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O que esperar de cada equipe da Fórmula 1 em 2021

Com base nos testes e, principalmente, no GP do Bahrein, a coluna exerce a futurologia e prevê o que será de cada time

por Marcus Celestino

Enfim, a temporada 2021 da Fórmula 1 começou. Até que não esperamos muito, mas parece que foi uma eternidade. Aquela nuvem de ansiedade pelo retorno, graças, dissipou. Tivemos os testes e um GP do Bahrein recheado de batalhas emocionantes - em especial o duelo entre Max Verstappen e Lewis Hamilton.
Com base nessa rodagem dos carros, que já têm alguma quilometragem, a coluna resolveu exercer a gloriosa futurologia. Equipe por equipe, vamos te contar, em algumas linhas, o que esperar de cada uma delas para o grande prêmio da Emilia Romagna e também para as corridas subsequentes.
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Evidente que é apenas um exercício. Times e pilotos evoluirão bastante no decorrer da temporada, se adaptarão às novas regras para este ano. Mensurar essa evolução é deveras complicado e, por isso, é dificílimo cravar quem terminará no topo. Mesmo assim a gente brinca, né?

O que esperar de cada equipe da Fórmula 1 em 2021

Mercedes

Uma estratégia agressiva fez com que Lewis Hamilton garantisse a vitória no Bahrein  - seu primeiro triunfo no GP de abertura da temporada desde 2015. Não fosse isso, Max Verstappen teria vencido. O conceito de baixo rake da Mercedes parece não funcionar muito bem este ano. Tanto é que a escuderia teve uma horrenda perda de 2s121 se compararmos com o desempenho em 2020. Só Aston Martin e Haas tiveram maior déficit.
Em Ímola e em Portimão, próximas etapas, a Mercedes terá de correr novamente atrás da Red Bull. O W12 ainda não é capaz de chegar na grande rival em pistas de média ou alta. Por esse motivo, o time terá de fazer o dever de casa com perfeição e contar, mais uma vez, com uma pilotagem magistral de Lewis Hamilton. A tendência, contudo, é que o W12 evolua, passe a dar menos traseira e facilite a vida do heptacampeão mundial e de seu companheiro, Valtteri Bottas.

Red Bull

O conceito de alto rake da Red Bull, cortesia de Adrian Newey, enfim parece voltar a fazer sentido. O pico de downforce, no entanto, ainda é muito elevado e, por isso, o RB16B segue bastante arisco. Se o time de Milton Keynes der aos seus pilotos uma plataforma aerodinâmica pouco mais estável, aí é que vai ficar difícil mesmo para a Mercedes.
A equipe tem muito a agradecer, na verdade, aos japoneses da Honda. O motor teve notório ganho de performance e se mostrou muito confiável. Hoje, talvez, seja a melhor unidade de potência do grid. E isso é ótimo para a Red Bull, que tem a chance de, em 2021, destronar a Mercedes.

McLaren

Embora Daniel Ricciardo e Lando Norris tenham reclamado bastante do MCL35M, o carro demonstrou ritmo muito bom durante os testes. Na primeira corrida do ano não foi diferente. Ricciardo e Norris fizeram um ótimo papel.
Por ora, a McLaren é a terceira força do grid, atrás apenas de Mercedes e Red Bull. Todavia, ainda não sabemos como o MCL35M, equipado com unidade de potência da Mercedes, se portará em pistas que demandem mais chão.
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Ferrari

Assim como o Ever Given, que estava de bobeira no Canal de Suez, parece que os Ferrari desencalharam em 2021. Não à toa, a equipe foi a que menos perdeu tempo se compararmos com 2020: apenas 0s541.
A unidade de potência teve ganho de performance considerável. Até parece, veja você, que a FIA fez vista grossa sobre a picaretagem do motor Ferrari de 2019. Mas não é só isso. Enfim, depois de muito tempo, a equipe de Maranello traz pacote aerodinâmico interessante e não confia plenamente em seu propulsor.
A Ferrari ainda não voltou ao vitorioso patamar de outrora, mas a evolução é latente. A depender do desenrolar, pode brigar pela terceira posição do campeonato.

