Análise divulgada pela American Automobile Association (AAA) com base em dados de acidentes de trânsito registrados oficialmente nos EUA mostra uma tendência preocupante com relação à segurança infantil em automóveis.
A maioria das crianças correu riscos elevados em caso de acidentes devido a não estarem corretamente protegidas por sistemas de retenção mal dimensionados ou instalados de maneira incorreta e, pior, por viajarem completamente soltas, sem nenhuma proteção.
De 2019 a 2023, mais de 3,9 milhões de crianças com 11 anos ou menos estiveram envolvidas em acidentes de trânsito nos EUA, resultando em cerca de 516.000 feridos e mais de 2.800 mortes. Nos casos fatais, a porcentagem de crianças
completamente soltas na cabine, sem nenhum equipamento de retenção, foi assustadora.
Quatro em cada dez com idade de 7 a 11 anos, três em cada dez de 4 a 6 anos e uma em cada quatro mais novas, de 0 a 3 anos, morreram devido a esta irreflexão.
A análise também constatou que 67% dos banquinhos infantis verificados em 2024 foram instaladas nos veículos de maneira errada ou utilizados incorretamente, tendo como base 91.618 inspeções.
Notou-se também que o uso desses equipamentos de segurança costuma diminuir depois que a criança completa três anos de idade. Cai quase 10% entre 3 e 4 anos de idade e continua a escolher à medida que crescem.
Porém, muitas delas ainda não estão prontas para usar somente o cinto de segurança. "As crianças crescem rápido, todavia a adaptação ao cinto de segurança leva tempo e por isso devem usar assentos elevatórios, que ajudam a mantê-las seguras até que cintos se ajustem corretamente", analisa Amy Artuso, especialista em segurança viária e mobilidade.
A Academia Americana de Pediatria estima que a maioria das crianças não deve usar apenas o cinto de segurança entre 10 e 12 anos de idade. Muitas vezes são retiradas das cadeirinhas apropriadas antes que seja seguro.
Os pais podem não saber que o ajuste do cinto de segurança depende mais da altura do filho do que da idade. Com base na altura, até pré-adolescentes com
mais de dez anos podem se beneficiar com o uso de um banco de elevação. A maioria deles acomoda crianças com até 1,45 metro de altura.
Quando usados corretamente, bancos e assentos elevatórios fixados pelos cintos de segurança protegem os mais jovens. Reduzem as fatalidades em cerca de 70% para bebês menores de um ano e em 54% para crianças de 1 a 4 anos nos automóveis de passeio.
Porém, conforme a análise da AAA, 23% das crianças mudam para assentos de elevação antes da hora e mais de 89% passam a usar somente o cinto de segurança cedo demais.
Outros problemas abordados na análise referem-se à instalação e uso desses equipamentos de segurança. Os três erros mais comuns: má fixação do banquinho na estrutura de apoio do banco do carro; cinto de segurança frouxo ao acomodar a criança no banquinho ou no assento de elevação; não usar a correia superior ao instalar banquinho ou bebê-conforto voltados para a traseira do carro juntamente com o sistema de ancoragem inferior ou cinto de segurança.
No Brasil não existe um levantamento preciso sobre este assunto. Conforme a legislação, o uso indicado depende da idade, peso e altura da criança e segue as seguintes regras:
protegidos.
A atual legislação do País também incorpora a lei do Isofix, sistema de fixação mais seguro para ancoragem do bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação no banco traseiro do carro, e que desde 2020 passou a ser obrigatório nos veículos novos tanto fabricados aqui como importados.