço das franquias de seguro", finaliza o executivo da Renault.
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