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Mercedes GLA evolui e assume a carinha de SUV

Segunda geração do crossover é vendida em uma única versão, com preço sugerido de R$ 325.990

por Marcus Celestino

É inegável: a Mercedes-Benz perdeu espaço no Brasil em 2020. A empresa alemã fechou fábrica no país e vendeu pouco menos de 7 mil automóveis no ano passado - em 2019 foram mais de 10 mil. Muito disso se dá pelo cansaço dos seus principais modelos, em fim de geração. Agora, a marca começa a vender o novo GLA. O SUV premium é comercializado em versão única, AMG Line, com preço sugerido de R$ 325.990.
A segunda geração do Mercedes GLA, para começo de conversa, assume de vez a carinha de SUV. O modelo tem dimensões mais generosas que as de seu predecessor. Ele tem 1,61 m de altura, ganho de 87 mm. No caso de largura e entre-eixos, a ampliação foi de 30 mm: o carro tem agora 1,83 m e 2,729 m, respectivamente. Em comprimento, curiosamente, o crossover ficou 7 mm menor. São 4,41 m.
As proporções dão ao carro robustez, mas parece que também fizeram bem ao departamento de design da Mercedes, que pode trabalhar os elementos de forma mais harmoniosa. O carro tem visual bem melhor resolvido que o da geração anterior, que mais se assemelhava a um hatch anabolizado que qualquer outra coisa.
O novo GLA é curvilíneo, mas não perde a luxuosidade, graças às linhas arredondadas e aos cortes bem menos exagerados que os da geração anterior. Destaque no visual vai para a grade em estilo diamante, que dá ao carro requinte, de fato, digno de SUV premium. Elogios também aos faróis full-LED na dianteira e às belas rodas aro 20', que conferem ao utilitário certa esportividade.
Na traseira, as lanternas em LED ficaram mais afiladas. Elas dão aquela boa invadida na tampa do porta-malas. O design aqui completa muito bem conjunto e proposta do novo GLA. Embora apresente elegância, essa área do veículo também remete a robustez.

Interior do Novo Mercedes GLA AMG Line

Se o novo Mercedes-Benz GLA ficou mais elegante e maior no exterior, por dentro também houve melhora significativa. Condutor e ocupantes, agora, viajam com muito mais conforto. Quem vai no banco de trás tem, por exemplo, espaço que não gozava na antiga geração.
Tudo bem que o túnel central prejudica um pouco, mas dá para dois adultos e uma criança viajarem esticadinhos numa boa lá atrás. Além disso, eles têm ainda saídas de ar e duas portas USB novo padrão (USB-C).

Na dianteira, tanto condutor quanto passageiro têm ajustes elétricos para os bancos revestidos em Alcântara e couro. Um toque aos desavisados: como em todo Mercedes, estes são feitos em botões que ficam nas portas. Apenas o comando para lombar fica no assento.
O porta-malas do novo Mercedes-Benz GLA AMG Line tem capacidade para 435 litros. A antiga geração tinha volume de carga, bom frisar, de 421 litros.

Acabamento

Além dos bancos com forros de qualidade, dos quais já falamos, o acabamento do novo GLA como um todo é de muito bom gosto. As peças têm encaixes precisos e há texturas variadas por todo o habitáculo.
As portas têm camurça e elementos suaves ao toque. O painel, além de abusar (no bom sentido) do soft touch, tem elegantes soluções de plástico em black piano. Mas não se engane: há plástico rígido e áspero na cabine do GLA. Dá até para ouvir ruídos desse plástico em torções da carroceria.
Um outro ponto a ser destacado no interior é a solução da Mercedes para computador de bordo e central multimídia. Com telas de 10,25' cada, os dois são unidos e formam uma espécie de tablet gigante que facilita (e muito) a vida do condutor.

Com bom número de botões físicos, a central multimídia é responsiva e tem interface bem simples. O sistema conta ainda com comandos de voz. Embora não os reconheça com tanta facilidade, a MBUX responde rápido assim que identifica o pedido do condutor. É, sem dúvidas, uma das melhores do mercado.

Ao volante do novo GLA

Construído sobre a plataforma modular MFA2, o novo Mercedes GLA vem equipado com motor 1.3 turbo de 163 cv e 25,5 kgf.m, desenvolvido em parceria com a Renault. E o propulsor prova que litragem não é tudo. Se comparado ao antigo 1.6, que entregava 156 cv e o mesmo torque, o novo motor dá ao carro tocada mais suave e, ao mesmo tempo, respostas mais ágeis.
A transmissão de dupla embreagem e sete velocidades segue no GLA. As trocas continuam precisas e otimizam o desempenho do conjunto conforme o modo de condução. São quatro, e cada um prima por um aspecto.
A dinâmica do novo GLA é muito boa até mesmo no modo que otimiza consumo de combustível. O carro vai bem, vale frisar, tanto na cidade quanto na estrada. A coluna de direção tem ajustes de altura e profundidade, o volante tem boa pega e a posição de dirigir é facilmente encontrada.

A suspensão, outro ponto positivo, tem boa calibragem e absorve bem as imperfeições do solo. Isso é curioso. A reportagem esperava acerto mais afeito às vias europeias, já que o SUV não é mais fabricado no Brasil. Tudo bem que, dependendo da buraqueira, rola aquela "bateção" mais seca. Nada, contudo, que comprometa.
Não há muita rolagem da carroceria e o condutor tem o veículo na mão o tempo todo. Para fechar, o novo GLA se sai muito melhor que o predecessor nas retomadas e nas frenagens. A evolução, certamente, também se faz presente ao volante.

Itens de segurança e conforto

O novo Mercedes-Benz GLA AMG Line tem pacote visual da AMG, com grades e para-choques mais esportivos e rodas 20" com pneus 235/45 R20, piloto automático adaptativo Distronic, assistente de faixa, assistente de frenagem, alerta de ponto-cego e assistente de desembarque.
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Destaque ainda para sistema de estacionamento automático, carregador de smartphone por indução, chave presencial, faróis full-LED, teto-solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas e carregador de celular por indução.

Conclusão

O novo GLA é uma nítida evolução ante a geração anterior. O carro melhorou em praticamente tudo. No entanto, o preço cobrado pela Mercedes fica um tanto acima dos concorrentes mais diretos. Audi Q3 1.4 e Volvo XC40 chegam a custar R$ 120 mil reais a menos.
Os R$ 326 mil pedidos pela Mercedes colocam o SUV numa barca meio ingrata. Audi Q5, Volvo XC60 e Jaguar E-Pace podem ir para a garagem por muito menos. E são tão premium quanto o GLA. Ou mais. Por isso, por conta do preço, o GLA fica devendo aos concorrentes. Como produto, todavia, é uma beleza.

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