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Suzuki Jimny é um verdadeiro fora de estrada

Agora nacional, jipinho incorpora todas as características de um off road

por Daniel Magri

 
Tivemos uma rápida experiência com o Jimny, que começou a ser montado no Brasil em Itumbiara (GO) e tem preços que partem dos R$ 55.990, em um trecho de terra na cidade de Campos do Jordão (SP). O que foi uma pena, já que o modelo empolga quando você começa a pegar o jeito e superar cada vez mais obstáculos, como fendas enormes, buracos, subidas, descidas e tudo o que uma trilha oferece.
 
Impressões
 
Conduzir um jipinho em um trecho tão acidentado não é das tarefas mais simples. Principalmente para quem não tem tanta prática (meu caso). O primeiro obstáculo era uma fenda de cerca de meio metro onde o carro parecia que a qualquer movimento iria tombar. Com a tração reduzida acionada, o pedal do acelerador fica bastante sensível e o giro do motor sobe rapidamente. Com muita calma para girar o volante e acelerar o carro passei “ileso” neste primeiro desafio.
 
Já o segundo obstáculo consistia em uma fenda no piso com apenas dois “trilhos” nas extremidades, beirando uma parede de terra, onde as rodas deveriam se encaixar. Este ponto deixa o piloto mais inexperiente meio lelé da cuca. A medida que Jimny ia passando, o carro pendia para o lado esquerdo. E, neste caso, o movimento a se fazer no volante é virá-lo exatamente para onde o veículo está “caindo” e não o contrário. Coisa de doido, mas deu certo!
 
Seguindo pela trilha o Jimny pulava feito um canguru. Que a suspensão encara qualquer obstáculo isso é fato. Contudo, não significa que os ocupantes não irão sentir cada buraco que ele passa. É necessário, também, um certo tempo para se acostumar com a já dita sensibilidade no acelerador. Desta forma, cada solavanco no caminho gerava uma “pisada” mais forte no pedal e um “soquinho” para os ocupantes. “Mal aí”, pessoal!
 
Apesar de bastante curto foi um teste bem divertido, que terminou com o jipinho subindo praticamente uma parede de terra. Sim, era uma subida bastante íngreme que em um primeiro momento achei que não conseguiria subir. Agora, sobre como o Jimny se comporta na cidade fica para uma próxima oportunidade, já que a Suzuki não nos deu a chance de conduzir o modelo em circuito urbano.
 
Segredos
 
O Jimny possui o motor em alumínio, movido a gasolina, 1,3L (DOHC), com 16 válvulas, 85 cavalos de potência a 6.000 rpm e torque de 11,21 kgfm a 4.100 giros. A transmissão é manual, de cinco marchas. Por ser bastante compacto – 3,67 m de comprimento por 1,60 m de largura – ele oferece bom desempenho quando falamos em relação peso/potência: 12,82 kg/cv.
 
Um dos segredos do Jimny para encarar qualquer obstáculo é, além do conjunto de suspensão com eixos rígidos trilink e molas helicoidais, a construção de carroceria sobre chassi. O outro, claro, está no sistema de tração 4x4 com reduzida.
 
Trata-se de um sistema de roda livre pneumática com caixa de transferência sincronizada e gerenciamento eletrônico. Com ele, é possível fazer a mudança de tração com apenas um toque no controle do painel.  O que torna possível optar entre os modos 2WD para uso urbano com tração traseira, 4WD com tração nas quatro rodas e 4WD-L que dobra o torque e permite enfrentar diversos obstáculos off-road com tração 4x4 com reduzida. Por meio do sincronizador da caixa de transferência é possível realizar mudanças entre os modos 2WD e 4WD em velocidades de até 100 km/h.
 
Conforto não é o forte
 
Mas ao mesmo tempo que as dimensões do Jimny o ajudam no desempenho, elas o prejudicam quando falamos do conforto. Este simplesmente deixou de existir quando quatro pessoas entraram no carro. O modelo “pula” demais e o ruído do motor invade a cabine sem pedir muita licença.
 
Nacional
 
O Jimny brasileiro recebeu algumas alterações estéticas em relação ao importado. As mudanças no visual deixaram sua dianteira mais robusta, com uma entrada de ar no capô e o desenho do para-choque, para-lama e grade dianteira levemente retocados. Nada que deixasse o jipe com desenho moderno. Também conta com rodas de liga leve de 15” com aplicação na cor grafite. Internamente, mudam o formato dos encostos de cabeça e o padrão de tecidos para os bancos e portas. O conjunto de som inclui rádio com AM/FM, CD player com MP3, WMA, USB e conexão com dispositivos Bluetooth.
 
Por aqui são oferecidas quatro versões de acabamento: a básica, 4All (R$ 55.990); a 4Sun, com teto solar, (R$ 59.990) e a 4Sport, mais equipada, com pneus mistos. A Suzuki prevê que a versão básica responda por 60% das vendas, enquanto a Sport fica com 25%. Há ainda a variante 4Work, destinada a uso comercial (sem preço divulgado pois é vendido por encomenda).
 
Mercado
 
A escolha do Jimny como um primeiro produto “nacional” por parte da Suzuki parece bastante apropriada. O jipinho tem características que condizem com sua missão dentro dos planos da empresa no Brasil.
 
Chamado de “pequeno trator” por Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Veículos do Brasil – empresa que representa a marca japonesa em território nacional –, o Jimny tem como objetivo abrir o caminho – como faz quando colocado em uma trilha – e reconstruir a imagem da Suzuki no País. E, de acordo com o executivo, esse ritmo será “contínuo e lento. Degrau por degrau”, já desconversando sobre futuros lançamentos.
 
O Jimny não tem um concorrente direto. Seu preço um pouco salgado – o valor do modelo nacional não mudou em relação ao importado – o coloca em uma briga com outros “jipes”, como o Ford EcoSport (R$ 54.800) e o Renault Duster (R$ 50.350). Contudo, se olharmos pela tração, o Jimny é o 4x4 mais em conta no Brasil, já que o outro legítimo estradeiro, o Troller T4, parte de R$ 93.933. 
 
Motor 1,3L, gasolina, 16V, DOHC
Potência 85 cv @ 6.000 rpm
Torque 11.2 kgf.m @ 4.100 rpm
Câmbio Manual, cinco marchas
Tração 4X4, com reduzida
Rodas Dianteiras e traseiras em aro 15” de liga-leve
Comprimento 3,67 m
Altura 1,70 m 
Largura 1,60 m
Entre-eixos 2,25 m
Porta-malas 517 l.
Peso  1.060 kg

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