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Logan CVT: vale pagar mais de R$ 70 mil pelo sedã?

Aceleramos a versão mais cara do sedã compacto, que ganhou câmbio automático CVT, mas não mudou de desenho lá atrás

por André Deliberato

Quando a Renault convidou o WM1 para o lançamento da linha 2020 da dupla Sandero/Logan, criou-se muita expectativa sobre o novo desenho da traseira dos modelos. Hatch e sedã foram atualizados de acordo com o face-lift recebido pelos veículos na Europa, onde são vendidos com a insígnia da Dacia - a marca romena da Renault, responsável pelo nascimento da dupla na década passada. Dito isso, foi uma surpresa ver que o Logan não mudou o desenho de trás.
Nesse momento, vamos voltar para 2004, ano em que a Dacia apresentava seu primeiro compacto... O Logan! Isso mesmo, o sedã surgiu antes do Sandero, que apareceu pela primeira vez no Salão de Frankfurt de 2007, ou seja, três anos depois. Se você achava que o Logan era o sedã do Sandero, pode mudar de versão - na verdade, o Sandero que é o hatch do Logan.

Mas, afinal, por que o Logan não mudou?

A Renault não tem um posicionamento oficial e, questionada, preferiu não comentar a respeito. WM1 acredita que a estratégia está relacionada diretamente ao custo - o Sandero vende muito bem e faria valer o investimento na reestilização, já o Logan não tem números de emplacamentos tão expressivos assim...

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Isso quer dizer que o Logan 2020 é igual ao 2019? É aqui, a partir de agora, que começa nossa avaliação. E a resposta para essa pergunta é não. Mudou a frente, trocou de câmbio, recebeu novos equipamentos e ainda ganhou uma nova versão. Na prática, a Renault deu uma bela reformada no modelo, que agora custa de R$ 50.490 (1.0 MT) a R$ 71.090 (1.6 CVT). É justamente essa versão mais cara sobre a qual vamos falar.

Como é o icônico Iconic CVT

Bancos de couro, sensor crepuscular (que liga e desliga os faróis de modo automático de acordo com a luminosidade ambiente) e sensor de chuva são os itens que diferenciam o Logan Iconic do Intense, de R$ 68.990. Vale os pouco mais de R$ 2 mil de diferença?
Vamos ser práticos: é complicado pagar mais de R$ 70 mil em um sedã compacto, mas que carro hoje em dia custa pouco? Ok, o Logan não recebeu tecnologias que possam colocá-lo no patamar de modelos como Volkswagen Virtus, Fiat Cronos, Toyota Yaris Sedan, Honda City e o futuro Chevrolet Onix Sedan, mas no andar de baixo, onde estão as versões intermediárias destes modelos citados, o Logan se apresenta com sua configuração topo de linha.
Lista de itens de série completinha, ótimo espaço para cinco passageiros e porta-malas de 510 litros jogam a favor. Por dentro, entrando no tema conectividade, a central multimídia MediaNav segue sendo uma das referências no segmento: fácil de manusear e com programação bastante intuitiva.
Dinamicamente, o carro segue bom de dirigir, embora a direção seja muito dura - culpa de um conjunto eletro-hidráulico, algo cada vez mais incomum em uma categoria onde o sistema de direção elétrica está cada vez mais presente.

Repare também que o Logan está mais alto. Não, nada de mudança estratégica: a altura se deve à adaptação do carro ao câmbio CVT, que não coube no duto original - portanto, as versões do Logan com caixa manual seguem iguais. Segundo a Renault, a diferença do Iconic para as outras é de 0,5 cm.
Mas as mudanças no câmbio foram positivas. O CVT dá conta do recado e assume com excelência o lugar da cansada caixa automatizada Easy'R, espantando de vez os soluços da transmissão antiga.
CVT significa melhor consumo de combustível? Isso vai sempre depender do peso do seu pé. O meu, mais pesado, não levou o Logan a apresentar números tão bons, considerando que também carrego mais pessoas a bordo e rodo com o ar-condicionado ligado: quase 8 km/litro com etanol em ciclo misto (cidade e estrada). Com gasolina e um pé mais leve, dá para chegar nos 13 km/l e 14 km/l anunciados pelo Inmetro. Outra mudança que vale o registro está nos novos faróis dianteiros, que agora têm DRL de LED, dando um aspecto mais sofisticado ao carro.
Em resumo: o Logan continua com a direção dura, mas ficou melhor com o novo câmbio e ainda oferece boa proposta a quem precisa de espaço e bom porta-malas. E embora não tenha o mesmo nível de tecnologia que os principais rivais, ele aposta no bom preço e no conjunto "raiz" para seguir conquistando clientes. Uma pena não ter ganhado um novo visual na traseira... Portanto, a resposta para a pergunta do título da reportagem é sim.

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