Análise: o fim de semana perfeito da Red Bull

Equipe e pilotos dão show em Mônaco e pela primeira vez desde 2013 time lidera Mundial de Fórmula 1

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Marcus Celestino
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Há tempos a Red Bull não se via na posição em que se encontra hoje na Fórmula 1. Pela primeira vez desde 2013, a equipe lidera o Mundial de Pilotos e o Mundial de Construtores. Por outro lado, a Mercedes se encontra em um lugar pouco usual a essa altura da temporada. A última vez que o time de Brackley amargou a segunda posição no campeonato foi em 2018.

Tudo bem que já sabíamos que este seria um ano mais equilibrado, de altos e baixos. Mas o que ninguém previu foi um fim de semana tão desastroso para a escuderia gerenciada por Toto Wolff, enquanto a equipe comandada por Christian Horner fez tudo certinho, certinho no Principado. Com isso, a Red Bull garantiu seu quinto triunfo no histórico circuito.

Max Verstappen fez uma corrida irretocável em Mônaco, e assegurou a vitória com alguma tranquilidade. Isso mesmo com o bom ritmo do segundo colocado, Carlos Sainz, que viu seu SF21 render muito bem no tradicional GP. Verstappen contou ainda com a sorte, já que o pole position, Charles Leclerc, teve problema e sequer largou. Caso tivesse participado da prova, o monegasco teria grandes chances de vitória em casa. O pace da Ferrari durante todo o fim de semana foi muito bom.

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Fórmula 1 Mônaco Verstappen
Max Verstappen e Red Bull tiveram desempenho irretocável em Mônaco
Crédito: Reprodução
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O bom ritmo imprimido por Verstappen na pista, aliado ao bom trabalho feito pela Red Bull no pit stop do holandês, fez com que ele dominasse a prova de ponta a ponta. A equipe, no entanto, fez ainda melhor com Sergio Pérez. O mexicano largou numa incômoda nona posição - oitava, considerando a ausência de Leclerc no grid. Todavia, seu belíssimo primeiro stint fez com que, após a parada, saísse à frente de Sebastian Vettel, Pierre Gasly e Lewis Hamilton. Um overcut que mostrou o quão excepcional Checo é no gerenciamento dos pneus.

Se a Red Bull mostrou como se faz no quesito estratégia na Fórmula 1, determinante na conquista de posições num circuito como Mônaco, a Mercedes foi na direção oposta. A começar pelo desastroso pit stop de Valtteri Bottas. O finlandês vinha bem na corrida. O bom fim de semana de Bottas, contudo, foi por água abaixo por causa do pneu dianteiro direito, que ficou preso no W12.

Segundo a Mercedes, a pistola usada pelo mecânico desgastou os pontos de tração da porca da roda. O erro custou a corrida do finlandês e pontos preciosos para o time de Brackley. Só que não para por aí. Para Toto Wolff, o erro também pode ser atribuído a Bottas. De acordo com o chefão da equipe, o piloto parou na posição errada no pit lane e, por isso, fez com que o mecânico tivesse de encaixar a pistola num ângulo desfavorável.

Fórmula 1 Mônaco Seb Vettel
Sebastian Vettel garantiu o overcut em Lewis Hamilton e terminou a prova em quinto
Crédito: Reprodução
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A coluna até confia na palavra de Wolff, mas acredita que Bottas não seja o grande culpado pelo desastre. A Mercedes não é uma equipe infalível. Basta lembrar das recentes lambanças na Alemanha, em 2019, e no GP de Sakhir, ano passado. As aspas de Wolff, então, podem ser consideradas como mais dois preguinhos no caixão do finlandês no time de Brackley. A cada etapa fica cada vez mais claro que Bottas terá de procurar nova casa em 2022.

Hamilton também sofre por trapalhada da Mercedes

Mas não foi só Valtteri Bottas que pagou caro pelas artes da Mercedes. Lewis Hamilton, como de praxe, fez excelente trabalho de gerenciamento dos pneus. Tudo bem que seu ritmo no primeiro stint não foi lá dos melhores, já que teve de se dobrar a uma atuação impressionante de Pierre Gasly, que o segurou com muita classe.

Mesmo assim Hamilton fez sua parte. A Mercedes não. A equipe tentou uma estratégia de undercut, e chamou o britânico na volta 29 para compostos duros. O que foi uma baita de uma trapalhada. Com o jogo de pneus novos ainda muito frios, Hamilton não foi capaz de andar num ritmo bom o suficiente para ganhar posições. Assim, não conseguiu fazer o undercut em Pierre Gasly e, de lambuja, tomou o overcut de Checo Pérez e de Sebastian Vettel.

Carlos Sainz
Carlos Sainz conquistou primeiro pódio pela Ferrari
Crédito: Reprodução
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Com o sétimo lugar e a vitória de Max Verstappen, Hamilton viu sua liderança no campeonato cair por terra. O holandês chega a Baku com vantagem de 105 a 101 no Mundial de Pilotos. Os equívocos da Mercedes também fizeram com que a Red Bull tomasse a dianteira no Mundial de Construtores da Fórmula 1 - 149 pontos contra 148 do time de Brackley. Isso prova que ninguém pode se dar ao luxo de ter um fim de semana ruim numa temporada que promete equilíbrio do início ao fim.

O "Happy Seb" voltou!

De todos os destaques do GP de Mônaco, vale aqui um afago especial em Sebastian Vettel. O tetracampeão mundial fez uma excelente corrida e levou seu AMR21 ao quinto lugar. O carro, importante dizer, mesmo com as melhorias, ainda não tem condições de terminar numa posição tão boa quanto essa. Mérito total do alemão, que apresentou excepcional pace durante o fim de semana. Tomara que repita o mesmo em Baku.

Ricciardo não se encontra

Se Vettel mostrou claros sinais de evolução em Mônaco, Daniel Ricciardo parece não sair do lugar. Isso quase que literalmente. Vencedor no Principado em 2018, ainda pela Red Bull, o australiano terminou a prova deste ano em décimo segundo. Pior: tomou uma volta de forma humilhante de seu companheiro de McLaren, o britânico Lando Norris - que terminou a prova em terceiro.

Lando Norris (foto) terminou o GP em terceiro e deu uma volta em Daniel Ricciardo
Crédito: Reprodução
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Ricciardo garantiu que já esqueceu do último fim de semana e tem foco total na próxima etapa. No entanto, o australiano mostra mais uma vez que demora bastante a engrenar numa casa nova. O mesmo aconteceu no seu início de jornada pela Renault, em 2019. Bom piloto é claro que sabemos que ele é. Só que vai tomando um baile de Norris, que, hoje, leva praticamente sozinho a McLaren ao terceiro lugar no Mundial de Construtores.

Indy 500

A coluna está ansiosa por mais uma edição das 500 Milhas de Indianápolis. A pega pra capar acontece no próximo domingo, com largada prevista para 13h45. A tradicional prova, bom dizer, terá transmissão da TV Cultura.

Scott Dixon é o pole. Dos brasileiros, o melhor colocado é Tony Kanaan, quinto no grid. Helio Castroneves fez boa média de 230.355 e larga na oitava posição. Pietro Fittipaldi, que divide carro com Romain Grosjean e pilota nos ovais, sai em décimo terceiro. Todos muito bem posicionados, à frente de figurinhas como Felix Rosenqvist, Takuma Sato, Juan Pablo Montoya, Josef Newgarden e Simon Pagenaud. Estamos na torcida.

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Toda a última quarta-feira do mês a coluna Chicane traz reflexões e histórias do mundo do automobilismo, em especial a Fórmula 1, com Marcus Celestino.

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