Por que comprar um Citroën Basalt manual? Essa foi a pergunta que me fiz durante o período em que testei o modelo. E confesso que a resposta ficou bem clara para mim: vale, para quem precisa de um porta-malas amplo, se sente mais confortável e seguro em uma posição mais elevada ao volante (típica de SUV) e, claro, está com o dinheiro contado para pagar à vista ou está no limite do valor da parcela de um financiamento.
Vamos aos fatos...

Bora começar pela característica que realmente me impressionou, que foi o espaço do porta-malas. São 490 litros de capacidade, o que o torna a referência entre seus rivais. E aqui estamos falando de concorrentes fortes, como o experiente Fiat Pulse, que tem bagageiro para 370 litros; o Renault Kardian, que leva até 410 litros no porta-malas; e o recém-chegado Volkswagen Tera, que tem o menor compartimento de carga da turma, com 350 litros.
Não é apenas o volume, mas a boa distribuição do espaço. Mesmo com a queda "cupê" da traseira - recurso visual que agrega personalidade ao Citroën -, é possível abrigar no porta-malas a bagagem de uma família de quatro pessoas tranquilamente. E ainda sobra lugar para abrigar outras bugigangas, caso necessário.
O segundo ponto sedutor do Basalt é o preço. De acordo com o site oficial da Citroën, o SUV cupê na versão Feel 1.0 manual parte de R$ 101.490, mas um desconto generoso de R$ 7.500 é aplicado e o modelo acaba saindo por R$ 93.990. E sim, diante de seus concorrentes diretos, acaba sendo o mais barato.
Confira os preços dos concorrentes:
Por este valor, o Basalt Feel manual entrega uma lista de equipamentos "ok" - nada de mais nem de menos para um carro que se propõe ser de entrada e, portanto, ter um valor mais competitivo e atraente para o cliente.
Os itens que me chamaram a atenção foram a central multimídia com tela de 10 polegadas compatível com Android Auto e Apple ClarPlay sem necessidade de fio para a conexão, os controles de tração e estabilidade, o assistente de frenagem e a câmera de ré.
A ausência de sensores de estacionamento traseiros e o fato de ter quatro airbags, e não seis como alguns de seus concorrentes, como Tera e Kardian, pesam contra o Citroën Basalt manual.
O destaque da lista são os seguintes itens:
Sim, antes que você questione, o Basalt é considerado um SUV por atender às especificações necessárias para ser considerado assim. No entanto, na minha avaliação - e acredito que possa ser a sua, também - o Citroën pode ser considerado um crossover por misturar características de vários segmentos, entre eles o dos utilitários esportivos.
Mas o que me chamou a atenção no Basalt foi a posição naturalmente mais elevada ao volante, típica de um...SUV! Com 4,34 metros de comprimento, 1,82 metro de largura, 1,58 metro de altura e bons 2,64 metros de distância entre os eixos, o modelo fabricado na planta de Porto Real, no Rio de Janeiro, não é grandalhão, mas também não é miudinho como um hatch. Por isso, essa posição elevada agrada.
Algumas ressalvas, porém, precisam ser feitas. A primeira delas é que a coluna de direção tem apenas regulagem de altura e fica devendo a de profundidade - que eu acho fundamental para encontrar a melhor posição ao volante.
Outro ponto que me incomodou foi a ausência de regulagens nos cintos de segurança dianteiros. Nos primeiros metros com o Basalt, a fita pegava no pescoço, causando incômodo. Consegui acertar as coisas mexendo na altura do banco.
Caso você não precise dos pontos acima mencionados, talvez o Citroën Basalt manual não seja a melhor opção. Se o porta-malas não é algo relevante para você pelo fato de ter uma rotina 99% urbana, não transportar equipamentos grandes ou bagagens volumosas todos os dias, uma opção pode ser o próprio C3 - caso queira ficar dentro da Citroën, e não olhar para outras marcas.
Hoje, dentro da gama da marca, é possível comprar um C3 Feel 1.0 manual - que tem basicamente o mesmo nível de equipamentos do Basalt manual - por R$ 87.690 (preço com desconto). Ou seja, uma diferença interessante de R$ 6.300 do hatch em relação ao SUV.
Aproveite também:
Agora, se o bolso permite, a sugestão é investir um pouco mais e pegar a versão de entrada automática do Basalt. O mercado atualmente valoriza demais os veículos com transmissão automática e, especialmente no caso dos SUVs, este câmbio é praticamente um requisito básico. Os SUVs manuais há algum tempo não têm mais a mesma procura e, sim, têm uma maior desvalorização no momento da revenda.
Por isso, a sugestão aqui é olhar com cuidado o Basalt Feel Turbo 200, que, como o próprio nome diz, já tem um upgrade de motorização - sai o 1.0 de três cilindros aspirado de 75 cv e entra o 1.0 de três cilindros turbo de 130 cv (quase o dobro). Além, é claro, da transmissão automática CVT no lugar da caixa manual de cinco velocidades.
Aqui também não podemos deixar passar em branco que o conjunto do Citroën Basalt manual atende às necessidades. A performance desaparece completamente para dar lugar à eficiência energética - em outras palavras: economia de combustível.
De acordo com dados oficiais da marca francesa, a opção manual do SUV faz 9,2 km/l (etanol) / 13,2 km/l (gasolina) na cidade, e na estrada atinge 10,1 km/l (etanol) / 14,3 km/l (gasolina).
Citroën Basalt Feel 1.0 manual - ficha técnica