A primeira sensação, ao sentar no Fiat 500, é a de voltar no tempo. A posição de dirigir elevada e a alavanca do câmbio colocada no console, esquema Doblò, tornam tudo diferente. A visibilidade é boa e o pára-brisa, apresar de bem inclinado, transmite a uma impressão de proximidade. Esta percepção fica mais evidente devido ao pequeno espaço interno do automóvel. Com uma pessoa de estatura média 1,70 m dirigindo fica praticamente impossível de levar alguém no banco traseiro, devido à falta de espaço para as pernas.
O volante com três raios tem os mesmos comandos para acionar o som e o sistema de viva-voz dos Fiat Linea e Punto. O chaveiro do tipo canivete também está dentro do pacote. O painel totalmente redondo, em peça única, lembra aqueles instrumentos de medição dos carros de provas de arrancada. O primeiro ponteiro marca a velocidade e o segundo, as rotações do motor. No miolo vão informações como nível do tanque do combustível e temperatura do motor.
Virando a chave, nada de roncos vibrantes, afinal, trata-se de um motor 1,4-litro de 100 cv de potência máxima a 6.000 rpm. O grande trunfo do Fiat 500 está na verdade em seu peso em ordem de marcha, 930 kg. Este detalhe dá ao compacto uma relação peso/potência de 9,3 kg/cv.
A largada é iniciada e o Fiat 500 segue na reta dos boxes “pulando” o “S” do Senna. Logo na entrada da pista, na reta oposta, o Fiat alcançou os 100 km/h em cerca de 10s. Segundo dados do fabricante, o compacto acelera de 0 a 100 km/h em 10,5s.
Longe de poder chegar a sua velocidade máxima de 182 km/h na reta oposta do autódromo, o Fiat 500 faz a sua primeira frenagem para efetuar a sua primeira tomada de curva. Sem nenhum sofrimento, o urbaninho faz o traçado tranquilamente e retoma a velocidade. Neste momento dá para notar o trabalho perfeito da suspensão dianteira, McPherson, e da traseira, formada por braços independentes. O Fiat 500 se demonstrou um automóvel grudado no chão e ideal para o asfalto.
Equipado com pneus 185/55 R15, de banda esportiva, o carrinho manteve bem a tocada no percurso. O único problema apareceu na última curva do circuito, onde a velocidade e a rotação do motor tiveram de ser baixadas. A retomada abaixo dos 3.000 rpm fica um pouco sofrida, algo próximo dos motores de 16 válvulas fabricados antigamente. Depois que entrou no “trilho”, o 500 começou a subir gostoso, rumo à reta da vitória.
A vontade do motor 1,4-litro foi tão convincente que houve até a possibilidade do chamado da 6ª marcha, porém a brincadeira se encerrava. Logo a frente estava o “S” do Senna. Ai não tem jeito: “segundinha” para não fazer feio.
Comprar ou não comprar? Eis a questão
A primeira vez que o WebMotors publicou uma matéria sobre a chegada do Fiat 500 ao Brasil foi em 2008. Na época, o internauta Estevan Paiva pegou o carro camuflado de “mão cheia”. No Salão do Automóvel de 2008, a Fiat apresentou o carro em seu estande e disse que ele não seria comercializado naquele momento.
Agora, com a coqueluche dos urbaninhos, a empresa italiana deve retomar a importação do modelo, vindo primeiro da Polônia. Como o carro deve ser fabricado no México possivelmente em Toluca, na fábrica da Chrysler para atender ao mercado norte-americano, ele deve passar a vir de lá. Com o acordo bilateral entre Brasil e México, o carro deve chegar de lá a um preço bem competitivo. Só esperamos que a Fiat consiga trazê-lo da Polônia a um preço parecido com o que ele custará vindo do México, sob pena de o preço cair repentinamente, deixando quem comprar a primeira leva do carro com raiva por ter pagado mais caro.
Os concorrentes do Fiat 500 estão vendendo adoidados dentro do segmento que ocupam. O smart, já testado pelo WebMotors, emplacou 204 unidades em apenas dois meses. Já o MINI, também avaliado pelo WebMotors, comercializou 125 unidades.
O que vale é o estilo e o prazer de dirigir, afinal, são poucos os compactos que geram uma relação peso/potência abaixo dos 10 kg/cv. Vale lembrar que não dá para você exigir, nesta categoria, muito espaço no porta-malas, manutenção acessível, seguro barato e conforto ao extremo.
FICHA TÉCNICA – Fiat 500
MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, refrigeração a água, 1.368 cm³ |
POTÊNCIA | 100 cv a 6.000 rpm |
TORQUE | 131 Nm a 4.250 rpm |
CÂMBIO | Manual de seis velocidades |
TRAÇÃO | Dianteira |
DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira com assitência |
RODAS | Aro 15”, de liga-leve |
PNEUS | 185/55 R15 na dianteira e na traseira |
COMPRIMENTO | 3,55 m |
ALTURA | 1,48 m |
LARGURA | 1,74 m |
ENTREEIXO | 2,30 m |
PORTA-MALAS | 185 l |
PESO em ordem de marcha | 930 kg |
TANQUE | 35 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente, tipo MacPherson; traseira interdependente |
FREIOS | Discos nas quatro com ABS |
CORES | não divulgado |
PREÇO | não divulgado |
DERRAPAMOS: o Fiat 500 virá da Polônia. Ele só virá do México se sua produção por lá, para atender aos EUA, puder atender também o Brasil. O texto já foi corrigido.
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