Você viu aqui no WM1 que a Royal Enfield está toda animada com o mercado brasileiro. Revelou planos para ter uma linha de montagem em Manaus e vender modelos de média cilindrada. Antes, porém, a marca lançou a inédita Interceptor e a nova geração da Continental GT. Mas, como andam as duas motos? Nós fomos conferir.
Nosso test-ride consistiu, basicamente, em ida e volta de São José dos Campos (SP) a Paraty (RJ), por trechos de Via Dutra e Carvalho Pinto. Com direito à descida pela Estrada Parque Comendador Antonio Conti (trecho da serra da Bocaina, que liga Cunha a Paraty) e subida pela sinuosa Rodovia Oswaldo Cruz (que liga Ubatuba a Taubaté).
Nestes cerca de 200km em cada trecho, os dois modelos surpreenderam e superaram as expectaivas! Na ida, a Interceptor 650, com sua posição de pilotagem extremamente confortável, guidom de ótima altura e pedaleiras quase na reta dos quadris.
O banco é satisfatoriamente macio, mas poderia ser um pouco mais largo - inclusive para a garupa. Os punhos oferecem pegada razoável - são mais finos que o desejável -, mas não chegam a incomodar.
Os espelhos, apesar das hastes longas, oferecem visual apenas razoável. E, embora tenha desenho charmoso e em harmonia (cromados e partes pretas combinam com qualquer cor), o acabamento peca nos detalhes. Caso do botão cego no comutador direito, do "bacalhau" de suporte das pedaleiras traseiras e dos adesivos pouco impressionantes.
O desempenho e a maneabilidade são quase comoventes. A moto arranca com vontade, pede trocas de marchas gentilmente, sem ruídos incômodos, exibe força em absolutamente todas as marchas e a sexta é quase infinita.
O câmbio é uma manteiga e só carece de um pouco mais de precisão, já que, por vezes, achamos "pontos mortos" entre as marchas. Vibração? Inexpressiva, em nada lembrando as batedeiras Bullet e Classic. Um arraso!
Os manetes de embreagem e freio não exigem força em seu acionamento e o ABS deu conta do recado quando solicitado, sem qualquer trepidação em cima ou no pedal de freio.
Nas curvas, bom comportamento, mas os pneus Pirelli Phantom "made in Indonesia" de perfil alto não transmitiram toda a segurança que gostaríamos - são duros e inclinam abruptamente nas curvas. Por fim, o painel informa o necessário, mas não tem qualquer charme.
A Continental GT compartilha muitos componentes com a Interceptor e seu desempenho é praticamente igual. Com pegada mais cafe racer, a posição de pilotagem é outra: tem guidom baixo, pedaleiras recuadas, banco menor e mais baixo, e entradas no tanque para encaixar os joelhos - e nada confortável para um garupa.
Pilotar a GT cansa mais rapidamente, já que o peso do corpo fica sobre os braços e as pernas ficam um pouco mais dobradas. Mas é algo mais instigante e, como você está mais "vestido" com a moto, você sente mais segurança e abusa mais, buscando uma pilotagem mais esportiva.
Outra diferença está nas mudanças das marchas - aqui o pedal é direto no motor, sem "macaquinho" para fazer o link, o que torna as trocas mais precisas.
Então, ficamos combinados assim: se você dá mais prioridade ao conforto, vai andar mais na cidade e passear com a namorada ou com a turma em trechos curtos e médios, vá de Interceptor.
E se você prefere uma tocada mais emocionante, com a turma e sem garupa, naqueles passeios de bate-e-volta para cidades vizinhas por estradinhas cheias de curvas, escolha a Continental GT.



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