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Mercedes-Benz E 300 é hi-tech com elegância

Versão testada pelo WM1 tem recursos de tecnologia avançados, com destaque para o sistema semiautônomo de direção

por Lukas Kenji

Peter Griffin pediu para que a esposa desse espaço na cama a fim de dormir confortavelmente ao lado da icônica estrela da Mercedes-Benz que fora encontrada no mar. A história parece maluca (como qualquer outra vivida pelo protagonista de Family Guy), porém, pode não soar absurda para quem é aficionado pela marca alemã.

No episódio 14 da décima temporada da aclamada série, Peter sonha ainda com a possibilidade de coletar mais um logo para que pudesse ostentar um belo par de brincos com a estrela da Meca.
Tal logo é aquele clássico cravejado no capô e que rapidamente remete ao Classe E, embora também seja oferecido em modelos como o Classe S e o GLS Maybach. No Brasil, cabe à versão E 300 Exclusive dispor do elegante ornamento. O modelo é a opção topo de linha do sedã por aqui, sem contar o esportivo preparado pela AMG.
No entanto, apesar de ser conhecido como referência em elegância, o Classe E Exclusive chama mais atenção pela capacidade hi-tech. Só que essa tecnologia interfere significativamente para que a versão seja quase R$ 132 mil mais cara em relação ao BMW Série 5, um dos principais rivais.
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Hi-tech

O Mercedes-Benz E 300 Exclusive está tabelado em R$ 557.900 e tem como destaque tecnologias avançadas tanto em termos de segurança, quanto em relação ao entretenimento. O maior chamariz é o sistema semiautônomo que interfere na aceleração, frenagem e na direção.

O item já era celebridade desde o lançamento desta que é a décima geração do modelo, em 2016. Mas agora, na versão renovada, ganhou um sensor no volante que detecta os movimentos do motorista. Se perceber que o condutor não está com as mãos na direção, ativa o sistema de frenagem de emergência por interpretar que algo de errado pode ter ocorrido.
Outra novidade é um sistema que identifica tentativas de furto do veículo. A tecnologia dispara um alarme antifurto e informa ao motorista possíveis avarias por meio do painel de instrumentos assim que o carro for ligado novamente.
Por fim, outro avanço está no assistente de estacionamento, que faz praticamente tudo sozinho. Se em sistemas convencionais o condutor precisa trocar de marcha e ditar o ritmo de aceleração, aqui falamos de um recurso que só requer atenção em caso de emergência.
Nem tão expressivas são as mudanças relativas ao visual do Mercedes-Benz E 300 Exclusive. A grade agora tem lâminas duplas, enquanto o para-choque tem um grande adorno cromado. Mas o elemento que faz mais diferença é o conjunto de faróis multifeixes com 84 LEDs de longo alcance.

Na traseira, o sedã recebeu apenas alguns retoques nas lanternas, mais afiladas, além da tampa do porta-malas. Fica a impressão de que a parte de trás tem caráter levemente mais esportivo, enquanto a frente fica encarregada de manter o tom classudo do modelo.
Mas é na parte interna que o modelo realmente se destaca. O layout do habitáculo do Mercedes-Benz E 300 agrega sensação de ambiente tecnológico, requintado e confortável na medida certa. Além dos elementos em couro e preto brilhante que já viraram praxe, o Classe E oferece um material escuro que imita madeira e garante elegância ao painel.
Também merece atenção o novo volante, de visual atraente, e funções bem distribuídas. Há mais botões com sensibilidade ao toque, sendo que os comandos do lado esquerdo são dedicados a recursos dinâmicos, como controle de cruzeiro e direção semiautônoma, enquanto as teclas à direita são inerentes a funções de entretenimento, como sistema de som e central multimídia.
Por meio do volante multifuncional também é possível customizar o painel de instrumentos do Mercedes-Benz E 300. Repleto de informações e gráficos envolventes, o painel faz tabela com a central multimídia que pode ser gerenciada por toque ou pelo clássico touchpad no console.

Nota 9

Embora seja vistosa e enriqueça a experiência de guiar o Mercedes, a central não ganha nota 10 porque falta pareamento sem fio com os sistemas Android Auto e Apple Carplay. Além disso, o sedã de mais de meio milhão de reais não tem carregador de celular por indução, o que deixa o usuário refém dos cabos.

Se esse vacilo incomoda bastante, em contrapartida, o interior do sedã de 4,93 metros oferece aconchego quase que completo graças ao quarteto formado por bancos extremamente confortáveis revestidos em couro e com ajustes, sistema de som da alemã Burmester, ar-condicionado de três zonas e iluminação ambiente personalizável.
A sensação de conforto permanece quando o assunto é dirigibilidade. O ajuste do Classe E é de suavidade e estabilidade mesmo quando o modo de direção mais agressivo é selecionado (Sport+).
É claro que o conjunto formado pelo motor 2.0 turbo de 258 cv disponíveis entre 5.800 rpm e 6.100 giros acoplado a um câmbio de 9 velocidades garante agilidade ao sedã de 1.730 quilos. Todavia, ele passa longe da empolgação.
Com torque de 37,7 kgf.m já em 1.800 rpm e constantes até 4.000 rotações, o elegante modelo chega aos 100 km/h em 6,2 segundos a partir da inércia. Bom para muitos carros, mas nada chamativo por se tratar de um Mercedes.

O BMW Série 5, vendido no Brasil apenas em versão híbrida, cumpre com a tarefa em 5,9 s. O modelo é equipado com um conjunto que proporciona 292 cv.
Mais potente e performático é o motor V6 do Audi A6. São 340 cv e 0 a 100 km/h cumpridos em 5,1 segundos. Mas, vale ressaltar que a versão equipada com tal propulsor, recentemente adicionada ao portfólio, é a mais cara do segmento, com tabela de R$ 571.990.
Por fim, o Mercedes-Benz Classe E fica atrás em desempenho também em relação ao Volvo S90. O mais barato e mais rápido da turma cobra R$ 391.950 e tem propulsão híbrida de 407 cv que impulsiona o sedã sueco rumo aos 100 km/h em 4,9 segundos a partir da inércia.
Além de interferir diretamente no desempenho, a tecnologia híbrida também é responsável pelo preço mais atraente. Isso porque há descontos na alíquota de importação de veículos com esse sistema, que é ausente no Classe E vendido no Brasil (na linha anterior, o modelo tinha um pequeno motor elétrico de 48 volts, que interferia em momentos como partida e velocidades constantes de cruzeiro).
Isso interfere ainda no consumo de combustível. Enquanto os rivais híbridos ultrapassam com facilidade a casa de 25 km/l, o Classe E passa longe desta relação. Na cidade, o consumo médio é de 7,9 km/l, enquanto na estrada a média é de 11,1 km/l.

Questão de prioridade

Portanto, se a ideia é adquirir um sedã médio premium com alta capacidade de performance (e bom consumo), realmente soa atraente a busca por um rival do Mercedes. Além de ter conjuntos mais robustos, a maioria das opções oferece valores mais em conta.
O Classe E até dispõe de uma configuração de entrada, a E 300 Line. No entanto, essa versão é só R$ 2 mil mais barata do que o Mercedes-Benz E 300 Exclusive, e perde o ornamento da estrela sob o capô (Peter Griffin jamais abriria mão de tal mimo).
Se o objetivo é contar com um sedã confortável e carregado com os mais avançados recursos de tecnologia e condução, o Classe E Exclusive é uma aposta certeira.



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