Recebemos um briefing sobre o test-drive, definimos o local da primeira parada e o que surpreende é a distância: rodaríamos, durante três dias, mais de 600 km. Uma verdadeira expedição, com direito a muita rodagem, comida - entre peixes pantaneiros, churrasco e até uma deliciosa leitoa paraguaia - e encontros com animais selvagens daqueles que só vemos na TV. Vem comigo para essa aventura.
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Chevrolet S10 Z71 custa R$ 260.490
A primeira coisa que você deve ter se perguntado a respeito da versão Z71 é a origem do sobrenome. Curiosamente, nada mais é do que o código interno do "pacote" que define essa configuração, seja em relação aos itens ou mesmo à motorização utilizada. Trata-se de um costume da General Motors, afinal existem outros carros com sobrenomes parecidos, como os Corvette Z06 e ZR1 e o Camaro ZL1.Z71 também será a versão da GM para enfrentar modelos com roupagem aventureira no segmento de picapes médias, como as atuais Ford Ranger Storm e Nissan Frontier Attack. Esteticamente, ela tem adesivos alusivos ao sobrenome e vem com santantônio, capota marítima e outros detalhes personalizados, assim como os pneus Michelin feitos exclusivamente para a nova configuração.
Externamente, a picape tem alargadores nos para-lamas e também estribos laterais. A grade frontal e as rodas de 18 polegadas são as mesmas da versão High Country (que custa R$ 280.390), só que são pintadas de preto e calçadas pelos pneus lameiros já mencionados.
Bora começar a trip!
Costela de pacu, moqueca de pintado, pastelzinho feito dessa mesma moqueca e iscas de tambaqui e outros peixes da região são o convite para três dias de experiências gastronômicas riquíssimas. Saímos em direção a Miranda e cruzamos a serra que "divide" a região de planalto onde fica Campo Grande das planícies onde fica localizado o Pantanal. Nesse trecho, vi várias famílias de capivaras.
Seca
De julho a novembro o Pantanal vive época de seca. Os rios estão baixos, os pântanos estão secos e muitos animais silvestres acabam morrendo no cruzamento de rodovias por terem que sair de seu habitat em busca de comida. De pequenos marsupiais a cobras, antas, capivaras e até diferentes tipos de pássaros, o mais chocante foi ver um boi morto em um acostamento na perna seguinte.Depois de quase 2h chegamos ao centro de Miranda. Até aqui, depois de pouco mais de 200 km, a S10 havia gasto apenas 1/4 do tanque - o que dá uma estimativa arredondada de 800 km. Segundo os dados oficiais do Inmetro, com 76 litros de capacidade no tanque e consumo de 8,3 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, o número de autonomia da picape é de 661 km e 844 km, respectivamente.
A motorização da Chevrolet S10 Z71 é composta pelo conhecido motor 2.8 turbodiesel de quatro cilindros, que tem 200 cv e 51 kgf.m de torque, combinado a um câmbio automático de seis marchas e, como esperado para uma picape de proposta off-road, tração 4x4 com marcha reduzida e acionamento eletrônico.
Mais uma longa etapa de 130 quilômetros e chegamos ao nosso destino, um hotel relativamente próximo à cidade de Corumbá chamado Pantanal Jungle Lodge, nas margens do rio Miranda. Na primeira noite, fomos agraciados com um belo jantar composto novamente por peixes pantaneiros - além de vários ruídos estranhos de vários tipos animais selvagens durante a noite.
No quarto, cada jornalista convidado foi presentado com um tipo de surpresa. No meu, uma aranha que fugiu por um vão da parede de madeira do banheiro - motivo pelo qual eu dormi as duas noites com a porta fechada (e trancada) com uma toalha no chão. Teve gente que encontrou pequenas pererecas, rãs maiores e até morcego.
2º dia
No dia seguinte acordamos e provamos o tradicional prato pantaneiro dos trabalhadores da região, conhecido como "quebra-torto" - arroz carreteiro com ovo frito, mandioca e farofa acompanhado de leite com açúcar queimado, café, caldo de cana ou algum suco de fruta. A próxima parada era uma fazenda a alguns quilômetros, com trechos de off-road para provar as capacidades da picape.A S10 encara situações de areia e lama com facilidade, como já era de se esperar. Por estarmos em época de seca, não chegamos a enfrentar o barro, mas sim areia fofa. No percurso encontramos alguns tuiuiús, jacarés e gaviões de todos os tipos, incluindo até alguns casais de araras-azuis.
