Logo de cara o preço chama a atenção. Nesta configuração, o Captur parte de R$ 91.090. Porém, a versão que chegou à redação da Webmotors estava completinha. A cor, por exemplo, é o Marfim com teto preto, que acrescenta R$ 3.100 ao preço do SUV. Já os bancos estavam revestidos parcialmente em couro, outro opcional que vale R$ 1.700. Resumindo, o Renault que avaliei não sairia da concessionária por menos de R$ 97.340.
Mas bora rodar...
PRIMEIRO CONTATO
Internamente o Captur não chama a atenção pelo acabamento. Aliás, chega a decepcionar um pouco por não entregar o requinte esperado para um SUV que se posiciona acima do ‘experiente’ Duster. Apesar do volante, manopla do câmbio e bancos revestidos em couro, há bastante plástico duro pela cabine. Apenas alguns detalhes em black piano ajudam a dar um ar superior ao lado de leves cromados. As peças, no entanto, estão bem encaixadas e não apresentam folgas ou rebarbas.OFERTAS WEBMOTORS
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A posição ao volante é bem elevada, mesmo com a posição do assento do motorista estando no nível mais baixo da regulagem de altura. Pessoas com mais de 1,90 metro de altura podem enfrentar problemas raspando a cabeça no teto. Mas para um motorista como eu, com um pouco mais de 1,70 metro, tudo está quase ‘ok’. Digo quase pois o Captur só tem regulagem de altura da coluna de direção e não o de profundidade, que para mim – como gosto de ressaltar em todas as minhas avaliações – é o mais importante.
Pulo para o banco de trás e então constato o primeiro ponto positivo do Renault: espaço interno. Grandalhão com 4,32 metros de comprimento, exatamente o mesmo do HR-V, o ‘cara’ em termos de espaço interno do segmento. Com distância entre os eixos de 2,67 metros, o Captur consegue ser 6 centímetros maior que o Honda. Outras vantagens do franco-brasileiro estão na altura (3 centímetros) e na largura (4 centímetros). Já o porta-malas os dois voltam a empatar com boa capacidade para 437 litros.
NO ASFALTO
Com aquela característica chave cartão no bolso – ela pode ser colocada em um compartimento próprio para ela no painel central, próximo à manopla do câmbio – aperto o botão e o motor 1.6 16V SCe de quatro cilindro aspirado, flex, ganha vida. São 120 cv de potência máxima a 5.500 rpm e torque de 16,2 kgf.m a 4.000 giros, quando abastecido com etanol. Números que não impressionam, especialmente para um ‘cara’ que pesa 1.268 kg. Mas bora ver o que acontece...Logo nos primeiros toques no acelerador é possível perceber um Captur até que espertinho. E muito desta ‘agilidade’ está no acerto da transmissão automática do tipo CVT (continuamente variável) que simula a troca de 6 marchas. Rodando de leve, o conjunto faz o serviço e entrega o que promete: conforto. Basta, no entanto, afundar o pé no acelerador para o Renault começar a mostra que não foi feito para entregar performance, também. As rotações beliscam os 6.000 giros, o ronco do motor invade a cabine e as retomadas não são tão vigorosas. Falta vigor ao conjunto.
Outro ponto que chama a atenção é uma certa indecisão do câmbio em algumas situações. Subindo determinadas ladeiras, a falta de fôlego me obrigou a colar o pedal da direita no assoalho. O sistema, entretanto, demorou para assimilar minha necessidade e tardiamente trabalhou para me entregar mais torque e potência para que o Captur voltasse a ganhar velocidade. Não foram raras as vezes que chamei as trocas de marchas para o manual na manopla – deslocando a alavanca da transmissão para a esquerda – para poder ter maior controle das ações do carro. E foi neste momento que eu lamentei a Renault não ter presenteado o SUV com aletas atrás do volante...
Essa falta de agilidade pode ser comprovada nos números de performance. A aceleração de 0 a 100 km/h acontece em apenas 13,1 segundos e a velocidade máxima não passa dos 169 km/h. Os dados de consumo também não empolgam muito. Na cidade, o Renault faz 10,5 km/l com gasolina e 7,2 km/l com etanol. Na estrada, os números sobem para 11,7 km/l (gasolina) e 8,1 km/l (etanol).
Um ponto positivo da mecânica vai para o ajuste da suspensão, que consegue ser firme na medida certa, evitando que o Captur, mesmo grandalhão, não ofereça muita oscilação da carroceria em momentos mais intensos, como em curvas fechadas em velocidade mais elevada e frenagens bruscas. Também consegue absorver muito bem os buracos das vias, encarando com maestria também as crateras. Lembrando apenas que o Captur tem tração 4x2.
CONHECENDO O RECHEIO
Enquanto rodo com o Captur pelas ruas da cidade de São Paulo vou conhecendo seus recursos de comodidade. O volante é multifuncional, mas traz poucas funções, entre elas o do controlador de velocidade (piloto automático). O Renault ainda utiliza comando satélite na coluna de direção para oferecer acesso ao sistema de som, por exemplo. Algo que, na minha opinião, já está um pouco ultrapassado.E falando em coisa que não está mais na moda, impossível não comentar a central MEDIA Nav. Com tela colorida de 7 polegadas sensível ao toque, ela não tem pareamento com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Este recurso, no entanto, já está disponível para o MEDIA Nav que equipa os modelos Sandero e Logan. Portanto, em breve deverá chegar ao Captur e demais veículos da marca.
A direção elétrica é bastante suave e confortável. O volante, aliás, tem excelente empunhadura. O painel de instrumentos trabalha com dois leitores analógicos (conta-giros e marcador do tanque de combustível) e destaca na região central o velocímetro digital. Acima, também em formato digital, está o computador de bordo. O ar-condicionado também é no botão – nada de digital – e tem apenas uma zona.
O Captur ainda é equipado com quatro airbags – além dos frontais, os laterais estão presentes – e há sistema de fixação de cadeirinha infantil (ISOFIX). Os freios – a disco na dianteira e tambor na traseira – tem ABS (antitravamento), distribuição eletrônica da força de frenagem e assistente de frenagem de emergência. Controles de tração e estabilidade também estão presentes.
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