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JAC T60 Plus: ‘Mudei, mas nem tanto’

SUV ficou praticamente irreconhecível visualmente, mas mantém predicados (e defeitos) de antes do facelift

por Marcus Celestino

O JAC T60 devidamente reestilizado é todo trabalhado na ousadia. O SUV, que passou por, praticamente, um procedimento cirúrgico, foi lançado no fim do ano passado. E ficou bem, bem diferente mesmo.
Embora tenha focado nos seus elétricos em 2020, a JAC fechou o ano passado com três de seus SUVs renovados. Além das mudanças no visual, T40, T50 e o veículo desta avaliação, o T60, ganharam novos itens e incorporaram o sobrenome Plus. Mas, agora, se os dois primeiros passaram por leve reestilização, o último ficou praticamente irreconhecível, com design bem diferente do que estávamos habituados.
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A começar pela dianteira. Barra na base do novo capô, mais alto que o do predecessor, tem visual complementado pelas luzes diurnas de LED em formato de bumerangue. Já os faróis ficam separados, abaixo, integrados ao para-choque. Algo similar ao que rola, por exemplo, na Fiat Toro.

Se na dianteira o SUV passou por baita cirurgia e ganhou visual mais futurista e, digamos, excêntrico, de lado dá para notar que ainda se trata do T60. As colunas A e B e as portas, por exemplo, são as mesmas do modelo pré-facelift. Rodas de 17 polegadas e as caixas de roda também.
Na traseira voltamos ao bisturi. A tampa do porta-malas mudou, bem como as lanternas que, mesmo ainda interligadas, perderam o acompanhamento dos cromados e ganharam um filete de LED. Elas à noite, inclusive, são um destaque. Têm assinatura muito bacana, que deixa o veículo, de fato, em evidência nas ruas e estradas.
O para-choque, para completar, é diferente, mais limpo, e tem elemento na cor prata na base. Não protege a tampa do porta-malas, mas serve como um belo complemento à harmoniosa traseira do T60 Plus.

Dimensões e interior

O porta-malas tem generosa capacidade, muito superior às de veículos de porte similar, como Jeep Compass e Ford Territory. Tem volume de 650 litros, com possibilidade de ir aos 1.210 litros caso o banco traseiro  seja rebatido.

Aqui ainda é acomodada, claro, a roda sobressalente que, ora vejam vocês, é de tamanho original. Num mundo com cada vez mais estepes temporários, menores que rodinhas de velocípede e cheios de limitações, a gente agradece.
Único senão é a tampa do porta-malas, que poderia ser um pouco mais leve. No entanto, em defesa do modelo, dá para dizer que a tampa não chega a ser tão pesada de forma a demandar aplicação de força hercúlea.
Quanto às dimensões, o T60 Plus tem 4,41 m de comprimento, 1,8 m de largura, 1,68 m de altura e entre-eixos de 2,62 m. Números bacanas, que garantem ao SUV o porte interessante.

Garantem também, especialmente aos ocupantes do banco traseiro, espaço mais que digno. O repórter, por exemplo, tem 1,70 m e viaja confortavelmente na área, sem necessidade de chutar o pessoal que vai na dianteira.
Quem viaja atrás tem, bom frisar, à disposição saídas de ar-condicionado, encosto de cabeça, duas portas USB para dar aquela carga, cinto de três pontos e apoio de braço que pode ficar abaixado se não tivermos um terceiro elemento na área.
Condutor e passageiro da frente também viajam com conforto. Também vale destacar que os materiais são de boa qualidade e as peças têm bom encaixe.
O acabamento é esmerado especialmente em áreas nas quais há mais toque, como nas portas, no console central e no painel. A chave, presencial, também tem seu charme e se apresenta como se fosse de um veículo mais sofisticado.
Um galho, contudo, fica por conta da ergonomia. Há apenas ajuste de altura do volante e o engate, a alavanca a ser destravada para ajustá-lo, é muito, muito dura. Outros pontos negativos: não há regulagem elétrica dos bancos e os controles dos retrovisores não ficam tão à mão do condutor.

No habitáculo, o JAC T60 Plus dispõe de teto solar elétrico, central multimídia com tela de 10,25 polegadas em LCD e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay e ar-condicionado digital.
Multimídia e ar podem ser controlados por central de comandos touch screen que poderia ser um pouco mais sensível ao toque. Às vezes se faz necessária a repetição da operação para se obter sucesso na empreitada de, por exemplo, trocar a playlist de grunge nervoso por aquela listinha com o melhor do pagode noventista.
O som, aliás, é de boa qualidade – com quatro alto falantes e dois tweeters. O T60 Plus tem ainda bancos revestidos em couro chamado pelo fabricante de Premium JAC Seat. Tem também quadro de instrumentos 100% digital com três modos distintos de visualização e projetor com luz de LED na porta do motorista, que mostra o nome Refine S4, que é como o SUV atende em outros mercados.
Bancos revestidos em couro, quadro 100% digital e projetor presentes aqui nesta unidade, bom dizer, fazem parte do pacote mais caro do modelo.
Em termos de segurança, o T60 Plus dispõe de seis airbags, função auto hold, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, freio de estacionamento elétrico, entre outros.

Dinâmica do JAC T60 Plus

O JAC T60 Plus vem equipado com motor 1.5 turbo de 168 cavalos de potência e 21,4 kgf.m de torque. Ah! Informação importante: o carro bebe exclusivamente gasolina. Casa com esse propulsor câmbio do tipo CVT, com simulação de seis marchas. E o casamento até que é harmonioso, sem rusgas.

A calibração do câmbio, ponto negativo, é longa demais. A transmissão, contudo, apresenta respostas adequadas, que não incomodam o condutor. As trocas das marchas virtuais, porém, só podem ser feitas na alavanca.
Com 1.365 kg, o T60 Plus tem relação peso-potência de 8,12 kg por cavalo. Isso garante certa agilidade ao SUV, que vai de 0 a 100 km/h, segundo o fabricante, em 9,6 segundos e tem velocidade máxima de 195 km/h. Para conter o cidadão, temos freios a disco nas quatro rodas.
Todavia, é até redundante dizer isso em avaliações de carros deste segmento, não dá para exagerar. E tem mais: a direção elétrica é bem, digamos, borocochô. Não fica na mão do condutor, deveria ser mais direta. O acerto da suspensão também deixa o SUV super molenga, o que pode ser muito prejudicial em alta velocidade e também, claro, nas curvas.
Em termos de consumo, o T60 Plus não chega a empolgar, mas também não assusta tanto. As médias que obtivemos na nossa avaliação foram de 9,3 km/l na cidade e de 10,7 km/l em ciclo rodoviário.
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Conclusão

O JAC T60 Plus tem, claro, suas desvantagens, mas é um SUV que tem preço competitivo ante à concorrência. É comercializado neste pacote que testamos por R$ 133.490 e vem com bom número de itens de segurança e conforto.

Por mais que tenha mudado radicalmente no visual, o T60 ainda oferece vantagens de um veículo de seu segmento, e porte, por valor de carro um degrau abaixo do seu. No entanto, segue com os mesmos problemas de antes da reestilização.

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