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Jeep Compass Turbodiesel fica muito acima do flex?

Modelo produzido em Pernambuco é o único da categoria de SUVs médios a oferecer motor turbodiesel e tração 4x4

por Lukas Kenji

Nenhum modelo foi tão atacado em 2021 quanto o Jeep Compass. Líder isolado no segmento de SUVs médios, o carro ganhou a companhia de rivais com os mais diferentes atributos. Mesmo assim, o utilitário-esportivo produzido em Pernambuco segue como o único da categoria a oferecer motor turbodiesel e tração 4x4.

Mas até que ponto esses recursos são atraentes? A pergunta se faz relevante porque, se na linha anterior a alternativa era um motor 2.0 flex aspirado pouco eficiente, agora há oferta de um conjunto 1.3 turbo econômico e cheio de vigor.
Além de performática, a opção turboflex também é mais em conta. Se colocarmos em evidência a versão Longitude, disponível tanto com o motor 1.3, quanto com o 2.0 diesel, temos uma diferença de R$ 44 mil. Será que vale o investimento?
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Para chegarmos a uma conclusão, trazemos aqui o teste do Jeep Compass Longitude TD350, a opção mais em conta disponível com o propulsor de 170 cv e 35,7 kgf.m de torque. A tabela nacional é de R$ 206.990, enquanto o valor para São Paulo e Zona Franca de Manaus é de R$ 213.996.
A gama de equipamentos é praticamente a mesma da Longitude Flex, mas há diferenças estéticas. As versões TD350 (sigla referente à entrega de torque em NM) têm visual externo mais semelhante com a linha anterior do Compass.
Embora o para-choque tenha sido redesenhado, o posicionamento e acabamento ao redor dos faróis de neblina não acompanham as mudanças trazidas pelo facelift.

80 anos

Mas o exemplar testado chama atenção pelos elementos decorados em grafite que fazem parte do pacote opcional 80 anos. Os itens escurecidos são grade, retrovisores, logos, frisos, além das rodas de 18 polegadas.
Outros itens que compõem o pacote que cobra R$ 8 mil extras são sistema de som de 506 watts da Beats, assistente de estacionamento, rebatimento elétrico dos retrovisores, partida remota via aplicativo, além de carregador de celular por indução (este, bem que poderia vir de série).
Mas a notícia de fazer o coração jorrar lágrimas é o fato de que o teto-solar, que compunha o pacote 80 anos e pode ser visto nas fotos da unidade testada, agora só é disponibilizado nas versões mais caras.

Após o desabafo, vamos aos itens de série: faróis full-LED, ar-condicionado de duas zonas, bancos revestidos e couro, volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade, controle de cruzeiro, sensores de estacionamento traseiro, chave presencial com partida por botão, freio de estacionamento eletrônico, sensores crepuscular e de chuva, além de seis airbags.
O Compass Longitude TD350 também vem com a nova central multimídia de 10,1 polegadas. Intuitiva e bem organizada, além de câmera de ré, Wi-Fi e compatibilidade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.
A outra tela digital corresponde ao painel de instrumentos. Ainda é aquela utilizada pela linha anterior do Compass, mas que não faz feio. Pelo contrário, oferece diversas informações de maneira prática.

Tais itens conferem modernidade ao agradável habitáculo do SUV. Com variedade de materiais de boa qualidade ao toque e sem exageros, o Compass só fica atrás do Peugeot 3008 no quesito acabamento interno.
O único pênalti mais evidente pode ser considerado o revestimento do painel. Não pela qualidade do material, mas porque plástico e costuras definitivamente não combinam.

Na medida

Já na parte de trás, o modelo merece elogios mesmo que não seja o mais espaçoso da categoria. Com 4,40 m de comprimento, dos quais 2,64 m de entre-eixos, há espaço suficiente para as pernas e a cabeça fica longe de raspar no teto. Como o túnel central é baixo e não há calombo no banco, rola viajar numa boa até na posição central.
Outro ponto positivo é a presença de saídas de ar-condicionado, tomada 12V, além de uma entrada USB. Na frente, também há dois compartimentos deste tipo, entre os quais um é para cabos mais avançados, do tipo USB-C.

Assim como nas demais medidas, o Compass não mudou em relação ao porta-malas. Embora a Jeep anuncie que o bagageiro tem 476 litros, por conta de uma atualização na aferição, o compartimento é o mesmo de quando a montadora o anunciava como tendo 410 litros.
O que também não mudou foi o motor turbodiesel, assunto principal desta avaliação. E isso é uma boa notícia, uma vez que o propulsor é satisfatório em termos de desempenho, economia de combustível e até conforto sonoro.

Diesel e turboflex?

Com 35,7 kgf.m de torque, o SUV é 8 kgf.m mais torcudo em relação ao 1.3 turboflex. No entanto, oferece 15 cv a menos, com totais 170 cv. Essa relação faz com que o motor mais novo seja mais desenvolto. A aceleração de 0 a 100 km/h do Compass Flex é de 8,8 segundos, portanto, 1,9 mais rápido do que o diesel, que é ainda 175 quilos mais pesado (1.760 kg).
Mas e quando falamos sobre consumo, quem é mais eficiente? Depende. Na cidade, as opções são praticamente equivalentes, sendo que o propulsor a diesel registra 10,3 km/l. Já na estrada, aí sim o conjunto TD350 leva vantagem, com desempenho de 13,5 km/l, ante 11,9 km/l do T270 abastecido de gasolina.
A favor do Compass diesel contam diferenciais como a transmissão automática de nove velocidades, que pode ser gerenciada pelas aletas atrás do volante, além dos recursos 4x4, que são regulados por meio de seletor de terreno ao lado na manopla de câmbio.

Por outro lado, um quesito que joga contra o investimento no modelo a diesel é o pós-venda. A apólice mais em conta para o Compass Longitude TD350 80 Anos é de R$ 5.055,13. Para o Longitude Flex, nas mesmas condições de perfil, a oferta é de R$ 4.337,41.
A diferença é ainda mais expressiva quando o assunto é revisão. A soma referente aos seis primeiros serviços para o diesel é de R$ 8.080, enquanto para o flex, o orçamento é cortado quase pela metade, por R$ 4.520.
Assim, fica evidente que a opção turbodiesel perdeu a competitividade perante ao flex, com a chegada do moderno motor 1.3 turbo. Além dos R$ 44 mil que separam as versões Longitude de cada um, os valores de pós-venda também são impactantes.
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Quanto ao trem de força, os dois motores são praticamente proporcionais em relação a consumo, mas o turboflex é mais rápido.
Isso significa que o Jeep Compass Longitude TD350 é uma boa escolha apenas para quem roda muito, uma vez que a autonomia da opção a diesel é maior, ou para quem precisa utilizar os recursos 4x4.

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