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Outubro rosa: Mustang Mach-E feito só por mulheres

Processo de produção, inclusive motor e transmissão, foi todo feito por profissionais do sexo feminino

por Marcus Celestino

O Mustang Mach-E até pode ser alvo de comentários ácidos por partes dos amantes dos automóveis. Por motivo óbvio: revelado em 2019, o SUV elétrico é baseado no lendário muscle car. No entanto, o utilitário esportivo, que mais se assemelha a um Tesla, é capaz de nos dar alegrias. Uma unidade do crossover foi montado só por mulheres, a fim de valorizar a força de trabalho feminina.
Segundo a Ford, a iniciativa foca na diversidade e inclusão, e faz parte do apoio do fabricante ao outubro rosa (ou "Warriors in Pink", na América do Norte), campanha de prevenção do câncer de mama realizada mundialmente. A empresa também saliente que tem a "convicção de que a liberdade de movimento leva ao progresso humano" e que "evolução leva à inovação".

O Mustang Mach-E foi montado por funcionárias da fábrica de Cuautitlán, no México. Somente na produção do motor do SUV elétrico, trabalharam um total de 192 mulheres. O processo de construção do propulsor ocorreu na planta de Chihuaha. Já a caixa de câmbio teve montagem realizada em Irapuato, unidade que produz exclusivamente transmissões.
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Visual personalizado

A Ford convidou a artista plástica María Fernanda Ochoa para criar pintura personalizada para o Mach-E 100% montado por mulheres. "O desenho tem três elementos principais: o primeiro é a mulher que se pode ver nas laterais. Usei como base o Cavaleiro Águia do logo da fábrica, mas obviamente quis que a mulher fosse a protagonista deste modelo. Ela representa a força e a importância que as mulheres têm na fábrica", ressaltou María Fernanda.

Além disso, o logotipo do "Warriors in Pink" foi pintado no capô. Para completar, María Fernanda utilizou, como último elemento, os girassóis, que podem ser vistos nas portas do SUV elétrico. Ela explica o motivo:
"Quis usá-los porque queria também brincar com os estereótipos, de como as mulheres são comparadas com flores. Para mim, o girassol é uma flor muito forte, estável e que suporta condições adversas, mas sempre está em busca de luz que lhe dá força", disse. "Espero que, com essa mensagem, todos se lembrem de como somos poderosas e mais fortes quando estamos unidas", completou a artista plástica.

Mulheres na indústria automotiva

Embora o número de mulheres na indústria automotiva tenha aumentado nos últimos anos, a disparidade entre a força de trabalho feminina e a masculina ainda é sensível.
A Dra. Astrid Fontaine, executiva da Bentley, crê que isso pode mudar em breve. Para ela, o trabalho remoto, que ganhou força na pandemia do novo coronavírus, deve se tornar rotineiro.
"Você pode trabalhar de casa enquanto faz outras atividades. Por conseguinte, a possibilidade de se ter maior flexibilidade e de ser multitarefa poderão diversificar (o setor automotivo)", comentou Astrid à  BBC. "O talento que as mulheres trazem ... No passado, talvez elas não estivessem dispostas a trazê-lo porque tinham muitas outras coisas para cuidar", completou.
Vale ressaltar que nem mesmo em cargos executivos o número de mulheres é considerável. Mas já temos exemplos importantes. Astrid Fontaine tem papel relevante na Bentley. Mary Barra é CEO da General Motors. A GM também teve por um tempo uma CFO mulher, Dhivya Suryadevara. No Brasil, Ana Theresa Borsari é diretora-geral da PSA.
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Na Fórmula 1, categoria mais importante do automobilismo, muitas equipes já têm mulheres engenheiras e pilotos. Mas ainda são poucas. Claire Williams, até então única mulher chefe de um time, deixou o circo em setembro, no GP da Itália. Por fim, a britânica Jamie Chadwick e a colombiana Tatiana Calderón são pilotos de testes de Williams e Alfa Romeo, respectivamente.
Veja o processo de produção do Mustang Mach-E:

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