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DNA de respeito rendeu frutos aos Peugeot 208 GT

Motor cheio de apertite e design marcante são heranças do 205 GTi

por Lukas Kenji

Aos poucos estamos superando um trauma. Ávidos por foguetinhos em forma hatch, recebíamos das montadoras compactos fantasiados de adesivos de gosto duvidoso e equipados de motores mais sem graça do que as piadas daquele tio metido a comediante. Mas como um toque de mágica, a mentalidade das fabricantes deu uma mudada recentemente e fomos brindados com brinquedos bem divertidos.


Chegaram desde modelos arrojados como o Fiat 500 Abarth a opções mais simples (mas não menos divertidas) como o Renault Sandero R.S. O último hatch legitimamente hot a conviver entre nós foi o Peugeot 208 GT. A quem olha para o rostinho simpático e duvida da esportividade do compacto, ele responde apenas com sua capacidade de chegar aos 100 km/h em 7,6 segundos a partir da inércia.


O compacto tem especificações quase idênticas ao do 208 GTi vendido na Europa – a diferença básica é que o último tem motor que só bebe gasolina e carroceria duas portas, característica legal em termos de esportividade mas que não vende no Brasil. O propulsor 1.6 THP (turbo) flex destaca-se com rendimento de 166/173 cv a 6.000 rpm. Embora o nível de potência seja elástico, o pico de torque é bastante satisfatório. São 24,5 kgf.m disponíveis logo aos 1.400 giros tanto com gasolina quanto com etanol.


173 cv 24,5 kgf.m 7,6 s
potência com etanol pico de torque com etanol aceleração de 0 a 100 km/h

Vídeo



DNA DE RESPEITO


O bom acerto mecânico explica-se pelo DNA dos modelos Peugeot que recebem a inscrição GT e GTi, uma história que começou com o 205 GTi. O compacto de 1985 fez sucesso pelo design concebido pelo estúdio Pininfarina, entre-eixos curtinho (2,42 m) e pelos 132 cv desenvolvidos a 6.000 rotações. Para ter uma noção da reputação do francês, ele levou o prêmio de “Melhor Hot Hatch de Todos os Tempos” concedido no salão anual Performance Car Show, realizado em Birmingham, Inglaterra.


Desenho atraente, pico de potência do motor lá em cima e carroceria compacta – 3,97 m de comprimento, 1,47 m de altura e 2,54 m de entre-eixos – também são as qualidades do 208 GT. Mas se o 205 era uma máquina mais aguerrida e com nenhuma outra preocupação a não ser acelerar, o 208 importa-se muito com conforto e requinte.


A suspensão, por exemplo, é moderna e bem acertada para o ciclo urbano. É independente na frente e com travessa deformável atrás e conta ainda com amortecedores hidráulicos pressurizados à gás. O acerto, no entanto, poderia ser mais rígido já que estamos falando de um carrinho que ganha velocidade rapidamente e manda bem nas curvas. Não seria pedir demais também uma suspensão um pouco mais socada no chão. Uma vez que o 208 tem uma gama com várias versões, a mais esportiva delas poderia ter comportamento que fornecesse mais sensação de kart feeling.



Talvez seria a única mudança necessária para um ajuste fino de powertrain, o que ampliaria ainda mais a diversão que o francesinho proporciona. Isso porque o hatch imprime ao condutor uma dinâmica instantânea a cada ignição: pedal no assoalho, turbo enche rápido a câmara de combustão, um espirro suave é emitido pelo escapamento duplo de ponteiras cromadas, seguido de um sorriso iminente por parte do motorista.


Tal processo só é possível graças ao gerenciamento do propulsor feito pela transmissão manual de seis velocidades caracterizada por engates curtos e precisos.



DESIGN GOURMET


Quanto à estética do 208 GT, há diversos mimos que o 205 GTi jamais pensaria em ter. Reflexo dos novos tempos em que um LED é quase item obrigatório. No entanto, tudo é discreto e de bom gosto. Há detalhes em vermelho na grade, rodas de aro 17” com desenho exclusivo, aerofólio traseiro e retrovisores em preto brilhante e LEDs de uso diurno.


Por dentro, o carro transmite um ambiente extremamente agradável, o que é realidade desde a versão mais básica do 208. No GT há um LED vermelho enfeitando o cluster, bancos com revestimento em couro, pedais em aluminío, detalhes em preto brilhante na central multimídia e o agradabilíssimo volantinho revestido em couro e com costuras vermelhas.



Todos estes detalhes somados à vasta lista de itens de série explicam porque o 208 GT custa R$ 80.290. Ele está no mesmo patamos de preço de Suzuki Swift Sport (R$ 79.990) e Citroën DS3 (R$ 82.490), mas é quase R$ 20 mil mais caro do que o Renault Sandero R.S. (R$ 61.509).


O Sandero é muito mais simples do que o 208, mas não deve nada em nível de esportividade. O hatch que carrega propulsor 2.0 de 150 cv (etanol) é só 0,4 s mais lento do que o Peugeot em uma comparação simples de aceleração 0 a 100 km/h.


Revisões

10.000 km

2x R$ 243,50

20.000 km

2x R$ 374

30.000 km

2x R$ 243,50

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Se o Renault é uma alternativa mais adequada para quem tem no preço o principal quesito para escolher seu hot hatch, o Peugeot é opção para quem quer um veículo mais completo. Além dos itens estéticos já citados, o 208 GT traz de série ar-condicionado digital de duas zonas, quatro airbags, controle de tração e estabilidade, central multimídia com tela de 7” sensível ao toque e sistema Apple Car Play e Mirror Link, piloto automático, acendimento automático dos faróis e sensores de estacionamento.


Conclusão


O recheio farto de equipamentos, a mecânica que transmite diversão e a estética repleta de mimos tornam o 208 GT o hot hatch até R$ 100 mil mais completo do Brasil. Agrada quem quer conforto nas ruas, mas que pode acelerar com gosto em track days. Já os que colocam a esportividade em primeiro lugar se encaixam mais no perfil de DS3 e Fiat 500 Abarth (R$ 94.000). Mas se o orçamento for mais apertado, não existe receio em escolher o Sandero R.S.


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