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Teste: Audi Q3 Black tem pegada de "mini-Q8"

Aceleramos a versão topo de linha do SUV compacto, que tem acabamento de luxo e vários recursos de um bom carro premium

por André Deliberato

A caranga do dia é o belo Audi Q3 na versão topo de linha Black, que chegou para nossa avaliação com o pacote de design e acabamento conhecido como S Line. O preço pode variar: se você encontrar um modelo 2021/2021, sai por R$ 267.990. Agora, se já for da linha 2022, passa a custar R$ 288.990. Vale a pena? É isso que vamos descobrir.
O Q3 é um carro que nasceu em 2011, feito sobre a antiga plataforma PQ35 do antigo Audi A3. No ano seguinte, a Volks inaugurou a plataforma modular MQB, que hoje dá origem à maioria dos carros do Grupo Volkswagen, inclusive a própria linha A3. Em 2019, o Audi Q3 finalmente passou a ser feito sobre essa base - mas com inspiração visual no Q8, o maior e mais tecnológico SUV da empresa.
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Como é o Audi Q3 Black

Visualmente, na frente, o carro tem faróis com formato esportivo, que vêm com um pequeno detalhe na parte final da peça, assim como no Q8, só que em proporções menores. A grade hexagonal dessa versão é preta e embaixo do para-choques você vê algumas partes pintadas de preto que são somente estéticas, já que o carro não oferece mais faróis de neblina.
Na lateral, o desenho tem linha de cintura bem elevada, como em um bom SUV, e dois vincos que nascem nos faróis e morrem sobre as lanternas - que estão ali justamente para reforçar os músculos do carro. Repare: visto de lado, parece muito mais robusto graças a essas linhas.
Na parte de trás o desenho é bem atual e conectado ao que conhecemos da Audi. O Q3 cresceu quando trocou de geração: tem quase 10 cm a mais de comprimento e 7,7 cm de entre-eixos, o que significa maior espaço e conforto para quem vai lá dentro. O porta-malas também saltou de 460 para 530 litros, número ótimo para um utilitário do porte dele.

Por dentro

A sensação de luxo ao entrar na cabine do Q3 aumentou quando comparamos esse modelo ao Q3 de geração anterior - e isso é ainda mais sentido nessa versão topo de linha. Vale lembrar que "abaixo" dessa configuração existem outras duas versões, a Prestige e a Prestige Plus.
Todo o formato do painel é novo e foi pensado para a maior comodidade do motorista, que se posiciona quase como em um carro de corrida, graças à estrutura do cockpit.
Entre outras funções, dá para ajustar a altura do banco por comandos elétricos e também a posição do volante, em altura e profundidade. Veja nas fotos da nossa galeria que a central multimídia e os comandos do ar-condicionado, que têm um pequeno display digital, são virados para o motorista, pensados justamente na ergonomia.

Hora de acelerar

O Q3 Black vem equipado com o motor 1.4 TFSI (turbo com injeção direta) de 150 cv e 25,5 kgf.m de torque, acoplado à caixa de transmissão automatizada de dupla embreagem S tronic, banhada a óleo, com seis marchas. A tração é dianteira, já que o sistema de tração integral quattro você só encontra na versão RS Q3.
Não costumo falar muito sobre o conjunto de suspensões em meus testes, até porque as marcas sempre calibram seus carros de modo muito parecido para encarar o maltratado asfalto brasileiro, mas preciso falar sobre esse do Q3 porque ele é digno de elogios.
Independente na frente e atrás, com conjunto McPherson na dianteira e por multibraços na traseira, ele é extremamente macio e preparado e ainda consegue mostrar muita versatilidade de acordo com o modo de condução escolhido - as opções são o modo "dinâmico", mais esportivo; o confortável; o automático e a "eficiente", pensado para uma tocada mais suave e econômica.
O Q3 roda gostoso. Na mão, é exatamente aquilo que esse tipo de comprador procura: acelera bem, freia melhor ainda e entrega o desempenho esperado para um SUV com motor de 150 cv. Segundo a Audi, o carro faz de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos, consegue chegar a 207 km/h e pode fazer até 9,5 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, sempre com gasolina no tanque.
Nas nossas mãos, fizemos uma média cravada de 9 km/l, sempre com duas pessoas a bordo e ar-condicionado ligado. Com tanque de 58 litros, o Q3 poderia percorrer até 520 km com um só tanque de combustível.

Completinho


Muito bem equipado e luxuoso, o Q3 Black mantém o formato hexagonal que vemos do lado de fora em várias partes da cabine. O carro vem de série com direção elétrica, ar-condicionado de duas zonas, sistema multimídia com tela tátil colorida de 8,8 polegadas com o sistema MMi, que tem câmera de ré e recebe comandos de voz e oferece conexão via CarPlay e Android Auto.
A unidade testada pelo WM1 tinha carregador de celular por indução, um pacote de luzes ambiente em LED e bancos com partes em Alcântara, que são equipamentos opcionais, assim como o ACC e os sistemas de frenagem autônoma de emergência e alerta de colisão frontal, que fazem parte de um pacote chamado Audi Pré-Sense.
Fora isso, o Q3 vem com uma série de equipamentos que um carro desse valor não poderia deixar de ter como chave presencial; controle eletrônico de tração e estabilidade; sensor de estacionamento dianteiro e traseiro; assistente de partida em rampa; seis airbags; faróis e lanternas em LED - porém sem a função matricial; sistema de monitoramento da pressão dos pneus; freio de estacionamento por botão; sensor de chuva e crepuscular; teto solar elétrico e rodas de liga leve, que nessa versão Black com o pacote S Line são de 19 polegadas calçadas por pneus 235/50.

Espaçoso, pero no mucho

O espaço traseiro não é ruim, pois dois adultos conseguem ir de boa no banco de trás, mas três pessoas vão com aperto - a não ser que sejam crianças. E para elas a Audi oferece os ganchos Isofix para as cadeirinhas.
O túnel central no assoalho tem tamanho médio, então o espaço para as pernas de um terceiro ocupante é sacrificado, mas pelo menos quem senta lá atrás tem duas saídas de ar, com a mesma temperatura do motorista, e entrada USB para o carregamento de celulares ou tablets.
Tudo isso não compromete o espaço do porta-malas, que tem ótimos 530 litros - acredite, esse é um número muito interessante para um SUV compacto. Para se ter noção, o Audi A4, sedã médio que tem proposta e preço parecidos com o do Q3, tem 460 litros de volume.

Conclusão

Resumo da ópera: o Q3 é mais um carro completinho e bem equipado que a Audi oferece, como SUV de entrada aqui no Brasil em sua gama de utilitários, que ainda é composta por Q5, Q7 e Q8 - isso quando falamos de carros com motores a combustão, sem citar os elétricos. É bonito, bem ajustado, super recheado e ainda atualizado em relação à atual gama de produtos da empresa.
Dentro dessa nova realidade que vivemos, o Q3 compete com BMW X1 e X2, Mercedes-Benz GLA, Volvo XC40, Range Rover Evoque e Jaguar E-Pace, entre outros SUVs de marcas premium com valores entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, além, claro, de sedãs e SUVs médios de marcas generalistas.
Portanto se SUV compacto de marca premium estiver nos seus planos, a resposta do começo desse texto é de que sim, vale a pena dar uma olhada com carinho nesse camarada, que já foi feito no Brasil, mas hoje vem importado da fábrica de Gyor, na Hungria.

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