Não há diferença mecânica entre as versões da picape com esse motor 2.8, mas de acordo com a GM a calibração da turbina da Z71 é diferente das outras configurações, se equiparando justamente ao da High Country. O câmbio, apesar de antigo, casa muito bem com a proposta. Murchamos um pouco os pneus para que a picape pudesse encarar os desafios com facilidade. E foi assim que aconteceu.
No retorno ao hotel, almoço. Foi o momento em que conheci a leitoa paraguaia, outro prato típico da região. A cocção do porco deve ter sido tão lenta que a carne parecia uma gelatina, de tão mole, e quase se fundia com a gordura. Por cima, queijo e tomate, como se a leitoa fosse uma massa de pizza. Não precisava nem dos outros acompanhamentos, porque aquilo estava incrível.
Mais tarde, após um período de entrevistas e gravações, nos preparamos para um safári de barco, que ia até o encontro do rio Miranda com o rio Vermelho, também a alguns quilômetros de distância. Na ida, ainda com a luz do dia, vimos alguns bugios, mais famílias de capivaras nadando e cruzando o rio, garças, tucanos, araras, gaviões e novamente tuiuiús.
Anoiteceu. Na volta, vimos uma infinidade de jacarés nas encostas do rio, dos dois lados. Um monte. Eles certamente já estavam ali na ida, mas camuflados a ponto de não conseguirmos enxergar. Como já havíamos passado pelo crepúsculo, os olhos vermelhos de cada um deles (eram realmente muitos, diria até que centenas) refletiam na luz do barco. A busca para ver onça foi longa, mas não rolou.
Na noite de sábado a GM nos ofereceu um churrasco feito em fogo de chão - a equipe contratada havia começado a montar o esquema desde antes de sairmos pela manhã, lá pelas 7h30. Depois de muita costela, picanha, bifes de ancho e outros pedaços do contrafilé picados e mergulhados em uma abóbora japonesa, fomos dormir de barriga cheia. De novo com portas fechadas e atentos.
3º dia, o retorno
Dia de voltar para Campo Grande. Eram praticamente 350 km de distância, o que totaliza quase 700 km a bordo da nova versão da picape se contarmos a ida e a volta. Ela não tem carregador de celular por indução ou roteador de internet, como a versão High Country e outros modelos da Chevrolet, mas compensa com espelhamento de Apple CarPlay e Android Auto via cabo pela central multimídia.A Chevrolet S10 Z71 vem com a central multimídia MyLink em uma tela tátil colorida de 8 polegadas. Entre outros equipamentos de série estão seis airbags, controles de estabilidade e tração, sistema de controle de velocidade em descida, bancos de couro, ar-condicionado, capota marítima, rack de teto, o santantônio que já mencionamos, faróis com máscara escurecida, faróis de neblina e câmera de ré.
Na volta, não cruzamos a região que passamos na vinda, pela cidade de Aquidauana, e viemos direto pela BR-262 de onde saímos para Campo Grande - foram só duas paradas, uma para que pudéssemos usar o banheiro e tomar uma água e outra para almoçar. Na chegada ao aeroporto, a constatação foi de que a S10 poderia ir e voltar com menos de um tanque. Foram quase 700 km.
A GM estima que a Z71 irá representar 10% das vendas da S10, que não é um volume tão grande quando levamos em consideração o que a picape tem vendido este ano - média de 3 mil unidades por mês se dividirmos as pouco mais de 29.700 unidades por dez meses (de janeiro a outubro, segundo a Fenabrave). Desse modo, serão cerca de 300 unidades da Z71 mensalmente.
Resumo da história: a Chevrolet S10 Z71 é mais uma opção interessante para quem busca uma picape com muita capacidade off-road e roupagem aventureira com estilo diferenciado, assim como a Ranger Storm e Frontier Attack. Ela custa mais caro, é verdade (a picape da Ford sai por R$ 235.890, enquanto a da Nissan custa R$ 233.290), mas vale lembrar que seu preço já é o da linha 2022.
Fica o agradecimento deste escriba e do WM1 à GM pelo convite para essa expedição incrível, que continua nos próximos dias com jornalistas de outras regiões do Brasil e influenciadores. Podem apostar que nenhum deles vai esquecer das risadas, das experiências gastronômicas maravilhosas e certamente da leitoa paraguaia.
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