AlphaTauri

Quem disser que já esperava por um ótimo desempenho da AlphaTauri nos testes e no GP do Bahrein, estará certamente dando aquele migué. O time de Faenza parece ter trabalhado muito bem na perda de downforce. Tanto que seu déficit de tempo ante 2020 é de 1s361.
Além disso, a equipe, assim como a irmã Red Bull, foi favorecida pela evidente melhora na unidade de potência da Honda. Franz Tost, chefão do time, diz que a AlphaTauri briga pelo quinto lugar no Mundial de Construtores. No entanto, se usar bem seu tempo de túnel de vento e de simulações no CFD, pode entrar na briga pelo terceiro lugar.

Alpine

De uma coisa a coluna tem certeza: o A521, com sua caixa de ar e sidepods de cintura mais alta, é lindo. No entanto, a solução encontrada pelo time para resolver os desafios trazidos pelo novo regulamento ainda são uma incógnita. Fato é que a Alpine perdeu 1s832 entre 2020, quando ainda atendia por Renault, e 2021.
Mesmo na contramão do grid com sua solução da caixa de ar e do sidepod, a equipe pareceu ter começado o ano de onde parou em 2020. Em sua volta à categoria, Fernando Alonso brigou por bons pontos até sua corrida ter sido interrompida por uma sacola de sanduíche que destruiu os dutos de freio.
Já Esteban Ocon foi Esteban Ocon. À exceção da pancada que levou de Sebastian Vettel, teve corrida excessivamente discreta. A Alpine vai ter que trabalhar - e muito - para fechar o ano no top 4.
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Aston Martin

A Aston Martin retrocedeu. Muito. O déficit da equipe entre 2020, quando era Racing Point, e 2021 é de 2s279. Só a Haas perdeu mais tempo. O AMR21 deu apenas 314 voltas nos testes. O melhor tempo foi 1m30.460s, de Lance Stroll, com compostos do tipo C5. Além disso, o carro apresentou muitos problemas de confiança, o que prejudicou (e muito) a vida de Stroll e de seu companheiro de equipe, o tetracampeão Sebastian Vettel.
O AMR21 tem ritmo, e isso pudemos constatar. No entanto, ainda não é o pace ideal para disputar o terceiro lugar no Mundial de Construtores. O baixo rake não fez bem ao carro, que terá de receber updates bem, digamos, robustos para ter melhor performance nas próximas corridas.

Alfa Romeo

O C41 é uma pequena joia. O carro se mostrou muito rápido nos testes. Na primeira corrida do ano, embora não tenham pontuado, Kimi Räikkönen e Antonio Giovinazzi tiveram um ritmo muito bom. Mas não é só pace de corrida que agrada. O C41 tem incrível potencial, ao menos no momento, de Q2. Q3 até.
A Alfa Romeo manteve o uso de aletas mais "curtinhas" a fim de dar mais carga à asa dianteira. Para compensar, porém, deixou a asa do C41 mais no chão. Ótima jogada do time baseado em Hinwil, que tem chances de brigar por bons pontos na Fórmula 1 em 2021.
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Williams

Dá para ver que a Williams evoluiu. O FW43B, contender deste ano, apresentou ritmo de treino e corrida muito mais próximos do meio do pelotão. O carro, todavia, pareceu não ter se adaptado tão bem às condições no Bahrein - especialmente ao vento.
George Russell, principal piloto do time, atentou para o fato de que o comportamento do FW43B irá variar bastante conforme a pista. Para o britânico, vai ser praticamente uma montanha-russa em termos de performance. Mesmo assim, Russell crê que a Williams conquiste alguns pontos na temporada 2021 da Fórmula 1. Também acreditamos.

Haas

A temporada 2021 da Haas na Fórmula 1 tem cara de tragédia anunciada. Günther Steiner, chefão da equipe, disse que o time sequer desenvolverá o VF-21 durante o ano. O foco, segundo Steiner, é 2022.
A Haas ainda tem outro problema: os pilotos. Mick Schumacher e Nikita Mazepin são calouros na categoria. Andar no fim do pelotão não será nada fácil para os jovens. O filho do heptacampeão Michael Schumacher até que foi bem nos testes e terminou a corrida.
Mazepin, por sua vez, só fez trapalhadas e deixou o GP do Bahrein ainda na primeira volta após erro bisonho. O filho do oligarca russo Dmitry Mazepin mostrou zero controle do VF-21. Como diria Lewis Hamilton, "cash is king" ("o dinheiro manda", numa tradução com licença poética). Enquanto isso, tem piloto muito melhor por aí sem vaga no grid.

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Toda a última quarta-feira do mês a coluna Chicane traz reflexões e histórias do mundo do automobilismo, em especial a Fórmula 1, com Marcus Celestino.

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